NOVO CALENDÁRIO

Chuva impede início pleno do Mário Gattinho em fevereiro

Hospital informa que cronograma de obras sofreu atraso devido ao tempo instável

Bianca Velloso/ [email protected]
15/02/2023 às 09:25.
Atualizado em 15/02/2023 às 09:25
Setor de acolhimento e espera de pacientes no novo hospital municipal infantil Mário Gattinho, que ainda encontra-se em obras: usuários reclamam de demora no atendimento (Rodrigo Zanotto)

Setor de acolhimento e espera de pacientes no novo hospital municipal infantil Mário Gattinho, que ainda encontra-se em obras: usuários reclamam de demora no atendimento (Rodrigo Zanotto)

Previsto inicialmente para ocorrer neste mês de fevereiro, o início da operação plena do hospital municipal infantil Mário Gattinho sofrerá um atraso no seu cronograma inicial de implantação, devido às chuvas que castigam a região de Campinas desde dezembro. A informação foi confirmada na terça-feira (14) pela administração do hospital. Dessa forma, a transferência da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, a implantação de novo centro cirúrgico e o remanejamento da enfermaria não serão mais realizados este mês, conforme estabelecido anteriormente, sem uma data prevista para isso. A transferência das instalações - que precisa ocorrer em um único dia - depende do término das obras, que ainda não estão concluídas por causa do tempo instável. 

Em nota, a Rede Mário Gatti, que administra o hospital pediátrico Mário Gattinho, informa que o calendário está sendo reavaliado. Em razão disso, o seu funcionamento pleno segue sem previsão. "As intensas chuvas de dezembro e janeiro causaram alguns transtornos no ritmo das obras e, em função disso, o cronograma de entrega da Unidade Pediátrica Mário Gattinho está em reavaliação para definir se a transferência da enfermaria e da UTI pediátricas, que funcionam no quarto andar do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, e a implantação do novo centro cirúrgico, ocorrerão na data prevista ou se haverá atraso. Para que haja a transferência, as obras precisarão estar concluídas. A data será informada após a reavaliação do cronograma", diz a nota.

Até o momento, o Mário Gattinho conta apenas com o pronto-socorro, inaugurado no dia 20 de dezembro, conforme o Correio Popular antecipou. Desde a abertura, a unidade atendeu 6.986 pacientes pediátricos de urgência e emergência, em 56 dias de atividade. Em janeiro, foram realizadas a média diária de 106 consultas e em fevereiro a média de atendimentos diários já está na casa de 174.

Quando foi inaugurado, o prefeito de Campinas Dário Saadi (Republicanos) lembrou que desde 1993 Campinas não tinha um hospital específico para pediatria. "Agora, este será o hospital, que não é filantrópico, é municipal e com 100% de atendimento ao SUS. Ganham a pediatria, as crianças, pais e mães. E, principalmente, as crianças que serão atendidas por servidores, funcionários totalmente especializados, que somente atendem a crianças", disse o prefeito na ocasião. 

Apesar da infraestrtura ser nova, os pais das crianças que vão ao Mário Gattinho reclamam do hospital. "Gostei da infraestrutura, ficou muito bonito. Mudou o local. Ficou bonito, mas não está adiantando nada. Piorou muito a questão da demora, lá embaixo (Mário Gatti) o atendimento era mais rápido", disse Lígia Padovani, que tinha o costume de levar a filha ao Mário Gatti e agora passou a levá-la ao Mário Gattinho. 

Rebeca Jerônimo Rodrigues disse que o atendimento está mais demorado que o normal. "Estou desde as nove horas da manhã aqui. Minha filha foi atendida às 13 horas, fez exame e agora temos que esperar de 3 a 4 horas para sair o exame", Rebeca reclamou da ausência de telões na parte externa do hospital para que as pessoas acompanhem as senhas. "Não tem telão, a gente tem que ir lá dentro para ver. Também não tem muito banco, tem muita mãe de pé ali", relatou.

Natuane Camargo da Silva, que disse sempre frequentar a Rede Mário Gatti, elencou alguns dos problemas que ela encontrou no Mário Gattinho. "Sempre frequentei o Mário Gatti. É sempre a mesma coisa, lá era mais rápido, demorava, mas aqui é pior. A gente pergunta informação e dizem para aguardar o médico. O banheiro é muito sujo. Não tem banco para sentar também", pontuou. 

Marli Silva relatou que teve que limpar o vômito da filha no saguão do hospital. "Ela já chegou vomitando. Tive que limpar, não era nem a minha função", disse. Marina Soledade disse que apesar de o Mário Gatti ser mais cheio, o atendimento era mais rápido. "Lá era mais rápido, era mais cheio, mas era mais rápido. Aqui não tem local para sentar e tem criança sentada no chão, aí temos que ficar aqui com esse mormaço quente. A criança já está incomodada, com mal estar e com febre", relatou.

Procurada pela reportagem, a Rede Mário Gatti respondeu às queixas feitas pelos usuários alegando que os atendimentos são organizados por ordem de gravidade. "A Unidade Pediátrica Mário Gattinho vem enfrentando procura crescente por atendimento médico em seu pronto-socorro. Os pacientes passam por classificação de risco e são atendidos de acordo com a gravidade dos casos. Os casos mais graves têm prioridade, enquanto aqueles, leves, aguardam mais tempo". 

Em relação à falta de funcionários para limpeza, o hospital disse que desconhece o fato. "Não procede a informação de falta de funcionários para limpeza e a equipe é orientada a acioná-los sempre que houver necessidade", afirmou a nota. Sobre a falta de bancos para acomodar os pacientes, a nota diz que o hospital estão em reforma. "Em relação ao número insuficiente de assentos, é preciso lembrar que o Mário Gattinho está em obras e vários setores serão melhorados de acordo com a necessidade", encerrou.

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