Roseli Luz Correia, professora da rede municipal de Campinas, toma a vacina contra a covid-19: “Os protocolos devem continuar” (Diogo Zacarias/ Correio Popular)
Teve início ontem em Campinas a vacinação contra a covid-19 em 7,7 mil profissionais da Educação das três redes - municipal, estadual e particular. A expectativa é de ampliar a cobertura vacinal para os demais integrantes da Educação. Em todo o Estado de São Paulo, serão disponibilizadas 350 mil doses para os profissionais da Educação.
As vacinas são destinadas às pessoas com mais de 47 anos que trabalham nas escolas. Serão imunizados também funcionários que atuam em diversas funções, como secretários, auxiliares de serviços gerais, faxineiras, mediadores, merendeiras, monitores, cuidadores, diretores, vice-diretores, professores de todos os ciclos da educação básica, professores coordenadores pedagógicos, além de professores temporários.
"A expectativa é iniciar novas etapas de vacinação, com outras faixas etárias da área da Educação, com a vinda de novas vacinas". A declaração é de Rossieli Soares, secretário de Estado da Educação de São Paulo, que esteve ontem em Campinas, no Centro de Vacinação do Círculo Militar, para acompanhar o primeiro dia de imunização neste grupo de profissionais. "Esperamos conseguir avançar com a equipe da Saúde para ampliar a vacinação em todos da Educação em novas etapas", disse.
Rossieli explicou que este processo de vacinação não está atrelado diretamente ao retorno às aulas presenciais, previsto na maioria das cidades para o final deste mês e início de maio. "Desde o início das vacinações, defendemos a vacinação dos professores e demais profissionais da área da Educação. Uma coisa não está ligada à outra. Estou muito feliz de estar começando. É um processo importante porque a volta às aulas é fundamental", afirmou.
Segundo Rossieli, a volta às aulas é trabalhada com todos os cuidados possíveis. "Estamos acompanhando os movimentos nas Prefeituras e discutindo com os diversos agentes para a melhor forma de retorno. A volta às aulas será com todas as restrições e com bolhas e medidas rígidas, mesmo depois que houver a vacinação em todos os envolvidos", revelou. O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) enviou um ofício ao governo estadual solicitando a inclusão de todos os profissionais da Educação, independentemente da faixa etária, no plano de vacinação contra a covid-19.
José Tadeu Jorge, secretário municipal de Educação de Campinas, esteve presente também na vacinação do Círculo Militar e destacou que a medida foi muito bem vinda e que era indispensável. "É uma etapa fundamental dar prioridade efetiva para os profissionais da Educação para que eles possam ser imunizados e possam estar mais confiantes e confortáveis para o retorno às aulas", disse.
Tadeu fez questão, entretanto, de falar sobre a continuidade dos protocolos. "É sempre bom lembrar que o fato de tomar a vacina não exime de tomar todos os cuidados indicados pela Saúde para evitar a disseminação do vírus. Esperamos que logo essa medida seja estendida para todos os que não foram contemplados neste momento", comentou. A importância do retorno às aulas foi também destacado pelo secretário. "Nossas crianças estão há mais de um ano sem atividades presenciais em Campinas. Há certos prejuízos para essas crianças no percurso da formação e da aprendizagem. É muito importante retornar às aulas nas escolas devagar, com segurança e todas as precauções".
O retorno em Campinas está previsto para o dia 26 de abril no Ensino Fundamental, Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos e Fumec, que inclui o Ceprocamp. No dia 3 de maio, será a volta da Educação Infantil em todos os agrupamentos creche e escola. "A expectativa é de que novas etapas ocorram com a vinda de novas vacinas", finalizou.
Os professores vacinados ontem em Campinas destacaram a importância de proteger todos da área de Educação e continuar praticando os protocolos no retorno às aulas. Gisleine Fernandes, professora da rede privada, no Ensino Fundamental, comentou: "A expectativa era grande. A gente vem trabalhando com as crianças e com as famílias em home office, mas poucos alunos tiveram aulas de forma presencial. A primeira etapa está vencida e agora é necessário a segunda dose. Mesmo assim, temos que manter todas as medidas de segurança e prevenção, mesmo depois que todos estiverem vacinados"
Roseli Luz Correia, professora da rede municipal de Campinas, defendeu também vacina para todos. "A ansiedade para tomar a vacina era grande, importante e necessária. Mas deve acontecer para todos. Só assim a escola poderá voltar de uma forma tranquila. Teria que liberar para outros profissionais. Além disso, os protocolos devem continuar. Agora é um trabalho árduo com os alunos, principalmente com alguns dos adolescentes. Vamos tentar conscientizar, que é nosso papel".
CoMaria Claudia Beluzzo Maia, supervisora de ensino da Diretoria de Ensino Campinas-Leste, não escondeu a felicidade. "Feliz, muito feliz. Aguardava com ansiedade a vacina e espero voltar o mais rápido possível com todos da Educação vacinados. Por isso, estou orando para que haja uma ampliação para as demais idades. A volta será muito boa para todos. Com as aulas virtuais, muitos alunos e professores não se conhecem pessoalmente. Isto faz muita falta. Dar o acolhimento e receber também dos alunos é fundamental", desabafou.
