Morungaba, uma das mais castigadas, acumulou 155,4 mm de chuva em 72 horas
Mulher aproveita para tirar uma foto do Rio Atibaia cheio: até o final da tarde de ontem, 18 setores do município ainda eram monitorados de perto pela Defesa Civil de Campinas (Kamá Ribeiro)
O número de cidades em Estado de Atenção devido às fortes chuvas subiu de quatro para 18 no começo da tarde de quinta-feira (5), sendo dez da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Por outro lado, 32 municípios permaneciam em Estado de Observação. O monitoramento é do Sistema Integrado de Defesa Civil (Sidcec) e aponta Morungaba como uma das mais castigadas, com 155,4 mm de chuva acumulada no período de 72 horas, seguida de Campinas, que registrou o índice pluviométrico de 151,3 mm. No total, o Sidcec monitora 50 municípios.
Segundo informações da Defesa Civil de Campinas, o Estado de Atenção é decretado quando o índice acumulado de chuva ultrapassa 80 mm. Nesse caso, os riscos são de deslizamentos, alagamentos, quedas de árvores e de muros, entre outros. Até o final da tarde de quinta-feira (5), 18 setores do município ainda eram monitorados pelo órgão, entre eles o Rio Atibaia, no Distrito de Sousas. Um setor pode ter mais de um local de risco.
Em Campinas, ainda segundo a Defesa Civil, o Plano de Contingência trabalha com quatro níveis de alerta. O primeiro é o Estado de Observação (nível 1), quando chove até 80 mm e há acompanhamento dos índices pluviométricos; o Estado de Atenção (nível 2), quando o índice ultrapassa os 80 mm e é necessário realizar vistorias nas áreas consideradas de risco; o Estado de Alerta (nível 3) implica remoção da população do local, de forma preventiva; e, por último, o Estado de Alerta Máximo (nível 4), quando há a necessidade de remoção de toda a população da área de risco.
Região
Das 20 cidades da RMC, estavam em Estado de Atenção nesta quinta-feira (5), além de Campinas e Morungaba, pela ordem de gravidade: Pedreira, Itatiba, Americana, Jaguariúna, Paulínia, Valinhos, Sumaré, e Arthur Nogueira. Em Morungaba, na noite de quarta-feira, choveu quase 99 mm em apenas quatro horas, o que provocou deslizamento de terra na Rodovia SP 360 (Engenheiro Constâncio Cintra), que dá acesso à cidade, entre os quilômetros 109 e 111. A pista somente foi liberada no início da manhã de quinta-feira (5). Também foram registrados pontos de alagamento em vias públicas.
Edivaldo Brischi, prefeito de Monte Mor, também castigada e em Estado de Observação, com índice pluviométrico de 67,4 mm, reuniu-se com representantes do governo do Estado, entre eles, o secretário de Governo e Relações Institucionais, Gilberto Kassab, para tratar de assuntos relacionados às chuvas intensas que atingiram o município já no final do ano, com a intenção de conseguir assistência, apoio e soluções para evitar as enchentes decorrentes do período de chuvas na região. Entre os pedidos que foram feitos, estão a continuidade da ação de desassoreamento do Rio Capivari.
Em Capivari, que quinta-feira (5) estava em Estado de Observação, a Prefeitura seguia com a limpeza na cidade, depois de registrar a segunda maior enchente de sua história. Segundo a assessoria de imprensa, 32 famílias permaneciam desabrigadas. O rio, que leva o mesmo nome da cidade, chegou a bater a régua de 4,8 metros, considerando-se que o transbordo se dá nos dois metros.
A maioria dos desabrigados está na Escola Municipal Aldo Silveira (24 famílias) e 8 no Ginásio de Esportes Ronaldão, totalizando 98 pessoas fora de casa. As equipes da Prefeitura continuam monitorando os últimos pontos onde a água ainda ocupava as vias até quarta-feira. As famílias que estão conseguindo retornar para suas casas recebem cesta básica e kits de limpeza e higiene para recomeçar a vida.
Em Pedreira, também segundo a assessoria de imprensa, na quinta-feira (5) foi feito o monitoramento do Rio Jaguari, que chegou a transbordar em alguns pontos. Um dos setores atingidos pelas chuvas foi o de abastecimento de água na cidade. De acordo com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto, a qualidade da água do Rio Jaguari piorou com o aumento da vazão e houve a necessidade de se apelar à população para que ela economize o recurso.
Ajuda para Socorro
Moradores das cidades que compõem a Região Metropolitana da macrorregião de Campinas estão mobilizados para ajudar as vítimas da enchente da cidade de Socorro, que foi atingida fortemente pelas chuvas da última segunda-feira. A tempestade provocou estragos em diversos pontos do município que integra o Circuito das Águas, uma das maiores desde 1983.
Segundo a Prefeitura e a Defesa Civil, foram 16 pontos de alagamento, com a água chegando à cintura dos moradores em algumas situações, e 10 desmoronamentos em vários bairros. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) calculou que choveu 116,6 mm em um período de de 3 horas, entre 18h10 e 21h10. Isso é 41% de todo o esperado para o mês de janeiro.
A recém-criada Agência de Desenvolvimento do Circuito das Águas Paulista, que conta com representantes de Socorro e das outras cidades que compõem o Circuito das Águas, agiram rapidamente para ajudar os socorrenses. Estão sendo solicitados itens como rodo, vassoura, esponja, palha de aço, absorvente, escova e pasta de dente, desodorante, amaciante, sabão em pedra, vassoura, sabão em pó, fralda RN e até móveis: sofá, cama, mesa, cadeira, guarda-roupa, entre outras. Isso porque alguns moradores perderam tudo. Para ajudar em dinheiro, o PIX foi disponibilizado pelo CNPJ 51.314.771.0001-94.
"Soubemos dos problemas que enfrentava Socorro ainda de madrugada. De imediato, interagimos para ver como poderíamos ajudar. Articulamos junto aos líderes da recém-criada Agência de Desenvolvimento das nove cidades do Circuito das Águas Paulista, definimos os pontos de coleta de donativos incluindo todas as cidades da região e começamos a divulgar e coletar ajuda. É dessa forma que queremos colaborar, com articulação, organização e ação imediata", disse a presidente da agência, Laura Santi, destacando a visão regional e objetivos de integração e apoio aos municípios do Circuito das Águas Paulista.
Confira os locais para a entrega de donativos. (alimentos não perecíveis, água, colchões e cobertores, produtos de limpeza e de higiene, utensílios de cozinha, ração de gatos e cachorros)
Nas cidades da Região Metropolitana de Campinas os pontos são:
✔ Campinas - Escritório Regional do Sebrae - Rua da Abolição, 881 - Bairro Ponte Preta
✔ Holambra - ACE - Associação Comercial de Holambra - Av. das Tulipas, 103 - Centro
✔Jaguariúna - EipCred Soluções Financeiras - Rua: Coronel Amâncio Bueno 236, Centro