Clube de Permuta ganha força em época de crise

Em meio a uma crise econômica sem precedentes resultante da pandemia da Covid-19, cerca de 30 empresários, associados do Clube de Permuta de Campinas, trocam produtos e serviços entre si para amenizar o impacto no bolso. Entre os tipos de negócio já cadastrados na plataforma on-line, aparecem, entre outros, os relacionados à academia de musculação, agência de publicidade, fotógrafo profissional, gráfica e hotel.  Um estudo realizado pelo Clube de Permuta, com franquias em 23 cidades brasileiras, mostra que a economia decorrente das barganhas pode reduzir em até 50% os custos e despesas de uma empresa. A projeção varia, considerando o tipo de negócio, quantidade de parceiros atuantes e diversidade de produtos e serviços, uma vez que as operações são restritas à unidade local. Já um levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta que mais de 30% dos empreendimentos de todos os setores já experimentam as consequências da pandemia. Associado e um dos seis sócios-proprietários da franquia campineira, instalada na Avenida Dr. Moraes Salles, no Jardim Guarani, que opera desde setembro passado, Cesar Massaioli, de 48 anos, dono da Portal Publicidade, garante que a permuta multilateral — com mais de dois participantes — é uma solução extremamente válida para o momento. Por isso, projeta que essa comunidade de empreendedores vai aumentar significantemente nos próximos meses. Recordou que usou o mecanismo recentemente contratando a parceira Entre Laços Floricultura para presentear sua mãe, no Dia das Mães. As operações, frisou, podem ser também de ordem pessoal. Massaioli esclarece que, para entrar, o interessado precisa da indicação dos sócios ou associados e passa por uma rigorosa análise, na qual os gestores verificam se a oferta e a demanda da empresa realmente contribuem com a organização. Após a aprovação, o membro recebe um limite de operações em permuta para realizar as trocas dentro da plataforma. Somadas, as operações de todas as franquias já movimentaram mais de R$ 150 milhões desde 2012, quando foi o Clube foi fundado. O empresário detalhou ainda que as transações funcionam como uma conta-corrente em que clientes acumulam créditos ou débitos que podem ser consultados no site do Clube. O pagamento, esclareceu, não é em dinheiro comum, mas sim em uma moeda própria, intitulada “Permutz (PZ$)”. Apesar de só existir no ambiente on-line, a moeda aponta equivalência de um para um com o Real (R$), segundo Massaioli. A sistemática, diz o empresário, beneficia o fluxo de caixa, pois se houver algum gasto na operação será apenas o preço de custo daquilo que ela oferece. Entre os benefícios, está também a possibilidade de escoar o estoque, inclusive aproveitando itens fora de linha. Obviamente, salienta, apenas mercadorias que atendem as exigências de comércio podem ser negociadas. “Não há majoração de preços. Os valores atendem o mercado. As ofertas já existentes ficam à disposição na plataforma para consulta”, conta. Todos os benefícios, finaliza, podem ajudar, por exemplo, para a manutenção de funcionários.