DESABASTECIMENTO

Cidades da região de Campinas devem economizar água

Alerta foi dado pelo Consórcio dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí

Do Correio Poplar
28/06/2022 às 10:24.
Atualizado em 28/06/2022 às 10:24
Moradores da região de Campinas precisam evitar lavagem de calçadas, pois é prevista estiagem nos próximos meses (Ricardo Lima)

Moradores da região de Campinas precisam evitar lavagem de calçadas, pois é prevista estiagem nos próximos meses (Ricardo Lima)

O Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Consócio PCJ) alertou que as cidades da região de Campinas deverão adotar medidas para evitar o desabastecimento e até mesmo racionamentos durante o período de estiagem, que vai até o final de setembro. Neste ano, a previsão é que durante o inverno, de maneira geral, haverá chuvas abaixo da média, com poucas ocorrências de precipitação no sistema, como é normal para a época do ano, e que serão agravadas pelo La Niña. Segundo José Cezar Saad, coordenador de projetos do Consórcio PCJ, 2022 já começou com os reservatórios abaixo do previsto e, por isso, a situação é preocupante.

"Como iniciamos o ano com baixos níveis nos reservatórios, já que 2021 foi mais seco, com só um aumento de chuvas no final do ano, então as represas no final de janeiro estavam com os níveis que poderíamos chamar de preocupantes. Foram dias muitos quentes, o consumo aumentou, as pessoas esquecem de economizar, que não pode esquecer nunca, entre outros apontamentos", afirmou.

Saad disse que a perspectiva é que cidades da região deverão ter que fazer, em algum momento, algum tipo de racionamento de água para evitar problemas ainda maiores. "Este ano está começando igual aos anos anteriores. A perspectiva é que não seja muito diferente do que vem ocorrendo nos últimos tempos, com poucas chuvas neste período seco. Os reservatórios estão ficando com os níveis abaixo do que é esperado. Vai ser um ano difícil, onde provavelmente teremos municípios que vão necessitar de rodízios e racionamento no abastecimento. Isso, claro, se confirmar as previsões meteorológicas, que apontam para poucas chuvas", disse. 

Segundo o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), o inverno terá temperaturas acima da média dos últimos 30 anos e tempo seco. No dia 14 deste mês, o nível do Sistema Cantareira chegou aos 41,20% - o menor para o mês de junho dos últimos seis anos.
Segundo a série histórica dos últimos 30 anos, a média mínima e máxima para o mês de junho oscila entre o 7,8°C e 28,7°C. Para este mês, a expectativa é que as temperaturas estejam acima desse patamar. Já em julho, conforme a série histórica, as mínimas podem chegar a 6,9ºC e as máximas a 29,4ºC. 

"Nós esperamos temperaturas dentro ou acima dessa média, isso pensando na perspectiva a longo prazo. Já é um período de pouca chuva e a expectativa é que chova ainda menos", disse o meteorologista do Cepagri Bruno Bainy.

Cidades

Valinhos, por exemplo, no ano passado, precisou aplicar o racionamento em agosto pós a Prefeitura admitir que as manobras empregadas três dias antes para redirecionamento da água entre os bairros, por meio de alterações na pressão da rede, foram insuficientes para resolver os problemas. Neste ano, a cidade apostou em novas ações de prevenção.

"Hoje, há a reutilização da água de limpeza das Estações de Tratamento de Água (ETAs) I e II, que permite economizar aproximadamente 25 litros por segundo, e a aquisição de água por atacado de Campinas, com capacidade de receber até 25 litros por segundo", afirmou a Prefeitura de Valinhos por meio de nota.

Além disso, o município promoveu a substituição da antiga rede de cimento amianto e ferro fundido por nova rede em polietileno de alta densidade (PEAD), com troca de ramais e hidrômetros, em trecho com histórico de muitos vazamentos e manutenções (Vila Santana, Parque Santana e Jardim Pinheiros).
"Há também a nova linha de adução do Rio Atibaia, para captação de mais 90 litros por segundo (chegando ao total de nossa outorga lá), que está atualmente em construção", informou a Administração.

Indaiatuba

Já Indaiatuba ressaltou que ações realizadas nos últimos anos têm mantido o abastecimento mesmo nos períodos de forte estiagem. Houve ampliação Estação de Tratamento de Água do bairro Pimenta em 50% de sua capacidade, além da capacidade do reservatório passar de 30 para 62,8 milhões de litros. 

"Construímos, nas duas principais ETAs, um sistema de coleta e reaproveitamento da água de lavagem dos filtros e decantadores, diminuindo a perda em mais de 700 mil litros por dia. Também houve o desassoreamento de mananciais que revitalizam as nascentes, proporcionado o aumento de água bruta", disse a nota. Outras cidades foram procuradas, mas não houve retorno até o fechamento da reportagem.
 

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