EM CAMPINAS

Cesta básica em junho atinge o maior valor da série histórica

Preço no município subiu 4,79% e alcançou o recorde de R$ 781,23; no primeiro mês da pesquisa, setembro de 2022, custo era de R$ 688,67

Eliane Santos/[email protected]
12/07/2024 às 07:28.
Atualizado em 12/07/2024 às 10:50
O valor da cesta básica em Campinas teve alta de 4,79% em junho: de 13 itens pesquisados, apenas o feijão apresentou redução de preço (-6,08%) (Alessandro Torres)

O valor da cesta básica em Campinas teve alta de 4,79% em junho: de 13 itens pesquisados, apenas o feijão apresentou redução de preço (-6,08%) (Alessandro Torres)

O preço da cesta básica em Campinas teve alta de 4,79% no mês de junho e atingiu o maior valor da série histórica, R$ 781,23, mantendo a posição de quinta mais cara do país, atrás apenas de capitais, como Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis e Porto Alegre. Pelo levantamento mensal, feito pelo Observatório da PUC-Campinas, a alta acumulada no primeiro semestre chega a 9,41%.

A pesquisa de preço dos 13 itens que compõem a cesta teve inicio em setembro de 2022 e segue a metodologia do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em relação aos produtos pesquisados e quantidades, conforme cada região do país. A marca histórica anterior foi atingida em fevereiro deste ano, quando a cesta chegou ao custo de R$ 761,34.

O crescimento no preço da cesta em junho foi o segundo consecutivo em 2024, resultando em um aumento de R$ 35,72 na comparação com o mês de maio, mês em que o Observatório apurou que o valor foi de R$ 745,51.

Para o professor e economista Pedro de Miranda Costa, coordenador do estudo, o aumento de alguns itens no último mês pode estar relacionado às condições climáticas que afetam a produção agrícola. Já no caso do leite longa vida, ele acredita se tratar de uma questão de ajuste de preços no mercado produtivo.

“Já esperávamos uma alta no valor da cesta de junho, mas o índice de 4% até nos surpreendeu. A tendência para o próximo mês é de queda”, disse o pesquisador.

Como a pesquisa compara o custo dos alimentos com o salário mínimo, atualmente em R$ 1.412, a cesta básica no município compromete 55,3% do valor. Segundo a pesquisa, levando em conta a preconização de que a remuneração mínima seja suficiente para a aquisição de três cestas, o salário mínimo deveria ser de R$ 2.343,70. A avaliaçãoleva em consideração uma família composta por quatro pessoas: dois adultos e duas crianças.

ITENS

Apenas um dos 13 itens pesquisados apresentou redução no preço, o feijão (-6,08%). Todos os demais tiveram alta. Destaque para o tomate, que puxou a fila com o preço 18,87% mais caro, e a batata, com 13,19%. Leite (alta de 6,51%), banana (4,61%), arroz (4,16%), café (3,06%), pão francês (2,71%), óleo (2,62%), manteiga (1,74%), farinha (0,83%), açúcar (0,44%) e carne (0,41%) são os outros itens que constam no levantamento e que tiveram alta.

Os mesmos três produtos que tiveram as maiores altas no mês de junho também são os que mais sofreram elevação no preço no acumulado do ano. Amaior alta é a da batata, com acréscimo de 53,22% em seis meses, com o tomate (31,46%) e o leite (26,83%) na sequência. A farinha teve a maior queda no preço acumulado (-5,05%).

Em setembro de 2022, quando o primeiro levantamento foi realizado, a cesta básica custava R$ 688,67.

O estudo do Observatório PUC-Campinas aponta que a cesta básica na cidade é a quinta mais cara no país em comparação ao levantamento feito pelo Dieese em 17 capitais brasileiras. O acompanhamento mensal do Dieese revela que os maiores valores apurados estão na cidade de São Paulo, com custo de R$ 832,69, Rio de Janeiro, com R$ 814,38, Florianópolis, R$ 816,06, e Porto Alegre, com a cesta no valor de R$ 804,86.

Já a cesta básica mais barata é em Aracaju, R$ 561,96. No entanto, é preciso considerar que a quantidade dos itens que formam a cesta na capital de Sergipe é diferente por levar em conta os hábitos alimentares regionais.

A metodologia empregada pelo Dieese divide o país em três regiões, formadas pelos Estados do Sudeste mais Goiás e Distrito Federal, Norte/ Nordeste e Sul mais Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em Sergipe, por exemplo, a cesta básica leva em conta o consumo de 4,5 quilos de carne por pessoa por mês, enquanto em São Paulo, a quantia é de 6 quilos. Por outro lado, na capital sergipana, são 12 quilos de tomate contra 9 quilos na paulista.

Para chegar ao valor da cesta básica em Campinas, os pesquisadores apuraram os custos dos produtos em 28 estabelecimentos, todos em supermercados localizados em bairros ao redor da área central. As pesquisas são realizadas entre a segunda e terceira semana do mês, e sempre no mesmo dia para não haver influência sobre promoções em diferentes estabelecimentos.

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