Após longa novela, o primeiro lote de 1 milhão de doses é entregue e ministro promete mais 16 milhões
Chegada do primeiro lote de um milhão de vacinas da Pfizer contra a covid-19, ontem à noite no Aeroporto Internacional de Viracopos: esperança (Diogo Zacarias/ Correio Popular)
Com forte esquema de segurança que contou com cerca de 120 pessoas, entre agentes da Receita Federal, Polícia Federal, pessoal da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Aeroporto Internacional de Viracopos, chegou no início da noite de ontem o primeiro lote de vacinas da Pfizer em Campinas. No total, um milhão de doses da farmacêutica norte-americana chegou ao Brasil. A previsão para os próximos seis dias é de distribuir 16,8 milhões de doses da vacina, segundo informou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que acompanhou a chegada da vacina. Esse é o terceiro imunizante que fica à disposição do governo brasileiro para ser usado pelo Programa Nacional de Imunização. Na campanha já são usados Astrazeneca e CoronaVac.
A chegada da vacina contou com a presença dos ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, das Comunicações, Fábio Faria, e do ministro das Relações Exteriores, Carlos França, além do presidente da Pfizer na Améria Latina, Carlos Eduardo Murilo. Recepcionaram a comitiva federal o prefeito Dário Saadi (Republicanos) e o Secretário de Saúde Lair Zambon.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em discurso, falou de esperança no fim da pandemia e da parceria entre o governo brasileiro e a farmacêutica norte-americana. "O governo federal tem o dever de levar imunizantes eficientes e aprovados pelas nossas agências. Assim vamos angariar a confiança da sociedade brasileira. Nossa relação com a Pfizer é de longa data. Uma vacina aprovada, com eficiência comprovada e aplicabilidade em todo mundo. O recebimento dessas doses é mais uma demonstração cabal do governo federal de apoio a ciência", disse.
Segundo o ministro, a chegada de mais esse lote é a prova de que o governo federal tem capacidade de promover uma campanha de imunização em massa. "Negacionismo é negar o óbvio. Nos próximos seis dias serão distribuídas 16,8 milhões de doses de vacina, o que equivale a população de vários países, como Portugal. E isso graças ao programa nacional de imunização. São 38 mil salas de vacinação e uma capacidade de vacinar mais de dois milhões de pessoas por dia", disse.
Em voo que saiu da Bélgica e passou por Miami, nos Estados Unidos, o primeiro lote de vacina da Pfizer que chega ao Brasil foi transportado ainda na noite de ontem para o centro de armazenamento na capital, onde ficará à disposição do Governo Federal, que fará a distribuição nacional, conforme prevê o Programa de Imunização Nacional.
Segundo informações do Ministério da Saúde, as doses serão distribuídas para os 26 estados e o Distrito Federal. A orientação é que sejam priorizadas as capitais devido às condições de armazenamento da vacina, que demanda temperaturas muito baixas.
Conforme o Ministério da Saúde, os entes federados receberão de forma proporcional e igualitária. Os frascos serão entregues em temperaturas entre -25ºC e -15ºC, cuja conservação pode ser feita apenas durante 14 dias. Após entrar na rede de frio, com temperaturas de armazenamento entre 2ºC e 8ºC, o prazo para aplicação é de cinco dias. Dentro da aeronave, as vacinas foram transportadas a uma temperatura de -70ºC.
Por essa razão, o Ministério informou que enviará duas remessas diferentes. Cada uma delas terá 500 mil doses e será referente, respectivamente, às primeira e segunda doses que cada cidadão deverá receber.
O Ministério da Saúde comprou 100 milhões de doses do imunizante. Em março, em reunião com a farmacêutica, a pasta apresentou a previsão de que até junho seriam entregues 13,5 milhões de doses.