QUE CHUVARADA

Cidades em Estado de Atenção aumentam de quatro para 18

Morungaba, uma das mais castigadas, acumulou 155,4 mm de chuva em 72 horas

Da Redação
06/01/2023 às 09:03.
Atualizado em 06/01/2023 às 09:03
Mulher aproveita para tirar uma foto do Rio Atibaia cheio: até o final da tarde de ontem, 18 setores do município ainda eram monitorados de perto pela Defesa Civil de Campinas (Kamá Ribeiro)

Mulher aproveita para tirar uma foto do Rio Atibaia cheio: até o final da tarde de ontem, 18 setores do município ainda eram monitorados de perto pela Defesa Civil de Campinas (Kamá Ribeiro)

O número de cidades em Estado de Atenção devido às fortes chuvas subiu de quatro para 18 no começo da tarde de quinta-feira (5), sendo dez da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Por outro lado, 32 municípios permaneciam em Estado de Observação. O monitoramento é do Sistema Integrado de Defesa Civil (Sidcec) e aponta Morungaba como uma das mais castigadas, com 155,4 mm de chuva acumulada no período de 72 horas, seguida de Campinas, que registrou o índice pluviométrico de 151,3 mm. No total, o Sidcec monitora 50 municípios.

Segundo informações da Defesa Civil de Campinas, o Estado de Atenção é decretado quando o índice acumulado de chuva ultrapassa 80 mm. Nesse caso, os riscos são de deslizamentos, alagamentos, quedas de árvores e de muros, entre outros. Até o final da tarde de quinta-feira (5), 18 setores do município ainda eram monitorados pelo órgão, entre eles o Rio Atibaia, no Distrito de Sousas. Um setor pode ter mais de um local de risco.

Em Campinas, ainda segundo a Defesa Civil, o Plano de Contingência trabalha com quatro níveis de alerta. O primeiro é o Estado de Observação (nível 1), quando chove até 80 mm e há acompanhamento dos índices pluviométricos; o Estado de Atenção (nível 2), quando o índice ultrapassa os 80 mm e é necessário realizar vistorias nas áreas consideradas de risco; o Estado de Alerta (nível 3) implica remoção da população do local, de forma preventiva; e, por último, o Estado de Alerta Máximo (nível 4), quando há a necessidade de remoção de toda a população da área de risco.

Região

Das 20 cidades da RMC, estavam em Estado de Atenção nesta quinta-feira (5), além de Campinas e Morungaba, pela ordem de gravidade: Pedreira, Itatiba, Americana, Jaguariúna, Paulínia, Valinhos, Sumaré, e Arthur Nogueira. Em Morungaba, na noite de quarta-feira, choveu quase 99 mm em apenas quatro horas, o que provocou deslizamento de terra na Rodovia SP 360 (Engenheiro Constâncio Cintra), que dá acesso à cidade, entre os quilômetros 109 e 111. A pista somente foi liberada no início da manhã de quinta-feira (5). Também foram registrados pontos de alagamento em vias públicas.

Edivaldo Brischi, prefeito de Monte Mor, também castigada e em Estado de Observação, com índice pluviométrico de 67,4 mm, reuniu-se com representantes do governo do Estado, entre eles, o secretário de Governo e Relações Institucionais, Gilberto Kassab, para tratar de assuntos relacionados às chuvas intensas que atingiram o município já no final do ano, com a intenção de conseguir assistência, apoio e soluções para evitar as enchentes decorrentes do período de chuvas na região. Entre os pedidos que foram feitos, estão a continuidade da ação de desassoreamento do Rio Capivari.

Em Capivari, que quinta-feira (5) estava em Estado de Observação, a Prefeitura seguia com a limpeza na cidade, depois de registrar a segunda maior enchente de sua história. Segundo a assessoria de imprensa, 32 famílias permaneciam desabrigadas. O rio, que leva o mesmo nome da cidade, chegou a bater a régua de 4,8 metros, considerando-se que o transbordo se dá nos dois metros. 

A maioria dos desabrigados está na Escola Municipal Aldo Silveira (24 famílias) e 8 no Ginásio de Esportes Ronaldão, totalizando 98 pessoas fora de casa. As equipes da Prefeitura continuam monitorando os últimos pontos onde a água ainda ocupava as vias até quarta-feira. As famílias que estão conseguindo retornar para suas casas recebem cesta básica e kits de limpeza e higiene para recomeçar a vida.

Em Pedreira, também segundo a assessoria de imprensa, na quinta-feira (5) foi feito o monitoramento do Rio Jaguari, que chegou a transbordar em alguns pontos. Um dos setores atingidos pelas chuvas foi o de abastecimento de água na cidade. De acordo com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto, a qualidade da água do Rio Jaguari piorou com o aumento da vazão e houve a necessidade de se apelar à população para que ela economize o recurso.

Ajuda para Socorro

Moradores das cidades que compõem a Região Metropolitana da macrorregião de Campinas estão mobilizados para ajudar as vítimas da enchente da cidade de Socorro, que foi atingida fortemente pelas chuvas da última segunda-feira. A tempestade provocou estragos em diversos pontos do município que integra o Circuito das Águas, uma das maiores desde 1983.

Segundo a Prefeitura e a Defesa Civil, foram 16 pontos de alagamento, com a água chegando à cintura dos moradores em algumas situações, e 10 desmoronamentos em vários bairros. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) calculou que choveu 116,6 mm em um período de de 3 horas, entre 18h10 e 21h10. Isso é 41% de todo o esperado para o mês de janeiro.

A recém-criada Agência de Desenvolvimento do Circuito das Águas Paulista, que conta com representantes de Socorro e das outras cidades que compõem o Circuito das Águas, agiram rapidamente para ajudar os socorrenses. Estão sendo solicitados itens como rodo, vassoura, esponja, palha de aço, absorvente, escova e pasta de dente, desodorante, amaciante, sabão em pedra, vassoura, sabão em pó, fralda RN e até móveis: sofá, cama, mesa, cadeira, guarda-roupa, entre outras. Isso porque alguns moradores perderam tudo. Para ajudar em dinheiro, o PIX foi disponibilizado pelo CNPJ 51.314.771.0001-94.

"Soubemos dos problemas que enfrentava Socorro ainda de madrugada. De imediato, interagimos para ver como poderíamos ajudar. Articulamos junto aos líderes da recém-criada Agência de Desenvolvimento das nove cidades do Circuito das Águas Paulista, definimos os pontos de coleta de donativos incluindo todas as cidades da região e começamos a divulgar e coletar ajuda. É dessa forma que queremos colaborar, com articulação, organização e ação imediata", disse a presidente da agência, Laura Santi, destacando a visão regional e objetivos de integração e apoio aos municípios do Circuito das Águas Paulista.

Confira os locais para a entrega de donativos. (alimentos não perecíveis, água, colchões e cobertores, produtos de limpeza e de higiene, utensílios de cozinha, ração de gatos e cachorros)

Nas cidades da Região Metropolitana de Campinas os pontos são:

✔ Campinas - Escritório Regional do Sebrae - Rua da Abolição, 881 - Bairro Ponte Preta

✔ Holambra - ACE - Associação Comercial de Holambra - Av. das Tulipas, 103 - Centro

✔Jaguariúna - EipCred Soluções Financeiras - Rua: Coronel Amâncio Bueno 236, Centro

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