Cohab entrega matrículas de 236 imóveis do Jd. São Marcos

As matrículas de 236 imóveis, do bairro Jardim São Marcos, que foram regularizados pela Companhia de Habitação Popular de Campinas (Cohab) foram concedidas, na terça-feira (19), em uma cerimônia realizada na EMEF/EJA Padre José Narciso Vieira Ehrenberg, no Jardim São Marcos, como parte do Programa de Regularização Fundiária da Prefeitura de Campinas. Uma destas matrículas entregues foi para a dona de casa Izolina Francisca Seja, de 80 anos. Moradora da comunidade há cerca de 40 anos, ela chegou a Campinas, vinda do Paraná, com três filhas e o marido, o servente de pedreiro aposentado Misael Valentim, que completará 110 anos em dezembro. Dois outros filhos, uma mulher e um homem, nasceram já em solo campineiro.

Esperando pela regularização de seu imóvel há tanto tempo, ela contou que a sua vinda a Campinas aconteceu por causa do irmão que já morava na cidade. Não muito tempo depois de sua chegada, ela comprou um barraco onde se instalou com a família. “Estou aliviada, pois morar sem nenhum tipo de documentação (que comprove a posse do imóvel) é muito ruim. E, assim, eu protejo os meus filhos também.”

O secretário de Habitação e presidente da Cohab, Arly de Lara Romêo, por sua vez, explicou que “é uma imensa satisfação e um momento de grande significado para nós da Secretaria de Habitação e da Cohab entregar as matrículas de imóveis, pois sabemos que isso representa muito mais do que um simples documento, em especial para o senhor Misael Valentim, de 109 anos. Ele esperou pacientemente por quarenta anos pela sua matrícula”.

Romêo completou dizendo que “essa entrega é a concretização de um sonho e o reconhecimento de uma vida dedicada à construção de um lar. Ver a felicidade estampada em seu rosto aos 109 anos de idade nos enche de emoção e reforça a importância de nosso trabalho em proporcionar dignidade e moradia para todos. O senhor Misael é o maior exemplo de que nunca devemos desistir de nossos sonhos”.

Todas as propriedades agraciadas se localizam na chamada “Região do Quilombo”, localizada às margens do ribeirão do mesmo nome. Em alguns casos, as famílias aguardavam pela regularização de suas posses há cerca de seis décadas. A área começou a ser habitada ainda na década de 1960. Em seu início, ela foi ocupada, em sua maioria, por trabalhadores da Fazenda Santa Elisa, que a época produzia café e algodão e hoje abriga o Centro Experimental de Campinas (CEC), pertencente ao Instituto Agronômico de Campinas (IAC), vinculado ao governo paulista.

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Desde o início de 2021, 8.300 imóveis já tiveram as suas matrículas regularizadas no município de Campinas e a previsão da Prefeitura é conceder mais 1.781 ao longo deste ano. Em setembro do ano passado, foi aprovado o maior plano de regularização fundiária já realizado em Campinas. Trata-se do Loteamento Jardim Uruguai, com 1.148 lotes e mais de 300 mil metros quadrados. O núcleo urbano fica na região Noroeste da cidade. A regularização compreende famílias de baixa renda e foi classificada como de interesse social (Reurb-S). O núcleo foi instalado em uma área particular e a Administração Municipal atuou junto ao responsável pelo loteamento para garantir a implantação de toda a infraestrutura essencial no núcleo urbano. O Jardim Uruguai já contava à época com rede de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, coleta regular de lixo, rede de energia elétrica, iluminação pública, serviço público de transporte, rede de drenagem pluvial e pavimentação. 

O “Programa de Regularização Fundiária” da Prefeitura de Campinas visa garantir aos moradores do município acesso à rede básica de infraestrutura, como sistema de abastecimento de água potável, coleta e tratamento do esgotamento sanitário, rede de iluminação pública, rede de energia elétrica domiciliar, pavimentação e soluções de drenagem pluvial.

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