drama urbano

Chácara da Barra: praça vira ponto de uso de drogas

A área virou uma espécie de nova cracolândia campineira, segundo avaliação dos próprios cidadãos, que pararam de frequentar o espaço

Beatriz Maineti
09/09/2018 às 08:53.
Atualizado em 22/04/2022 às 00:51
Tenda montada por moradores de rua na Praça Iolanda Aparecida Villela Dirani, na Chácara da Barra, em Campinas: local passou por uma revitalização recente e conta com manutenção frequente pela Prefeitura (Thomaz Marostegan/Especial para a AAN)

Tenda montada por moradores de rua na Praça Iolanda Aparecida Villela Dirani, na Chácara da Barra, em Campinas: local passou por uma revitalização recente e conta com manutenção frequente pela Prefeitura (Thomaz Marostegan/Especial para a AAN)

A Praça Iolanda Aparecida Villela Dirani, na Chácara da Barra, em Campinas, apesar de bem cuidada pela Prefeitura em termos estruturais, virou motivo de preocupação para os moradores do bairro, que convivem diariamente com usuários de drogas no local. A área virou uma espécie de nova “cracolândia” campineira, segundo avaliação dos próprios cidadãos, que pararam de frequentar o espaço, com medo dos visitantes indesejados, que lotam de lixo a praça e o Córrego Proença, na Avenida José de Souza Campos (Norte-Sul). Os moradores preferem evitar o local, e alguns dizem já ter presenciado brigas entre os usuários de drogas. No ponto da praça próximo à Norte-Sul, os moradores de rua montaram uma espécie de tenda para se abrigar do frio e da chuva, e viraram vizinhos das carpas que ocupam o lago da praça. Um pouco mais próximo à área comum, é possível ver os restos de sua vida cotidiana jogados no chão, como roupas que eles já não usam mais, sapatos e restos de comida e embalagens. A população, entretanto, se preocupa mais com as atividades realizadas por eles na praça, como o consumo constante de drogas e as brigas. Entretanto, apesar do problema com os novos moradores da praça, o local passou por uma revitalização recente e vive uma boa fase estrutural. De acordo com os próprios moradores, a manutenção no local acontece frequentemente, a cada três meses, em média, e o lago com as carpas é cuidado, também, pela população. Durante a visita da reportagem ao local, uma equipe podava as árvores e já retirava os galhos do chão, para que isso não atrapalhasse ainda mais a população. De acordo com um morador do bairro, que preferiu não se identificar, a sujeira e falta de cuidados não é o problema, mas sim os “novos craqueiros que ocuparam o espaço”. Para Fernanda Passos, moradora do bairro, de 37 anos, a situação está insustentável. “A presença deles vem sendo mais notada nos últimos seis meses, quando começaram a vir com mais força para cá”, contou. Segundo ela, os usuários de droga se instalaram próximo ao córrego, e jogam ainda mais lixo ali. “Os moradores não podem mais passear por ali com tranquilidade, ficamos com medo de que eles fiquem agressivos por causa da droga e acabem fazendo algo de ruim”, disse Fernanda. Para ela, o problema precisa ser resolvido, mas da maneira correta. “Os usuários da praça precisam de assistência social.” Prefeitura Em nota, a Prefeitura informou que a equipe do Serviço de Orientação Social (SOS) Rua realiza atendimento sistemático com o grupo de pessoas em situação de rua que utiliza um espaço na Praça Iolanda Aparecida Villela Dirani. De acordo com a equipe técnica da Administração, “o grupo tem recebido de forma positiva a aproximação das duplas de atendimento que continuamente oferecem a esses cidadãos outras opções para que deixem a rua e busquem os serviços que compõem a rede de atendimento municipal. As abordagens ocorrem semanalmente, de acordo com a demanda. O serviço de cata-treco também atua no local e a presença da Guarda Municipal é constante na região”, informa a Prefeitura.

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