VENDAS

Comércio busca meios para contornar a crise

Fórum de varejo regional discutirá caminhos para a retomada

Henrique Hein/AAN
14/04/2019 às 12:25.
Atualizado em 04/04/2022 às 09:53

Diante da crise econômica que se arrasta, e mantém os índices de vendas estagnados, o comércio campineiro procura investir em estratégias de excelência nos serviços prestados para alavancar o setor, que vem colecionando números preocupantes neste ano. Uma dessas iniciativas acontece no próximo dia 25 de abril, no Expo D. Pedro, onde cerca de 2,5 mil pequenos empresários são esperados em um fórum de varejo regional para debater soluções criativas. Dados de fevereiro de 2019 indicam que as vendas do comércio varejista de Campinas e região ficaram negativas em 4,18% em relação a janeiro, e 1,62% se comparados ao mesmo período de 2018. É o que mostra a avaliação mensal realizada pela Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic). Em março deste ano, os dados até indicaram uma ligeira alta no quadro de vendas em relação a fevereiro, mas não o suficiente, para uma melhora nos indicadores de poder de compra dos consumidores, inflação, juros e câmbio, que deveriam estar bem mais equilibrados do que atualmente. De acordo com o economista da Acic, Laerte Martins, a falta de uma oportunidade de emprego e a grave situação econômica em que o País se encontra são os principais empecilhos, sobretudo, para o sucesso dos pequenos comerciantes, que necessitam cada vez mais procurar soluções criativas para não comprometer as próprias finanças. “Além dos investidores não se sentirem motivados a investir por causa da crise, o poder de compra de grande parte dos campineiros e brasileiros está arrebentado. Tudo isso tem um impacto direto nas vendas do comércio varejista”, avalia. Marcos Oliveira Santos, de 44 anos, e Roberto Diniz, de 55 anos, trabalham há mais de uma década com vendas de roupas e calçadas. Ambos possuem estabelecimentos na Rua 13 de Maio, no Centro de Campinas. Eles contam que as vendas têm caído em relação a anos anteriores. "Nos meses de dezembro e janeiro, as vendas foram até que boas, porque muita gente ainda estava querendo presentear algum familiar em razão da proximidade das festas do Natal e Ano Novo, mas hoje estão mais fracas do que o habitual", comentou Santos. Diniz, por sua vez, contou que começou a adotar estratégias para atrair a clientela, como descontos maiores em determinados produtos, além de oferecer uma cartela de fidelidade para os clientes. "A crise anda complicada para todo mundo. Para nós comerciantes a concorrência é grande e quem souber cativar melhor os clientes sai na frente. É uma verdadeira concorrência pela cliente", contou. "Nossa missão é preparar o pequeno empresário para enfrentar os desafios decorrentes deste momento de transformações, mostrando a eles conceitos, tendências e estratégias do ramo", contou a presidente da Acic, Adriana Flosi.  Movimentação ficou estável, aponta IBGE No País, as vendas no varejo ficaram estáveis em fevereiro, registrando 0% na comparação com o volume de mercadorias comercializadas em janeiro, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada no começo da semana pelo IBGE. O comércio varejista ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, recuou 0,8% nessa mesma comparação. Com o resultado, o total de vendas no varejo permanece 6,6% abaixo do nível recorde alcançado em outubro de 2014. As vendas de fantasias e adereços para o Carnaval resultaram nas principais contribuições positivas no mês. A atividade de tecidos, vestuário e calçados cresceu 4,4%, na passagem de janeiro para fevereiro, seguida por outros artigos de uso pessoal e doméstico, com alta de 1%, grupo que reúne as lojas de departamentos. Pressionaram negativamente o resultado do comércio de fevereiro os setores de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,7%) e combustíveis e lubrificantes (-0,9%), seguidos por móveis e eletrodomésticos (-0,3%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-3%). (HH/AAN)

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