TECNOLOGIA NA SAÚDE

Centro de Oncologia de Campinas adquire novo equipamento

Com investimento de R$ 15 milhões, o número de atendimentos deve dobrar

Ronnie Romanini
30/04/2022 às 10:53.
Atualizado em 30/04/2022 às 10:53

Com a presença do prefeito Dário Saadi, diretores do Centro de Oncologia Campinas (COC) apresentam o novo equipamento de radioterapia (Gustavo Tilio)

O Centro de Oncologia Campinas (COC) realizou nesta sexta-feira (30) à noite uma cerimônia de inauguração do novo acelerador linear de partículas para radioterapia guiada por imagem Infinity. A avaliação é a de que o equipamento tem o potencial de dobrar o número diário de atendimentos e de obter melhores resultados no tratamento radioterápico dos pacientes. Atualmente, são 60 pacientes atendidos em média com o equipamento atual, que é da mesma marca, porém mais antigo.

Para adquirir essa nova tecnologia, o COC investiu mais de R$ 15 milhões na compra do equipamento e na adequação da sala de radioterapia, reforçando com chumbo as paredes. Esse investimento será pago ao longo dos próximos 10 anos, quando também deverá começar a ocorrer um retorno financeiro para a instituição.

Além dos médicos oncologistas e sócios diretores do COC, Fernando Medina, Mary da Silva Thereza e André Moraes, a mesa principal da cerimônia teve a participação do prefeito Dário Saadi (Republicanos), do vereador Jair da Farmácia (Cidadania), representando a Câmara Municipal, do presidente da Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar, Sérgio Bisogni, e do presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Paulo Hoff. O presidente-executivo do Correio Popular, Ítalo Hamilton Barioni, e a diretora comercial do jornal, Aline Rodrigues, também prestigiaram o evento.

Dário classificou a aquisição como um avanço não apenas para o COC, mas para a cidade de Campinas. "O investimento foi pelo COC significa um avanço muito grande: trazer mais tecnologia e qualidade na radioterapia, no tratamento oncológico. Com esse novo investimento, ganha não só o Centro de Oncologia, mas a cidade também ganha."
Além de ampliar os atendimentos, a expectativa é a de que haja uma redução pela metade no tempo de tratamento, já que a máquina consegue entregar uma radioterapia mais eficiente que os aparelhos convencionais. "Esse equipamento tem uma qualidade muito superior aos que estão na nossa região. Nós poderemos fazer procedimentos, como a radioterapia guiada por imagem - IGRT - e o IMRT, uma técnica que você pode fazer um campo de radioterapia bem próximo ao tumor e, com isso, diminuir os efeitos colaterais. Vamos poder também diminuir o tempo de tratamento, como o do câncer de próstata, que dura seis semanas. Vamos reduzir esse tempo para quase metade com essa máquina que consegue entregar uma radioterapia muito mais assertiva", explicou o médico oncologista e um dos sócios-proprietários do COC, Fernando Medina. No ano em que a instituição completa 45 anos, ele discursou dizendo que era um dia especial e de muita emoção. 

Medina ainda mencionou que o investimento feito teve como foco não apenas o atendimento dos pacientes com convênios particulares, mas também de pacientes do SUS encaminhados pelo Hospital Mário Gatti. "Esses pacientes que estão em tratamento, que foram encaminhados pelo Mário Gatti para nós, terão um tratamento muito mais rápido. Somos a instituição que mais trata os pacientes do Mário Gatti e, com o novo equipamento, nós teremos capacidade de ampliar ainda mais esses atendimentos." 

Dario também comentou sobre a parceria existente com o poder público. "Existe um tipo de convênio com o SUS e é sempre boa a possibilidade de ter equipamentos e tratamentos modernos para que a gente possa também ampliar o convênio com a rede pública."

O lançamento dos serviços do novo acelerador realizado ontem integra a primeira parte de um projeto de revitalização do parque tecnológico do COC. Na segunda etapa, o aparelho atualmente em uso, mais antigo, passará por atualizações. Isso permitirá, na avaliação do COC, triplicar o número diário de sessões radioterápicas assim que os dois equipamentos funcionarem simultaneamente.

Embora o novo acelerador esteja pronto para entrar em operação, com o bunker que abriga o equipamento já aprovado pelos órgãos competentes e com todos os testes necessários realizados na máquina, o início da operação depende da liberação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), órgão que atua nas áreas de radioproteção e segurança nas aplicações da energia nuclear para fins pacíficos.

A oncologista Mary da Silva Thereza, também sócia diretora da instituição, destacou a grande conquista do COC de conseguir operacionalizar, em menos de um ano, o tratamento com o novo acelerador. "É uma importante vitória ter conseguido realizar todo o processo em um intervalo tão curto e durante uma situação de pandemia."

O sócio Medina lembrou que quando o COC começou, em 1977, o médico Honório Chiminazzo Júnior também trouxe a Campinas a máquina mais potente da América Latina. Ontem, também foi inaugurada a Unidade de Radioterapia do COC com o nome do radioncologista. Ele foi um dos fundadores da instituição e um dos pioneiros do tratamento radioterápico em Campinas.

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