RECORDE

Com 7,2˚C, Campinas teve ontem o dia mais frio do ano

Marca foi atingida às 6h50 e superou as previsões iniciais, que indicavam temperatura mínima entre 8˚C e 9˚C

Eliane Santos/[email protected]
31/05/2025 às 14:38.
Atualizado em 31/05/2025 às 14:38
Frente fria começa a perder força, mas campineiros ainda não devem abrir mão do casaco ao sair de casa (Kamá Ribeiro)

Frente fria começa a perder força, mas campineiros ainda não devem abrir mão do casaco ao sair de casa (Kamá Ribeiro)

Campinas bateu ontem o recorde de frio de 2025, com os termômetros registrando mínima de 7,2˚C, às 6h50. A marca ficou até mesmo abaixo da previsão inicial dos institutos meteorológicos, que apontavam mínima entre 8˚C e 9˚C. Devido às baixas temperaturas, a Prefeitura da cidade vem aumentando os cuidados com os moradores em situação de rua e também com os animais que habitam o Bosque dos Jequitibás. Segundo o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), neste fim de semana a frente fria começa a perder força, elevando a temperatura. No entanto, as manhãs continuam geladas hoje e amanhã, com mínimas de 11˚C. Já as máximas chegam a 24˚C. Não há previsão de chuva para os próximos dias.

Diante do cenário, a Prefeitura intensificou as ações da Operação Inverno 2025 para proteger a população em situação de rua, com ampliação do acolhimento e a distribuição de cobertores. Embora não haja dados referentes aos últimos dias - os mais frios de 2025 -, balanço parcial que considera o período de 1˚ de maio até dia 19 revelou a entrega de 3.685 cobertores e 329 encaminhamentos para o Serviço de Atendimento ao Migrante, Itinerante e Mendicante (Samim). Em 2024, o Censo da População em Situação de Rua indicou a existência de pelo menos 1,3 mil pessoas vivendo nas vias da cidade.

Um abrigo emergencial parceiro da administração também está apto a receber 20 pessoas a mais do que o normal, devido à ampliação de vagas e ao envio de colchões. Há ainda o Abrigo Santa Dulce dos Pobres para essa população. 

ANIMAIS 

Com a queda nas temperaturas, os animais do Bosque dos Jequitibás recebem alguns cuidados extras para que fiquem aquecidos e protegidos. A maioria fica em recintos, alguns em lagos ou tanques, e outros na área interna do complexo de museus, formado pelo Museu de História Natural e Casa dos Animais Interessantes. 

No complexo de museus, os cuidados com os répteis foram intensificados. Eles são animais de sangue frio e precisam de suporte térmico constante para manter as funções vitais. Por isso, todos os terrários contam com sistemas de aquecimento, como pedras aquecidas e lâmpadas especiais, que emitem radiação infravermelha, ideais para esse tipo de animal. “Os répteis escolhem instintivamente se querem ficar próximos às zonas de calor ou se preferem regiões mais frias do terrário”, explicou o biólogo Felipe Brocanelli. 

Quando há grande queda de temperatura, medidas extras são adotadas para garantir o bem-estar desses animais. “Ligamos aquecedores elétricos na sala de quarentena e usamos aquecedores a óleo no Serpentário, mantendo a temperatura do ambiente controlada”, completou o especialista. Esses equipamentos permanecem desligados em dias mais quentes e somente são ativados quando o frio se intensifica.

A coordenadora do Bosque, Débora Abrão Meca, contou que nos recintos ao ar livre, inclusive os que possuem uma "casinha" para os animais, são colocadas forragem de palha para que possam se aconchegar e ficar mais aquecidos, como no recinto da jaguatirica, emu, tamanduá e a anta. Até para o hipopótamo é feita uma caminha de palha. Em outros recintos, com grade ou alambrado, como das aves, também são usadas lonas para evitar o excesso de vento.

CAMPANHA DO AGASALHO 

Neste ano, a Campanha do Agasalho promovida pela Prefeitura de Campinas já arrecadou 4.038 quilos de donativos, entre roupas, calçados, cobertores e outras peças. É possível doar até 31 de julho em mais de 110 pontos de coleta ativos em todas as regiões da cidade. Os itens arrecadados são destinados a abrigos, unidades do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), serviços voltados à população em situação de rua e ao projeto Varal Solidário, que leva as doações diretamente a comunidades em maior vulnerabilidade. 

A secretária de Desenvolvimento e Assistência Social de Campinas, Vandecleya Moro, destacou o papel essencial da população para o sucesso da ação. “Essa corrente solidária representa o que Campinas tem de melhor. Cada doação é um gesto de sensibilidade que aquece o corpo e o coração de quem mais precisa. Agradecemos o envolvimento da população e reforçamos que, até o fim de julho, cada peça continua fazendo a diferença”, afirmou a secretária.

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