pandemia

Comerciantes cobram fiscalização

Comerciantes do Centro, shoppings e restaurantes de Campinas lamentaram a decisão do prefeito Jonas Donizette (PSB)

Gilson Rei
27/06/2020 às 09:35.
Atualizado em 28/03/2022 às 23:11
Casos crescem 377% em junho (Wagner Souza/AAN)

Casos crescem 377% em junho (Wagner Souza/AAN)

Comerciantes do Centro, shoppings e restaurantes de Campinas lamentaram a decisão do prefeito Jonas Donizette (PSB) de manter apenas o comércio essencial aberto e as vendas on-line e por drive-thru até 5 de julho. O novo decreto será publicado hoje e determina também o fechamento das barracas não essenciais de camelôs. A Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), por meio de nota, pediu maior rigor na fiscalização para haver uma retomada mais rápida da abertura do comércio. Segundo a entidade, o novo decreto deve ser cumprido com ação mais efetiva do Poder Público diante dos infratores. Adriana Flosi, presidente da Acic, afirmou que participou ontem de uma reunião com representantes da Serviços Técnicos Gerais (Setec) para alertar sobre a fiscalização mais efetiva. "Uma vez que existe a determinação, é necessário que todos a cumpram para que Campinas possa avançar para a fase amarela o mais rapidamente possível. No entanto, se não houver uma efetiva fiscalização para coibir as desobediências às normas, os comerciantes que seguem devidamente as regras acabam sendo os mais prejudicados", disse Flosi. A presidente da Acic lembrou que o próprio prefeito destacou, em sua live de ontem, que além da fiscalização "faltou a colaboração dos informais, que continuaram funcionando normalmente, assim como os comerciantes de grande parte de lojas da periferia, onde até bares permaneceram abertos". Flosi defendeu os comerciantes que investiram e se prepararam para reiniciar o trabalho. "Não é justo que os comerciantes honestos, que estão fazendo tudo certo e seguindo a lei, estejam com seus estabelecimentos fechados enquanto tantos outros permaneçam abertos como se nada estivesse acontecendo. Se todos tivessem respeitado o decreto, provavelmente não estaríamos nessa situação e o comércio poderia até estar aberto como ocorre em São Paulo", comentou. Shoppings A decepção pela manutenção do fechamento foi a mesma entre os representantes dos shoppings da cidade. O presidente da Comissão de Shopping Centers da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Campinas, Gustavo Maggioni, lembrou que é importante haver uma definição no comércio porque o município foi elevado à metrópole nesta semana e foi demonstrada a importância econômica da região. Maggioni criticou a insegurança no setor. "O que preocupa o lojista de shoppings e empresário de Campinas é que todos estão sem um Norte. Todos estão sem data definitiva do governo municipal de quando poderão reabrir. O comércio está sem posicionamento firme para que lojistas e empresários possam tomar decisões e estratégias e continuar os negócios. A incerteza é que causa o problema e o fechamento das lojas", resumiu. Restaurantes A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes da Região Metropolitana de Campinas (Abrasel RMC) criticou a continuidade das restrições. Por meio de nota, destacou: "A Abrasel entende que a preservação de vidas neste momento de pandemia pela Covid-19 é de extrema importância. Ao mesmo tempo, observa com apreensão ainda maior as medidas anunciadas pelos governos estadual e municipal, prorrogando as restrições na quarentena". A entidade lamentou porque Campinas deverá se manter na fase laranja com restrições até pelo menos dia 5 de julho e, segundo o governo de Estado, seguir na mesma situação até o dia 14 de julho. A Abrasel lembrou que o setor de bares e restaurantes é um dos maiores geradores de empregos do Brasil e é também um dos mais impactados com o prolongamento da quarentena. O setor deverá chegar a 121 dias de portas fechadas no dia 14 de julho. A nota oficial destacou que, em 100 dias de portas fechadas, houve 15 mil demissões e 2,4 mil dos estabelecimentos já foram fechados, representando 20% do total. A nota alerta: "É extremamente importante que a administração municipal olhe o setor com atenção ao longo da próxima semana. Os bares e restaurantes da RMC possuem um rígido protocolo para reabertura, garantindo toda a segurança e saúde aos clientes. Tais medidas, embasadas em normas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e entidades de saúde, sempre estiveram presentes no dia a dia do setor".

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