Cias. aéreas low-cost descobrem Viracopos

Em cinco anos, a quantidade de passageiros internacionais no Aeroporto Internacional de Viracopos cresceu quase sete vezes. O total passou de 78 mil pessoas em 2012 para 545,2 mil pessoas em 2017. A expectativa é</IP> chegar em 602 mil neste ano. A ampliação de voos e destinos ajudou a alavancar o movimento em Campinas. De olho em um dos maiores mercados do País, empresas de baixo custo (low-cost da América do Sul começam a mostrar interesse em usar o terminal campineiro para rotas que atendam turismo e negócios. Recentemente, a Amaszonas iniciou um voo para Assunção, no Paraguai. Na semana passada, a Fly All Ways se reuniu com o comando da Aeroportos Brasil Viracopos (ABV), concessionária que administra o terminal, para avaliar a possibilidade de voar daqui para Curaçao, no Caribe. Em Viracopos, o fluxo de passageiros em voos internacionais puxou para cima os números de 2017. De acordo com balanço da concessionária, 545,2 mil pessoas usaram o terminal em voos para o Exterior. O aumento foi de 18%, se comparado aos 462 mil passageiros do ano anterior. Segundo a empresa, há sempre contatos com companhias aéreas que analisam o aeroporto como um possível destino para operações de passageiros. A expectativa é de ampliação de voos para outros países neste ano. Atualmente, Viracopos tem voos internacionais regulares para os Estados Unidos (Fort Lauderdale e Orlando) e Portugal (Lisboa) operados pela Azul Linhas Aéreas Brasileiras. A aérea até tentou um voo ligando Campinas a Buenos Aires (Argentina), mas o governo portenho barrou a iniciativa alegando que já existem operações saindo de São Paulo. Para representantes da área de turismo e aviação, o motivo seria outro: evitar mais uma concorrente para a Aerolíneas Argentinas no maior mercado emissor do Brasil. A Azul também oferece voos de temporada (Verão ou Inverno) para destinos como Punta del Este (Uruguai) e Bariloche (Argentina). No final de janeiro, a Amaszonas iniciou voos entre Campinas e a capital paraguaia. O foco é atender o público corporativo com aeronaves de 50 lugares. Viracopos já foi no passado um dos grandes hubs (centro de distribuição de voos) internacional no País. O aeroporto perdeu o posto com a entrada em operação em 1985 do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos. Recentemente, o terminal voltou a atrair companhias internacionais: American Airlines, Copa Airlines e a uruguai Pluna Airlines apostaram as fichas aqui. Mas vários fatores, como a crise econômica e a demanda, fizeram as aéreas encerrarem as operações em Campinas. Escolha O diretor comercial da Fly All Ways no Brasil, Eduardo Figueiredo, afirma que a companhia aérea do Suriname já tem as autorizações de órgãos brasileiros para realizar operações não regulares no País. “Decidimos estabelecer contato junto a potenciais parceiros, afim de entregar informações iniciais e conhecer necessidades relacionadas ao potencial de mercado existente”, diz. Caso defina pelo início das operações, a empresa pretende ter voos partindo do Estado de São Paulo. Mas a escolha do aeroporto terá como parâmetros a disponibilidade de slot (direito de pousar e decolar em aeroportos congestionados); capacidade técnica de atendimento; segurança; acesso e mobilidade e, principalmente, suprir as expectativas dos futuros clientes, segundo o executivo. Figueiredo diz que, a partir dos resultados apresentados pelos estudos realizados e em desenvolvimento, a empresa quer oferecer frequências conectando aeroportos do Brasil a Curaçao, no Caribe. “A certificação inicialmente obtida prevê operações não regulares, as quais serão adequadas em função das demandas conhecidas”, salienta. O executivo comenta que a empresa visitou Viracopos na última semana e também está avaliando outros terminais. Ele afirma que, após encontros realizados com representantes do setor de turismo brasileiro, as informações estão sendo avaliadas para garantir a execução do plano futuramente aprovado. O diretor comercial da Fly informa que a empresa pretende usar um Boeing 737-800 na operação. “O equipamento foi escolhido devido a sua capacidade, versatilidade e segurança. Também estudamos a incorporação de dois Boeing 767-200 à nossa frota”, revela. A companhia aérea tem hoje uma frota com três Fokker 70 e um Boeing 737-400. Os aviões já são utilizados em operações regulares e não regulares em rotas operadas pela companhia”, comenta. Sem informar valores, o executivo afirma que “os investimentos serão efetuados de acordo com as etapas do projeto, visando dar total garantia a execução do mesmo, se e quando aprovado”. “Nos demais projetos em execução, e nos atualmente em curso, temos como objetivo a incorporação de aeronaves, investimento e definição de frequências e destinos de acordo às respostas dos mercados em análise, afim de que todo e qualquer projeto tenha sua sustentação e retorno dos investimentos superando as expectativas do mercado e nossos parceiros”, diz. Em nota, a Aeroportos Brasil Viracopos (ABV) informa que “o Aeroporto Internacional de Viracopos confirma que há negociações em andamento com representantes da companhia aérea Fly All Ways e que tem interesse em desenvolver esta rota Viracopos-Caribe em parceria com a empresa”. A concessionária ressalta que “Viracopos tem toda a estrutura para atender esta possível nova rota, que interligará a região de Campinas a Curaçao” . A empresa informa que “em 2016, 462 mil pessoas viajaram para o Exterior por Viracopos, enquanto que em 2017, esse número subiu para 545 mil pessoas, representando crescimento de 18%. A expectativa é de crescer pelo menos 11% em 2018 em relação a 2017 na quantidade de passageiros internacionais”. A concessionária salienta que Viracopos é hoje o terceiro terminal no País em movimentação de passageiros para o Exterior. A ABV informa que o terminal possui hoje “voos diários para Orlando, Fort Lauderdale, Lisboa e Assunção. Além disso, deve ganhar três voos por semana para Bariloche na próxima temporada de Inverno, entre os meses de junho e setembro deste ano” .