Motorista sem dinheiro na hora de passar pela cabine pode fazer depósito em conta
A concessionária Rodovias das Colinas adotou na terça-feira (18) uma medida alternativa para os motoristas que usam a Rodovia Santos Dumont (SP-75) e que não têm dinheiro ou cheque para pagar o pedágio nas praças administradas pela empresa. A nova orientação aos motoristas, que eram obrigados a estourar a cancela fechada, é para ligar ao serviço de atendimento ao usuário (0800 703 5080) para ter acesso ao número da conta bancária da empresa para o pagamento posterior à passagem no local. Segundo a empresa, o motorista deve depositar o valor do pedágio em no máximo 24 horas para que a evasão não gere multa.
Antes da medida, o motorista que não tinha como efetuar o pagamento na cabine era orientado pelos funcionários do pedágio a “estourar” a cancela, o que gera multa no valor de R$ 127,69, além da perda de cinco pontos na carteira de habilitação. A concessionária não fornecia nenhum modo de pagamento posterior à passagem no local e nem um retorno para veículos. Segundo funcionárias da Colinas a prática era comum e muitos motoristas, para não cometerem a infração de trânsito, pediam dinheiro emprestado nos carros que estavam na fila de cobrança. A alteração do modo de operação foi informada pela Colinas por meio de um comunicado.
A prática da concessionária no pedágio de Indaiatuba foi denunciada em matéria publicada ontem no Correio. O problema foi vivenciado pela reportagem no último sábado. A reportagem foi até Viracopos, por motivos particulares, e na volta errou o retorno e entrou na SP-75, sentido Indaiatuba. Sem dinheiro, cheque, vale-pedágio ou Sem Parar, portando somente cartão de débito, a repórter ouviu de duas funcionárias da concessionária que ela teria de estourar a cancela para passar, o que a motorista foi obrigada a fazer. A Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) afirmou que o procedimento não condiz com as práticas recomendadas pelo órgão, que é o de dar opções ao usuário, e que já iniciou uma investigação sobre a prática. A empresa pode ser penalizada. Advogados consultados pela reportagem disseram que a prática é ilegal e imoral, além de ser absurda.
Na região, todas as concessionárias adotam meios para atender o usuário que, por qualquer motivo, está sem dinheiro ou cheques e que também não possui dispositivo eletrônico de pagamento ou vale-pedágio. Entre os meios disponibilizados estão a emissão de boletos para pagamento em até três dias após a passagem pelo pedágio ou um retorno na praça.