Cantareira

Choveu até agora só 14% do esperado no mês

O cenário é semelhante ao de 2013, quando a região caminhava para a mais grave crise hídrica e o Cantareira registrava 56,3% de volume útil armazenado

Maria Teresa Costa
teresa@rac.com.br
18/02/2018 às 21:13.
Atualizado em 22/04/2022 às 13:51

O Rio Atibaia, em Sousas, que está com o nível bem elevado em razão das chuvas na região e é responsável pelo abastecimento de 95% de Campinas (Leandro Torres)

Mesmo com as chuvas dos últimos dias, as precipitações neste Verão estão muito abaixo do esperado para o mês no Sistema Cantareira, que atingiu ontem 51,1% de sua capacidade de armazenamento de volume útil. Choveu nos primeiros 18 dias de fevereiro na região dos reservatórios apenas 14,1% do volume de 203,4 milímetros esperado para o mês. O cenário é semelhante ao de 2013, quando a região caminhava para a mais grave crise hídrica e o Cantareira registrava 56,3% de volume útil armazenado. A avaliação do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) é que, se até o início da estiagem, em abril, o reservatório atingir 65% de armazenamento, então a região de Campinas estará a salvo de uma nova crise este ano. Para que isso ocorra, é necessário que os volumes de entrada e saída de água das barragens se mantenham no nível de janeiro. A Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp) informou, no início do mês, que não existe neste momento motivo para preocupação em relação ao Sistema Cantareira, porque a empresa tem hoje um sistema de abastecimento mais robusto do que o existente poucos anos atrás, com mais interligações entre os sistemas que abastecem a Grande São Paulo e maior capacidade de tratamento de água. Além disso, houve mudança no padrão de consumo da população da Região Metropolitana de São Paulo, atualmente em média 15% menor do que antes da crise hídrica. Nas próximas semanas entrarão em funcionamento o novo Sistema Produtor São Lourenço e a interligação Jaguari-Atibainha, duas grandes obras que trarão mais 11.530 litros de água por segundo para o abastecimento da Grande SP, volume suficiente para abastecer 3,5 milhões de pessoas. A interligação aumentará a disponibilidade de água para o Cantareira, enquanto o São Lourenço poderá atender cidades que hoje utilizam água daquele sistema. Volume morto Os reservatórios tinham ontem 500,9 bilhões de litros de volume útil. Essa quantidade de água fica acima do chamado volume morto, uma reserva técnica que só pode ser aproveitada com bombeamento, como ocorreu na crise hídrica de 2014 e 2015. As chuvas de janeiro nas barragens, de 276,6 milímetros (mm), superaram a média histórica do mês, que é de 262,6mm. Mas fevereiro já não está sendo muito eficiente de chuvas na região dos reservatórios — choveu até onde apenas 28,8mm para uma média esperada do mês de 203,4mm. A necessidade é de atenção, porque a região de Campinas é muito dependente de chuva e é preciso economizar, para garantir maior reserva nas barragens. Campinas registra 20,8mm em 24 horas A chuva deixou a região de Campinas em estado de observação, informou a Defesa Civil. O maior volume em 24 horas foi registrado em Águas e Lindoia e Itupeva, com 41 milímetros. Campinas registrou 20,8mm. Não havia registro de ocorrências até as 14h de ontem. O sistema de monitoramento dos rios das Bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiaí também não registrou alagamentos. Com as chuvas, o Cantareira liberou ontem 0,25 metro cúbico por segundo (m³/s) no Rio Jaguari e 0,45 m³/s no Atibaia e enviou 23,8 m³/s para a Grande São Paulo. Em Campinas, o Rio Atibaia, responsável pelo abastecimento de 95% da população, a vazão ficou em 19,3 m³/s, volume 44% abaixo da média histórica do mês. Se a situação mudar e os reservatórios não chegarem a abril armazenando mais de 65% de sua capacidade, um socorro virá da transposição das águas da represa Jaguari, na Bacia do Paraíba do Sul, para a represa Atibainha em Nazaré Paulista e que integra o Sistema Cantareira. A operação dessa transposição está em vias de ser iniciada. É uma obra construída pela Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp), para garantir a segurança hídrica de São Paulo.

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