Seis cidades foram atingidas pela tempestade no fim da tarde desta quinta-feira
Asfalto foi levado pela força da chuva na Avenida Jorge Tibiriçá (Rodrigo Zanotto/Especial para a AAN)
A forte chuva que atingiu a região no fim da tarde desta quinta-feira (7) provocou estragos em casas de pelo menos seis cidades — Campinas, Hortolândia, Sumaré, Paulínia, Mogi Mirim e Santa Bárbara d’Oeste. Segundo o Centro de Operações do Corpo de Bombeiros (Cobom) foram registrados alagamentos, quedas de árvores, destelhamentos e várias pessoas ilhadas. Ninguém se feriu.
De acordo com Sidnei Furtado, coordenador regional da Defesa Civil, choveu entre 60 milímetros e 78 milímetros em apenas 40 minutos.
Em Campinas, ao menos quatro pessoas foram resgatadas de dois carros que ficaram ilhados no distrito de Barão Geraldo. O resgate levou cerca de 20 minutos. Os bombeiros também registraram quatro quedas de árvores sobre veículos e oito alagamentos. Na Avenida Jorge Tibiriçá, no bairro Swift, o asfalto ficou totalmente destruído pela força da água que desceu pela via. Uma motocicleta foi arrastada pela água.
Em Mogi Mirim e Santa Bárbara d’Oeste foram registrados destalhamentos. No bairro Bom Retiro, em Sumaré, duas casas foram destelhadas e a queda de uma árvore na rede elétrica deixou o bairro sem luz.
Hortolândia
No bairro Santa Clara 1, em Hortolândia, ao menos dez casas ficaram debaixo d’água. Juliana Oliveira Ferreira, de 22 anos, casou-se há um mês e já passou por uma experiência desagradável. Nesta quinta, ao chegar do trabalho, encontrou sua casa alagada e seus móveis, roupas e sapatos novinhos debaixo d’água. “A sorte é que minha mãe me ajudou e conseguimos salvar quase tudo”, disse.
A aposentada Isabel Francisca Martins, de 76 anos, estava desolada. O filho dela perdeu todos os móveis. “Tenho 76 anos e nunca tinha visto uma coisa dessas. Era muita água. Moro aqui há 35 anos, já passei por muita coisa, mas igual hoje (7)nunca tinha visto. Vou levar ele (o filho) para dormir na minha casa. É só o que eu posso fazer”, disse.
Fernando Donizete Silva, de 33 anos, mora há quatro anos no local, já passou por várias enchentes nas também ficou assustado com a chuva de ontem. “É a terceira vez que eu perco minhas coisas, mas nunca tinha visto tanta água. Foi muito rápido e forte.” Ele e a esposa mandaram os filhos de 10 e de 4 anos para a casa dos avós e decidiram limpar e ficar no imóvel. “Vamos ficar aqui para tentar salvar o que restou, caso chova de novo”, disse.
Para Genílson Araújo da Costa, de 21 anos, a situação é ainda pior. Ele paga aluguel e já fez até uma mureta para evitar a entrada da água, mas desta vez, não teve jeito. “É a quinta vez em um ano que alaga tudo. Fiz a mureta, que já me ajudou em outras vezes, mas hoje (7) não teve jeito. Pior que não temos para onde ir com meu filho, de dois anos. O jeito é limpar e ficar por aqui, mesmo.”