Foi o fevereiro mais chuvoso dos últimos 20 anos nas represas do sistema, segundo a Sabesp; mês começou com reservatórios em 5% e agora estão em 11,1%
Chuva de fevereiro fez o Cantareira voltar a operar com a primeira cota do volume morto ( Cedoc/RAC)
As chuvas de fevereiro na região do Sistema Cantareira estão 47% acima do esperado para todo o mês. É o fevereiro mais chuvoso naquela região dos últimos 20 anos, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp). O volume de chuvas nos reservatórios entre quarta e quinta-feira (25 e 26) elevaram em 0,3 ponto percentual o nível de armazenamento nas represas, que operaram em 11,1% da capacidade. Entre quarta e quinta-feira choveu 15,2 milímetros, elevando para 292 mm o acumulado do mês naquela região - a média histórica de fevereiro é de 199,1 mm. O sistema, que começou o mês em 5%, teve em fevereiro o mês mais chuvoso e com mais elevações desde o começo da crise, em janeiro de 2014. A alta desta quinta-feira foi 24ª de fevereiro e a 22ª consecutiva, mas a situação ainda é crítica. A estação chuvosa está terminando e as represas têm que acumular água para enfrentar os meses mais secos. Ajuda dos rios Além do volume de chuva acima da média, o sistema está se beneficiando do aumento da vazão dos rios que desaguam em seus reservatórios. Segundo a sala de situação dos Comites das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiai (PCJ), entraram nos reservatórios nesta quinta-feira 34,3 metros cúbicos por segundo (m3/s) e foram descarregados 0,45 m3/s nos rios Jaguari e Atibaia e 4,33 m3/s foram transferidos para a Grande São Paulo. Nessa contabilidade, os reservatórios conseguiram segurar 86% do volume afluente, o que está ajudando a elevar o percentual de armazenamento. Desde terça-feira, os reservatórios estão operando dentro da primeira cota de volume morto, formada por 182 bilhões de litros. Essa primeira cota começou a ser bombeada pela primeira vez na história do Cantareira em 15 de maio e zerou em 15 de novembro, quando então teve início a exploração da segunda cota, de 105 bilhões de litros. Cota reposta As chuvas de janeiro e de fevereiro conseguiram repor a segunda cota e o sistema está no momento começando a repor a primeira cota. Apesar disso, o conjunto de represas, que abastece 6,2 milhões de pessoas na Grande São Paulo e cerca de 3 milhões na região das Bacias PCJ, ainda precisa chegar a 29,2% da capacidade para conseguir recuperar os 182 bilhões de litros e passar a operar com volume útil. Desde o início de fevereiro não houve queda no nível do Cantareira, apenas estabilidade ou aumento. A taxa média de elevação diária desde o início do mês está em 0,2%. Mantendo esta média, o nível de armazenamento chegaria aos 14% até o fim da primeira quinzena de março. A marca de 14% foi proposta pelo governo estadual para afastar o racionamento de água amplo oficial. Segundo a Climatempo, As pancadas de chuva vão continuar nos próximos dias sobre os mananciais que abastecem a Grande São Paulo. Não há expectativa de chuva prolongada e generalizada, mas pancadas irregulares que em diferentes áreas e intensidades sobre as represas. Mesmo assim, o nível dos reservatórios tende a subir.