MOSQUITO

Combate à dengue vira tema político em Sumaré

Oposição questiona ações da prefeita para conter avanço da doença

Bruna Mozer
05/05/2013 às 22:14.
Atualizado em 25/04/2022 às 17:30
Representantes da sociedade e vereadores durante debate realizado sobre o combate à dengue  (Carlos Sousa Ramos/AAN)

Representantes da sociedade e vereadores durante debate realizado sobre o combate à dengue (Carlos Sousa Ramos/AAN)

A Câmara de Sumaré iniciou uma ofensiva contra a prefeita Cristina Carrara (PSDB) para que ela adote medidas no combate à dengue na cidade, que já registrou uma morte pela doença. Debate realizado anteontem no Legislativo reuniu vereadores, políticos, representantes de entidades e moradores. Os parlamentares prometem sair às ruas para comandar uma megaoperação de combate à doença e enviaram ofício ao Exército pedindo apoio em ações para diminuir o número de casos. A Prefeitura confirma que a situação é alarmante e que o município corre o risco de enfrentar uma “epidemia severa” de dengue, mas informa que já está tomando as medidas necessárias.

Os dados confirmam a situação. Somente neste ano foram registradas 1.903 notificações de suspeita da doença, sendo que desse total 346 foram confirmados como dengue. Há outras mortes que estão sendo apuradas também suspeitas de serem causadas pelo mosquito.

Nos bastidores, a informação é de que a pressão da Câmara ganhou força com o desgaste político entre o governo e Legislativo após a exoneração do vice-prefeito Luiz Alfredo Dalben da presidência do Departamento de Água e Esgoto (DAE), no mês passado. Luiz Alfredo é filho de Dirceu Dalben, do Movimento Democrático (MD), que até então era o principal aliado de Cristina na Câmara e blindava a chefe do Executivo da oposição. O rompimento fez com que Dalben deixasse de lado o apoio à prefeita. Na função de presidente do Legislativo, ele encabeçou o debate no sábado.

Apesar da situação alarmante na cidade, a Secretaria de Saúde informou, por meio da assessoria de imprensa, que um plano estratégico de combate à dengue foi traçado. Ele está marcado para os dias 10 e 12 deste mês e está previsto um mutirão em parceria com associação de moradores e ONGs para campanhas educativas em escolas e empresas. A Prefeitura confirmou a participação do Exército na ação. No entanto, vereadores têm criticado a eficiência da Administração no combate à doença. Denúncias sobre a falta de equipamentos e de estrutura, como caminhões, para o trabalho de prevenção feito pela Prefeitura, também foram feitas durante a audiência realizada na Câmara.

Dalben nega que as intervenções tenham interesses políticos. Segundo ele, o primeiro ofício, pedindo informações sobre as ações contra a dengue, foi enviado à prefeita em janeiro, antes da crise entre os partidos. “Algumas medidas precisam ser tomadas e de forma urgente. Infelizmente há demora e falta diálogo. Não temos visto trabalho efetivo. Os dados mostram isso”, disse. Segundo ele, os vereadores também aprovaram documento pedindo a presença da secretária de Saúde, Tânia Pupo, na Câmara, mas apenas documentos foram enviados. “As respostas são sempre evasivas. Pode até parecer político, mas não é.”

Em nota, a Prefeitura informou que “agradece a preocupação da Câmara”, mas afirmou que o pedido de ajuda ao Exército já havia sido feito pela Secretaria de Saúde dez dias atrás.

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