FALTA DE DINHEIRO

Centro Corsini encerra atendimento adulto

O Corsini não recebe recursos do SUS e depende exclusivamente de doações; referência no cuidado aos portadores do vírus HIV, local manterá apenas a Unidade de Apoio Infantil

Bruno Bacchetti
bruno.bacchetti@rac.com.br
31/07/2015 às 19:43.
Atualizado em 28/04/2022 às 17:58

Ambulatório para atendimento a adultos: encerramento será gradativo e vai demorar cerca de dois meses (Élcio Alves)

Referência no atendimento para portadores do vírus HIV, o Centro Corsini vai encerrar o atendimento do ambulatório adulto e manterá somente a Unidade de Apoio Infantil (UAI), que acolhe crianças e adolescentes afetados pela aids. O motivo para o fechamento do ambulatório adulto é a queda das doações causada pela crise econômica. O Corsini não recebe recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) e depende exclusivamente de doações para se manter. Segundo a instituição, o encerramento será gradativo e vai demorar cerca de dois meses para ser concluído, até que todos os pacientes sejam comunicados pessoalmente e encaminhados para a rede pública. O ambulatório adulto do Centro Corsini tem cerca de 5 mil pacientes cadastrados e realizada aproximadamente mil pessoas por mês. Desde a morte da fundadora Sílvia Belucci, em dezembro de 2012, as doações começaram a cair e se agravaram com a crise financeira. “O ambulatório já vinha apresentando dificuldades há muito tempo, não recebemos nenhum recurso público e estamos fazendo tudo planejado para não causar tumulto. Todos os pacientes estão sendo comunicados e serão atendidos pela rede pública, como Ouro Verde e Unicamp”, explicou o Corsini, através da assessoria de imprensa. Os agendamentos não estão mais sendo realizados e no início da semana a unidade vai conceder entrevista coletiva para detalhar os motivos do fechamento do ambulatório. Conhecido pelas ruas de Campinas por andar numa moto potente vestido todo de rosa, o aposentado Dino Perez Martinez, de 56 anos, recebe atendimento no Corsini há quase 30 anos. Ele foi informado pelo encerramento do laboratório na última quinta-feira e lamentou a decisão. “Fui um dos primeiros a ser atendido, há quase 30 anos, foi um choque. Sabia que não estava muito bem, mas fomos pego de surpresa e agora vou ser encaminhado para locais onde não quero ir, como a Unicamp, que é muito cheio, ou o Amda, no Centro. No Corsini tinha um atendimento humanitário, era uma família”, contou. Dino iniciou uma mobilização para tentar angariar recursos e impedir o fechamento da unidade. “Na quinta (30) entrei em contato com vereadores amigos e estão se mobilizando. Mas a dívida é muito alta e é difícil fazer alguma coisa do dia para a noite”, reconheceu. A Prefeitura esclareceu que o Corsini é uma entidade cofinanciada por meio da Secretaria de Cidadania, Assistência e Inclusão Social, como abrigo institucional para criança e adolescente. Por ser uma entidade de assistência social, como descrita em seu estatuto, a Secretaria de Saúde não pode ter convênio com a instituição, conforme legislação Federal. A pasta informa que vem mantendo contato com o Corsini para absorver as demandas com o mínimo de impacto para os pacientes. Além do serviço oferecido pelo Centro de Referência DST/Aids, do município, a Unicamp/HC e a Puc/Celso Pierro também oferecem assistência para pacientes.

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