trem intercidades

Chineses mostram interesse no TIC

O Trem Intercidades, que ligará Campinas a São Paulo, despertou o interesse de Chen FengJian, presidente da China Railway Construction Corporation

Gilson Rei
06/08/2019 às 07:25.
Atualizado em 30/03/2022 às 19:48

O Trem Intercidades (TIC), que ligará Campinas a São Paulo, despertou o interesse de Chen FengJian, presidente da China Railway Construction Corporation (CRCC), maior grupo chinês de construção ferroviária. A notícia foi dada ao governador João Doria (PSDB), ontem— primeiro dia de reuniões da missão internacional à China —, no seminário Doing Business in São Paulo and China (Fazendo negócios em São Paulo e China), evento promovido pela agência de investimentos do Governo de São Paulo e Bank of China, na sede da instituição financeira.  Chen FengJian, presidente da CRCC, destacou que o TIC é um dos principais projetos de interesse para investimento no Estado de São Paulo, entre outros que a empresa pretende realizar no setor de infraestrutura. FengJian fez sua declaração no seminário “O Potencial Econômico e de Negócios do Estado de São Paulo”. "A CRCC considera o Estado de São Paulo um mercado promissor para investimentos em infraestrutura, principalmente no TIC, que é o principal projeto ferroviário. A visita do governador Doria a Pequim demonstra o real interesse para fortalecer a relação bilateral entre Brasil e China e a confiança da cooperação comercial", destacou FengJian. O interesse foi reforçado depois do evento, em um almoço de Doria com FengJian, da CRCC. Outro encontro importante que poderá auxiliar na viabilização do TIC foi uma reunião do governador com o presidente do Fundo de Cooperação Industrial para Expansão e Capacidade Produtiva Brasil-China, Han Hong Mei. "Estamos bastante satisfeitos com o primeiro dia da missão à China. Participamos de reuniões importantes e promissoras para o Estado. A principal delas foi com FengJian, do grupo CRCC, um dos maiores grupos de construção ferroviária da China, onde foi apresentado com mais detalhes o projeto de desestatização e de infraestrutura ", comentou Doria. Missão A Missão China é a quarta missão empresarial de São Paulo no mercado externo e a maior de todas. Em busca de investimentos para o Estado de São Paulo, Doria, junto com um grupo de empresários e secretários de estado, desembarcou ontem em Pequim, onde fica até dia 11, com agenda também nas províncias de Xian e Xangai. Duas inovações integram a Missão China. Uma delas é a ida de representantes de 35 empresas brasileiras para contato direto com investidores internacionais. O segundo fator inovador é a abertura do escritório da InvestSP em Xangai, na China, na próxima sexta-feira. O escritório vai ser um ponto de apoio para as empresas brasileiras, localizadas em São Paulo, na exportação de produtos e serviços. A InvestSP vai também apoiar o governo no programa de desestatização. Projeto O projeto do TIC deverá ser feito por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP). A licitação está prevista para ocorrer no ano que vem. O projeto prevê dois tipos de trens. Um deles será um trem expresso, que circulará em trecho de 102 quilômetros, com três paradas (Barra Funda, em São Paulo, Jundiaí e Campinas), com tempo de viagem estimado em 60 minutos. O outro, da linha 7-Rubi da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), terá serviço parador, para atender Valinhos, Vinhedo, Louveira e Jundiaí e que se integrará com a linha 7 em Francisco Morato. O parador terá 65 quilômetros de extensão e nove paradas — Botujuru, Campinas, Campo Limpo Paulista, Francisco Morato, Jundiaí, Louveira, Valinhos, Várzea Paulista e Vinhedo. A linha 7, no trecho Luz-Jundiaí terá 60,5 quilômetros, com 18 estações e demanda de 473 mil passageiros por dia. Estudo pronto O governo do Estado de São Paulo já finalizou todos os estudos e levantamentos de viabilidade técnica e está pronto para implantar o Trem Intercidades. A informação foi dada pelo vice-governador Rodrigo Garcia (DEM), na abertura do Fórum RAC 2019, na quarta-feira passada, que teve como pauta os desafios e oportunidades dos setores de transporte e logística. Para que a licitação seja realizada está pendente, agora, a nova contratualização das ferrovias responsáveis por estes trechos. "Esta será a certidão de nascimento do TIC. A União deve estabelecer no contrato a obrigatoriedade do compartilhamento das vias para o governo do Estado de São Paulo para efeito de transporte de passageiros", explicou, informando que essa cláusula contratual já foi pactuada entre o governo paulista e o federal. De acordo com Garcia, em um segundo momento, será pensada a ligação do TIC com o Aeroporto Internacional de Viracopos. A ação vai melhorar o tráfego de veículos na Rodovia Santos Dumont (SP-075), que liga Campinas as cidades de Indaiatuba, Salto e Itu, aliviando também as rodovias Anhanguera (SP-330) e Bandeirantes (SP-348). Garcia assegurou ainda que, caso não aconteça uma mudança brusca, o trem, que andará a 240 quilômetros por hora, vai utilizar biodiesel que é menos poluente, mais econômico e eliminaria a necessidade de eletrificação da via. Com essa alternativa de fonte de energia, o TIC deverá consumir R$ 6 bilhões, ao contrário dos R$ 7 bilhões estimados inicialmente.

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