Poste de energia elétrica na Avenida Andrade Neves está inclinado em relação ao seu eixo: colisões geram prejuízos à cidade e ao usuário (Ricardo Lima)
A cada 20 horas, um ponto de Campinas ou de outras três cidades da Região Metropolitana fica sem energia elétrica devido a acidente de trânsito envolvendo colisões em postes. É o que revela levantamento da CPFL Paulista que aponta crescimento de 25,89% nesse tipo de ocorrência no primeiro quadrimestre deste ano em Campinas, Americana, Itatiba, Santa Bárbara d´Oeste e Sumaré em comparação a igual período de 2021.
Nessas cidades, ocorreram 141 batidas de veículos em postes de energia elétrica, de janeiro a abril passados, contra 112 no primeiro quadrimestre do ano anterior. Além dos transtornos causados pela interrupção no fornecimento de eletricidade aos moradores e comércios locais, que duram em média 2,26 horas, os acidentes também geram prejuízo aos proprietários dos veículos. Quando o culpado legal pelo acidente é identificado pela CPFL, ele tem que arcar com os danos causados ao patrimônio da empresa. A substituição de um poste pode variar entre R$ 2 mil e R$ 3 mil dependendo do modelo. Os reparos envolvem a substituição de poste e reconstrução de rede de distribuição.
A diferença no valor leva em consideração os equipamentos instalados tanto pela distribuidora de energia como pelas empresas que ocupam a estrutura. A CPFL aponta que o restabelecimento da energia pode levar um tempo maior dependendo da gravidade do acidente. Há casos em que as equipes de campo precisam aguardar a realização dos trabalhos da perícia policial para poder então iniciar o trabalho de manutenção.
Um poste com iluminação pública simples tem valor menor do que um que sustenta um transformador de energia e equipamentos de telecomunicação, por exemplo. Proporcionalmente, Americana e Sumaré são as cidades que tiveram o maior crescimento no número de batidas de veículos em postes, com alta de 50% entre janeiro e abril de 2021 e mesmo período deste ano.
Já em Campinas, o aumento foi de 14,49%, passando de 69 para 79. Santa Bárbara d´Oeste registrou crescimento de 27,27%, onde o número de ocorrências foi de 11 para 14. A CPFL alerta que, em caso de colisão com um poste, se houver queda de cabos, os ocupantes do veículo devem permanecer, se possível, no interior do veículo, sem tocar nas partes metálicas, até o atendimento por parte das equipes da empresa. O cuidado é para evitar o risco de choque elétrico, o que pode colocar em risco a vida dos ocupantes.
"A elevação dos casos de colisões contra postes foi verificada em várias cidades nos primeiros quatro meses deste ano. Isso nos preocupa e reforça a necessidade de trabalharmos o assunto de maneira preventiva e buscando a conscientização dos motoristas", afirma o gerente de Saúde e Segurança do Trabalho da CPFL Energia, Marcos Victor.
"Durante o Maio Amarelo, a CPFL Energia chama ainda mais a atenção para este tema, que é uma questão de segurança essencial", completa. O movimento realizado este mês busca chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo. Através da campanha "Guardião da Vida", a concessionária incentiva a discussão sobre o tema, a fim de promover uma reflexão sobre as atitudes no trânsito que poderiam ser evitadas, reduzindo acidentes e salvando vidas.
As ações incluem palestras realizadas em escolas, associações de bairro, sindicatos de classe e empresas. Em 33 cidades da região atendidas pela CPFL, foram 287 colisões em postes de janeiro a abril, redução de 11% em relação aos 323 casos no primeiro quadrimestre de 2021. Apesar da redução, "as ocorrências continuam em um patamar elevado", avalia a empresa.
