Piracicaba, um dos mais afetados pela seca, teve vazão 3 vezes maior que a média e transbordou. m Campinas, o Rio Atibaia atingiu uma vazão de 42,3m3/s,21,5% acima da vazão da média
Rio Piracicaba passou a média de vazão para fevereiro e Defesa Civil está em alerta ( Del Rodrigues/ Gazeta de Piracicaba)
Os principais rios das Bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) tiveram aumento significativo na vazão nesta quarta-feira (18) e colocaram os sistemas de Defesa Civil em alerta. As chuvas fizeram o Rio Piracicaba transbordar no distrito de Ártemis, que registrou, às 13h50, uma vazão de 749,9 metros cúbicos por segundo (m3/s), o triplo da média histórica do mês. No mesmo horário, o Rio Atibaia, em Atibaia e Itatiba, registrou vazões de 28,8m3/s e 46,9m3/s, respectivamente, e também extravasou em alguns pontos. Durante todo o dia, o Rio Piracicaba, em Piracicaba, esteve em estado de emergência. Foi declarado estado de atenção no Rio Atibaia, em Paulínia, e no Rio Jaguari, em Jaguariúna e Limeira. Já o Rio Atibainha, em Nazaré Paulista, e o Piracicaba, em Americana, estiveram em estado de alerta. Sem inundações Apesar do extravasamento dos rios Piracicaba e Atibaia, a água não chegou a invadir residências, segundo a Defesa Civil dessas cidades. A região do Piracicaba em que houve transbordamento do rio, em Ártemis, é uma área de ranchos e que nesta quarta estavam fechados. Segundo os agentes que foram ao local verificar a situação, as casas estão longe dos locais em que o rio transbordou. O Piracicaba, depois de enfrentar mortandade de peixes no ano passado por causa da estiagem, retornou a uma vazão significativa, que fez ser declarado estado de emergência na região da Rua do Porto, um dos cartões postais da cidade. A emergência ocorre quando o rio, naquele ponto, atinge uma profundidade de 4,2 metros — às 13h50, o rio estava com 4,39m, bem acima da média histórica de fevereiro, que é de 2,56m. Situação mais crítica A situação mais crítica é do distrito de Ártemis, cujo nível chegou 4,74m, o dobro da média histórica do mês, que é de 2,26m. A vazão ficou em 749,9m3/s, três vezes maior que a média de fevereiro. A elevação ocorreu pela grande quantidade de chuva que caiu na cidade e ao longo do rio e seus afluentes. Em Piracicaba choveu 214 mm entre 7h30 e 8h30 de ontem, segundo o sistema de monitoramento do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee). Agentes da Defesa Civil passaram o dia percorrendo trechos dos rios para monitorar a elevação de nível e alertar a população para a possibilidade de transbordamento. Em Atibaia, o extravasamento do rio não trouxe problemas para a população, situação bem diferente da que foi registrada em 2010. A Defesa Civil informou que a situação é exclusivamente motivada pelas chuvas, ao contrário do que ocorreu há cinco anos, quando a Sabesp liberou um grande volume de água no rio por meio das represas de Nazaré Paulista e Piracaia, que estavam cheias, e deixou dezenas de desabrigados. Naquele ano, a enchente inundou 450 casas. Nas regiões de inundação não há mais residências — as famílias que viviam na várzea do rio foram removidas para conjuntos habitacionais. Em Campinas, o Rio Atibaia atingiu uma vazão de 42,3m3/s — valor que está 21,5% acima da vazão média histórica de fevereiro, que é de 34,8m3/s.