PEDÁGIOS

Cobrança automática também esconde riscos

Motorista tentam "carona" para fugir de tarifa podem gerar acidentes; casos na RMC chegam a 200 por dia

Bruno Bacchetti
26/05/2014 às 13:29.
Atualizado em 24/04/2022 às 12:26
Veículos passam em cabine de cobrança automática em pedágio ( Leandro Ferreira/AAN)

Veículos passam em cabine de cobrança automática em pedágio ( Leandro Ferreira/AAN)

A cancela automática de cobrança de pedágio foi instalada para agilizar a passagem dos veículos pelas barreiras e facilitar o pagamento da tarifa. Entretanto, em alguns casos a cancela não abre, seja pelo mau uso do Dispositivo Eletrônico de Identificação (TAG) ou por falha técnica da antena que faz a leitura do equipamento, colocando motoristas em situações de risco pela possibilidade de colisão com o veículo que vem atrás. Segundo dados da Agência Reguladora de Transportes de São Paulo (Artesp), no ano passado foram registrados 1.063 acidentes por esse motivo nos 6,3 mil quilômetros de malha rodoviária concedida em todo o Estado. A agência não possui dados específicos para a região.   A concessionária Rodovias das Colinas, que administra a Rodovia Santos Dumont (SP-075), informou que registra, em média, 75 ocorrências por dia em que a cancela não abre. A Rodovias do Tietê, responsável pela Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença (SP-101), disse que em 2013 registrou 112 colisões com as cancelas do sistema automático de pagamento de pedágio. Já a CCR AutoBAn, a Renovias e a Rota das Bandeiras não informaram a quantidade de ocorrências. Ao todo, existem dez praças de pedágio nas rodovias que cortam a RMC.   De acordo com a Artesp, entre os principais motivos para a não abertura da cancela nas pistas automáticas de cobrança de pedágio estão o não carregamento do equipamento com créditos (no caso dos planos pré-pagos); uso inadequado do TAG, uma vez que muitos motoristas deixam o equipamento dentro do porta-luvas e outros passam pela pista automática segurando-o na mão; velocidade excessiva e distância inferior a 30 metros do veículo da frente.   O empresário Rodrigo Daniel Almeida, de 30 anos, já passou pela experiência de ser “barrado” pela cancela automática de pedágio. Ele conta que estava no banco do passageiro com um cliente e ao passar na praça de pedágio da Rodovia Santos Dumont, em Indaiatuba, a cancela não abriu. Segundo ele, isso ocorreu porque o TAG não estava afixado no para-brisa e estava cadastrado para outro veículo. “A funcionária pediu para ver o TAG. Mas ela não estava afixado no parabrisa e ao verificar o registro estava vinculado à outra placa. Ele disse que o carro era de frota da empresa, que dava esse TAG para eles usarem em qualquer carro. Tivemos que pagar em dinheiro para sermos liberados”, relembra.   O jornalista Alberto Augusto, de 44 anos, foi além e não conseguiu frear o carro a tempo quando a cancela de pedágio da Rodovia D. Pedro I não abriu. Ele acabou “levando” a cancela e relata o susto. “É muito perigoso. Estava indo para o Litoral Norte quando a cancela não abriu para o carro da frente. No momento em que fui passar não reparei que a cancela não tinha subido totalmente e acabei levando. Pensei que teria prejuízo, mas ela é flexível, um tipo de espuma. Por sorte não aconteceu nada”, conta.   Para Almeida, seria mais cômodo e prático se o dispositivo pudesse ser cadastrado por meio do CPF do motorista e não da placa do veículo. “Particularmente, eu acho que o Sem Parar deveria ser vinculado apenas ao CPF do cliente e não à placa do carro. A cada troca de veículo, tem toda uma burocracia para atualizar o cadastro e muita gente acaba não fazendo isso. Aí corre o risco de parar na cancela e, de repente, até causar um acidente”, resume.   A Artesp orienta aos motoristas que nos casos de não abertura da cancela deve-se seguir a orientação dos funcionários da praça de pedágio, mantendo o pisca alerta do veículo aceso até o término do atendimento.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por