SEXTA-FEIRA SANTA

Clientes lotam peixarias para compras de última hora

Comerciantes relataram aumento de cerca de 50% nas vendas durante a quaresma

Da Redação
17/04/2025 às 12:38.
Atualizado em 17/04/2025 às 13:04
Muita correria e lotação; quem deixou para comprar o alimento apenas dias antes da Sexta-feira Santa acabou pagando mais caro (Arquivo Correio Popular - Rodrigo Zanotto)

Muita correria e lotação; quem deixou para comprar o alimento apenas dias antes da Sexta-feira Santa acabou pagando mais caro (Arquivo Correio Popular - Rodrigo Zanotto)

As peixarias do Mercado Municipal tiveram ontem uma corrida de consumidores para as compras para a Sexta-feira Santa, celebrada amanhã, data em que os católicos evitam o consumo de carne vermelha. De acordo com os donos dos estabelecimentos, durante a Quaresma houve um aumento nas vendas em torno de 50% em relação a um dia normal. Ontem, os comerciantes adotaram estratégias diferentes para atender os clientes, que tiveram de enfrentar filas ou pegar senhas. O corredor do local estava lotado, dificultando a locomoção das pessoas.

Durante o dia, caminhões parados em frente ao Mercadão renovavam rapidamente os estoques das peixarias. “A Quaresma é a melhor época de vendas para nós”, contou o proprietário de uma banca no Mercado Municipal, David Tavares Filho. Os consumidores que deixaram a compra para a última hora pagaram mais caro pelo peixe. O filé de sardinha, por exemplo, foi vendida a R$ 29,90 o quilo, aumento de 20,08% em comparação aos R$ 24,90 da Quarta-feira de Cinzas, primeiro dia da Quaresma. 

No caso da sardinha inteira, a alta foi de 14,03%, com o valor passando de R$ 14,90 para R$ 16,99. A tilápia inteira era vendida a R$ 24,90 o quilo, reajuste de 25,13% na comparação com os R$ 19,90 cobrados anteriormente. De acordo com David Tavares, as peixarias têm de repassar o aumento no atacado, com os preços sofrendo aumentos em virtude da maior procura pelo produto, da queda na oferta, em razão de fatores que afetam a pesca, e das variações nos custos de logística, como o frete.

CONSUMIDORES

A oscilação nos valores gerou reclamações de parte dos clientes. “Está tudo muito caro, não tem como escapar”, disse a dona de casa Maria Fátima de Souza. Ela comprou dois quilos de sardinha para consumir amanhã. “Eu não como carne na Sexta-feira Santa. É necessário manter a tradição religiosa”, completou. O aposentado Luís Antonio Custódio afirmou que está satisfeito com os preços dos peixes. “Subiu um pouquinho, mas o preço está dentro do normal”, justificou. Ele comprou tilápia para assar. “Eu gosto de peixe, sempre como nesta época. A tradição da Sexta-feira Santa acaba ajudando.”

Os itens mais procurados foram os peixes com preço mais em conta, incluindo também a merluza (R$ 29,90 o quilo), pescada branca (R$ 19,90), cação (R$ 39,90) e cação em posta (R$ 45,90). Já o filé da tilápia foi vendida a R$ 67,90. Nas mercearias do Mercadão, o peixe salgado zarbo foi comercializado a R$ 70 e o tradicional bacalhau do porto custava R$ 120, enquanto a opção sem pele e espinha chegou a R$ 180.

A tradição católica de consumir peixe na Quaresma e tem como propósito fazer com que os fiéis tomem parte do sacrifício de Jesus Cristo. Assim como Ele se sacrificou na cruz, aquele que crê também pode fazer um sacrifício, abstendo-se de uma coisa que gosta, neste caso, a carne. A Sexta-feira Santa marca a morte de Jesus na cruz para salva o homem do pecado a garantir a ressurreição dos fiéis. Na tradição católica, não há missas nesse dia, mas é realizada uma cerimônia chamada Celebração da Paixão de Cristo. O sacrifício de Cristo e a sua ressurreição no domingo de Páscoa são as datas mais importantes para os católicos.

Em sua mensagem a Quaresma 2025, o Papa Francisco disse que a “Igreja, mãe e mestra, convida-nos a preparar os nossos corações e a abrir-nos à graça de Deus para podermos celebrar com grande alegria o triunfo pascal de Cristo, o Senhor, sobre o pecado e a morte, como exclamava São Paulo: ‘A morte foi tragada pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?’”

De acordo com ele, no período quaresmal, “Deus pedenos que verifiquemos se nas nossas vidas e famílias, nos locais onde trabalhamos, nas comunidades paroquiais ou religiosas, somos capazes de caminhar com os outros, de ouvir, de vencer a tentação de nos entrincheirarmos na nossa autorreferencialidade e de olharmos apenas para as nossas próprias necessidades. Perguntemo-nos diante do Senhor se somos capazes de trabalhar juntos ao serviço do Reino de Deus, como bispos, sacerdotes, pessoas consagradas e leigos; se, com gestos concretos, temos uma atitude acolhedora em relação àqueles que se aproximam de nós e a quantos se encontram distantes”. 

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