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Comércio de bebidas registra alta

Pesquisa mostra que 18% da população aumentou consumo durante pandemia

Daniel de Camargo
19/07/2020 às 11:10.
Atualizado em 28/03/2022 às 21:59
Proprietário da Pit Stop fala em crescimento de 20% nas vendas (Wagner Souza/AAN)

Proprietário da Pit Stop fala em crescimento de 20% nas vendas (Wagner Souza/AAN)

Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicada recentemente, com dados coletados com 400 participantes entre 24 de abril e 8 de maio deste ano, estima que 18% da população aumentou o consumo de bebidas alcóolicas durante a pandemia. Segundo as consultorias Kantar e Opinion Box, as vendas cresceram 22,5% no varejo e 26% no sistema delivery. Com o atendimento presencial suspenso em bares e restaurantes desde o final de março, distribuidoras e lojas de conveniência estão lucrando mais em Campinas. Proprietário há 11 anos do Pit Stop Bebidas, no Jardim Santa Lúcia, em Campinas, Acássio Jacinto afirma que o faturamento cresceu em torno de 20% nos últimos meses. O empresário diz que ampliou a clientela, além dos consumidores fiéis que bebiam no local e, atualmente, compram e levam para casa. No estabelecimento, trabalham outras três pessoas. No momento, o atendimento ocorre todos os dias da semana. De acordo com Jacinto, todas as determinações do poder público estão sendo seguidas. Vice-presidente do Polo Cervejeiro da RMC, entidade que reúne 18 das cerca de 30 cervejarias artesanais sediadas na região, Wagner Falci analisa que o setor de bares foi extremamente impactado. As cervejarias artesanais, pontua, estão se sustentando, pois se reinventaram. "O delivery e a retirada na porta aumentaram bastante", comentou o empresário, que ao lado da esposa Michele Gimenez administra a Cervejaria Daoravida. No último mês, Falci estima ter vendido 5 mil litros. No momento, há uma unidade franqueada da marca em Indaiatuba, administrada também por um casal. O modelo de negócio, destaca, principalmente para as empresas de pequeno porte do segmento, não requer um quadro extenso de funcionários, o que reduz o gasto fixo operacional, uma vantagem na comparação com outros estabelecimentos do setor. Antes da quarentena, o atendimento era de quarta a domingo, com foco no balcão no período noturno. Hoje, acontece todos os dias da semana. "Com home office e outras mudanças, não há mais a referência do final de semana: tipo, não deixam para beber uma cerveja na sexta. Às vezes, o fazem na segunda-feira, porque trabalharam no domingo" explica. A maioria dos clientes é captada por meio do Instagram, que os redireciona para serem atendidos pelo WhatsApp. Presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead), Renata Brasil Araújo explica que as pessoas estão bebendo mais para suprimir emoções negativas. Contudo, pede atenção para que não haja exageros — o álcool pode prejudicar a imunidade do organismo e afetar o sistema respiratório, justamente a área mais atingida pela Covid-19. 

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