MEIO AMBIENTE

Coleta rejeitada em Barão agrada Itu e Sorocaba

Sistema nos municípios é semelhante ao que a Prefeitura começou a implantar em Campinas

Cecília Polycarpo
23/05/2014 às 08:11.
Atualizado em 24/04/2022 às 13:00
A dona de casa Inês Aparecida Borges, moradora de Itu, diz que sua única queixa é quanto ao mau cheiro ( César Rodrigues/AAN)

A dona de casa Inês Aparecida Borges, moradora de Itu, diz que sua única queixa é quanto ao mau cheiro ( César Rodrigues/AAN)

Os moradores de Itu e Sorocaba aprovam os contêineres da coleta mecanizada de lixo orgânico nas ruas das duas cidades.   O sistema nos municípios é semelhante ao que a Prefeitura começou a implantar em Campinas, em Barão Geraldo, mas que enfrenta resistência da população do distrito.   As três coletas têm pontos em comum: o cidadão precisa levar o lixo para a caçamba do quarteirão e o caminhão de recolhimento passa nas ruas pelo menos três vezes por semana.   Ituanos entrevistados pelo Correio afirmaram que, quando foi implantada em 2012, a mecanização também foi parcialmente rejeitada. No entanto, os usuários mudaram de opinião depois de constatarem que as ruas ficavam mais limpas com os contêineres.Porém, em Itu, a higienização das caçambas é feita semanalmente — e muitos moradores consideram a frequência insuficiente.     Em Itu, lixeiras também permitem depósito de material reciclável Créditos: César Rodrigues/ AAN           Em Campinas, o plano da Administração é que a lavagem seja feita uma vez por mês.   Nas ruas de Sorocaba, onde a limpeza das caçambas também é mensal, o mau cheiro é a principal queixa da população.   Além disso, em Itu e em Sorocaba o projeto considera a coleta seletiva de lixo.   Uma vez por semana, moradores levam resíduos que podem ser reciclados e deixam em sacos plásticos ao lado dos contêineres onde depositam o lixo orgânico.   A prática permitiu que Itu, por exemplo, chegasse a recolher 10 toneladas de lixo reciclável por dia, pois 70% das casas têm a coleta. A coleta mecanizada cobre 60% dos bairros de Itu, e a fornecedora dos contêineres é a mesma de Campinas, a Contemar Ambiental.   O material é importado da Espanha e tem durabilidade de cinco anos. As ruas com as caçambas não têm detritos no asfalto ou nas calçadas. Como os usuários também sabem os dias que os veículos da coleta seletiva circulam, eles deixam os sacos plásticos com os materiais recicláveis pouco antes do recolhimento. Na casa do industrial Sebastião Francischelli, de 56 anos, ninguém se importa de levar o lixo nas caçambas.   “Já nos acostumamos com o sistema. A cidade ficou mais limpa, não tem mais saco de lixo na rua. É só você dar uma passeada pelo bairro”, disse.   A dona de casa Odete Nascimento, de 66 anos, que mora no Centro, afirmou que os contêineres foram alvos de vandalismo no início, mas que agora não vê mais depredação. “Acho que a população se acostumou com eles nas ruas. Ficou muito melhor dessa forma, nem cachorro e nem gato ficam revirando o lixo”, afirmou.Uma das queixas da dona de casa Inês Aparecida Borges, de 43 anos, moradora do Parque Nossa Senhora da Candelária, é em relação ao cheiro das caçambas.   “O caminhão da lavagem passa uma vez por semana, mas acho que precisa de mais. O cheiro da caçamba é muito ruim. Tem muito morador que lava por conta própria”, falou.   A metalúrgica Carla de Marchi, de 38 anos, afirmou que a instalação das caçambas causou briga entre os vizinhos.   “Ninguém queria a lixeira na frente de casa. Então era um tal de um empurrar o contêiner para frente da casa do outro. Agora ninguém mais liga para isso”, explicou.Sorocaba   Em Sorocaba, a coleta mecanizada existe há 15 anos, mas foi interrompida nos primeiros meses de 2014.   A Prefeitura cancelou o contrato com a empresa Gomes Lourenço por quebra de cláusulas e uma empresa assumiu emergencialmente o serviço.   Nesse meio tempo, os contêineres foram recolhidos e a população voltou a colocar sacos plásticos na rua. Agora as caçambas voltaram a ser instaladas, mas vários pontos da cidade ainda estão sem o serviço mecanizado.“Foram seis meses de retrocesso. A rua ficou uma sujeira. O pessoal aqui já está muito acostumado a colocar o lixo na caçamba”, disse o morador da região central Adílson Ribeiro (foto), de 66 anos. O local voltou a ter as caçambas há 15 dias. “O sistema funciona bem, mas as caçambas fedem, têm um cheiro insuportável. A Prefeitura tinha que limpar mais vezes, ou trocar as lixeiras.”   Abrangência da reciclagem O sistema de coleta de resíduos em Itu é referência principalmente pela abrangência da coleta seletiva. Na cidade, 70% do material reciclável é reaproveitado e a população tem o costume de separar o lixo. O município tem dezenas de cooperativas ativas que trabalham em parceria com a Prefeitura.   Já Campinas recicla somente 3% de seu lixo e ainda não há previsão para expansão do sistema.   O prefeito de Itu, Antônio Tuíze (PSD), disse que a cidade está em um estágio avançado e que a Prefeitura finalizou a instalação de contêineres subterrâneos no Centro para testar o sistema.   “O contrato que fizemos com a empresa que coleta o lixo prevê a coleta subterrânea no futuro. Estamos também fechando contrato com outras cooperativa para ampliar a coleta seletiva nos bairros rurais. Logo, quase todo resíduo sólido reciclável da cidade será reaproveitado.”   A assessoria de imprensa municipal informou ainda que a limpeza das caçambas é feita uma vez por semana, mas que em locais de grande adensamento populacional a lavagem ocorre até três vezes por semana.Em Sorocaba, a coleta seletiva abrange todos os bairros da região central, mas a Prefeitura afirmou que não tinha dados atualizados da reciclagem no município.     Container em frente a escola municipal Visconde de Porto Seguro em Sorocaba Créditos: César Rodrigues/ AAN           A cidade tem 2,8 mil contêineres de lixo orgânico, também no Centro, por causa do caráter emergencial do último contrato firmado.   A administração informou ainda que as caçambas estão sendo lavadas uma vez por mês e não informou se a frequência deve aumentar depois de firmado um contrato definitivo com a empresa coletadora.    Veja também Barão Geraldo vai à Justiça contra contêiner Moradores preparam ação para tentar barrar novo sistema de coleta; Cambuí também se mobiliza Você aprova o sistema de coleta de lixo em contêineres em Campinas?

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