Cepagri prevê que domingo será o dia mais quente do ano

Após a frente fria que passou pela região na semana passada, os termômetros voltaram a subir e até o fim de semana devem registrar a maior temperatura do ano em Campinas. Segundo o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Unicamp, no próximo domingo (24) os termômetros devem bater 38 ˚C na sombra, maior temperatura desde outubro de 2020, quando uma onda de calor fez o município atingir quase 40˚C, com o registro de 39,4˚C.

Meteorologista do Cepagri, Bruno Bainy explica que essa elevação vai acontecer devido a um bloqueio atmosférico. A condição ocorre por causa do tempo seco e queda da pressão atmosférica, que impede a formação de nebulosidade e afasta o avanço das frentes frias. Em Campinas, a previsão é de que os termômetros fiquem entre 34˚C e 35˚C até sexta-feira (22), subindo no fim de semana até atingir 38˚C. Bainy reforça que essa medição diz respeito à sombra, fazendo com que a sensação ao sol possa ser ainda maior.

A onda de calor vem associada aos baixos índices de umidade relativa do ar, aumentando a probabilidade de queimadas no Sudeste e Centro-Oeste do país, regiões que ainda estão no período de seca.

A sensação de calor também deve ser sentida em vários lugares do Brasil. A previsão é de que as temperaturas superem 42˚C a partir de sexta-feira (22).

O Centro-Oeste e o Norte do país, além do interior de São Paulo, são algumas áreas previstas para terem recordes de temperaturas. Na capital paulista, por exemplo, é esperado que os termômetros marquem mais de 35˚C no fim de semana, conforme as previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Apesar do calor, as médias elevadas já eram previstas pelo Cepagri, que, no geral, observou que o mês de setembro foi quente e com temperaturas acima da média.

Para lidar com o calor, são necessários cuidados com a pele e com a ingestão de líquidos. Na segunda-feira (18), o DJ André Augusto, de 42 anos, foi ao Parque Taquaral para se refrescar. O calor assustou o DJ. Ele confessou que teme a situação das temperaturas quando chegar o verão. 

A Umidade Relativa do Ar (URA) também deve ser afetada com essa condição, com previsão de 25%. Para não causar desconforto, o ideal é que ela esteja em pelo menos 60%.

O inverno termina na sexta-feira, dia 22, e a primavera começa no sábado, 23. Para a nova estação, estão previstas situações climáticas semelhantes, com temperaturas acima da média.

“Os modelos de previsão climática sazonal para setembro, outubro, novembro e até mesmo dezembro indicam temperaturas com cerca de um a dois graus acima da média, o que representa um impacto significativo em termos de médio e longo prazo", avalia Bainy.

A primavera também deve ser caracterizada por períodos prolongados de calor, embora não sejam descartados episódios de frio, como o que ocorreu com a chegada da frente fria na quinta-feira da semana passada. No entanto, é importante ressaltar que essas quedas na temperatura devem ser de curta duração. A temperatura elevada deve se manter na maior parte do tempo.

A Defesa Civil de Campinas emitiu um alerta para cuidados com a exposição ao sol, uma vez que o calor também pode agravar problemas de saúde, exigindo cuidados médicos. Entre os sintomas estão mal-estar, tonturas, dores de cabeça, fraqueza, palidez, entre outros.

Coordenador regional e diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado, destaca ainda a preocupação com focos de incêndio. “Além de impactos à saúde pública, como mais pacientes com problemas respiratórios, os incêndios ampliam os danos ao meio ambiente.”

CUIDADOS ESSENCIAIS

Para enfrentar a onda de calor e a baixa umidade do ar, a Defesa Civil alertou para alguns cuidados que precisam ser tomados pela população, como evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11h e 15h, beber água à vontade para evitar a desidratação, umidificar o ambiente com vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água e molhamento de jardins e procurar manter-se protegido do sol.

Outras recomendações são realizar refeições leves e frias mais vezes ao dia, utilizar soro fisiológico nos olhos e narinas e dar preferência a ambientes arejados, evitando aglomerações. Maior atenção deve ser dada a idosos, crianças, pessoas com doenças crônicas e gestantes que podem ficar desidratados mais rapidamente.

ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO

O Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal (Dpbea) também reforça a importância dos cuidados com os animais nos dias de calor forte. Os pets também devem ser hidratados constantemente e os tutores devem procurar manter sempre recipientes com água fresca, procurando trocar a água ao menos duas vezes por dia. Importante também certificar-se de que os animais tenham uma área de sombra para ficar em casa.

Outra orientação da pasta é evitar passeios nos momentos de sol quente, já que o asfalto pode até mesmo queimar as patas dos animais. Nos passeios, uma dica é levar água ou recipiente que possa ser preenchido.