SURTO

Centro, Cambuí e Taquaral infectados com carrapatos

Cão Lyon está adoecendo por causa dos parasitas, que podem ser observados mesmo na foto

Patrícia Azevedo
26/03/2013 às 05:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 23:09
'Minha sobrinha dá banho e tira, mas os carrapatos voltam a atacar o Lyon' , comentou a dona de casa Mercedes Secco, proprietária co cachorro (Dominique Torquato/ AAN)

'Minha sobrinha dá banho e tira, mas os carrapatos voltam a atacar o Lyon' , comentou a dona de casa Mercedes Secco, proprietária co cachorro (Dominique Torquato/ AAN)

O Centro e o Cambuí não são os únicos bairros de Campinas a sofrer com a infestação de carrapatos nessa época do ano. O problema vem tirando o sossego de muitos moradores do Parque Taquaral.

Quem mora na Rua Dr. Quintino de Paula Maudonnet sofre ainda mais com a situação. Segundo a moradora Mara Fatima Macedo Silva, a rua fica na divisa com a parte de trás da Fazenda Santa Elisa. "Eu e os vizinhos encontramos aqui diariamente carrapatos de todos os tamanhos. Todos os dias tenho que tirar carrapatos da minha cadela" , conta.

Na casa da sua vizinha, a situação é semelhante. O cão Lyon está adoecendo por causa dos parasitas. Ele está repleto de carrapatos e as limpezas não dão conta do problema. "Ele está muito fraquinho. Minha sobrinha dá banho e tira, mas os carrapatos voltam a atacar o cachorro" , comentou a dona de casa Mercedes Secco.

Mercedes contou que a sobrinha não deixa mais os filhos, de 1 e 3 anos, brincar no quintal. "É uma situação horrível. Os carrapatos estão subindo pela parede e os venenos não estão adiantando" , afirma.

De acordo com Mara, os parasitas entram na residência pelo muro dos fundos. "Eu lavo todo dia e todo dia estamos matando carrapatos aqui" , afirmou. Ela disse que gasta muito dinheiro com shampoos próprios, remédios, coleiras e até venenos para fazer a dedetização do ambiente. "Já pulverizei os murros e quintal com inseticida próprio e nada adianta. Meus vizinhos também estão desesperados com a invasão desses bichos nojentos" , comenta.

O seu marido, Jacir Martins, conta que o casal mora há 14 anos no bairro e nunca vivenciou uma situação parecida. "Encontramos no fundo de nossas casas, nos muros, centenas de carrapatos. É impressionante" , afirma.

Segundo veterinários ouvidos pela reportagem, o Verão é a época em que os carrapatos se proliferam. É preciso, além de lavar os animais com sabonetes carrapaticidas, desinfetar o ambiente com venenos próprios para matar os carrapatos. "É preciso lavar também as casas dos animais, que é onde os carrapatos colocam os ovos" , explicou o veterinário Diogo Siqueira.

Na semana passada o Correio publicou uma reportagem mostrando que os moradores do Centro e do Cambuí estão sofrendo com a infestação do parasita. O problema, segundo relato de veterinários, moradores e donos de cães, vem ocorrendo nas praças Santa Cruz, no Centro de Convivência e na Praça Carlos Gomes.

A Secretaria de Saúde informou que técnicos da Vigilância devem ir ao local verificar o problema e orientou a população a informar sobre esse tipo de ocorrência por meio do telefone 156.

Em nota enviada à imprensa, o Instituto Agronômico (IAC) informou que "tem conhecimento da ocorrência do carrapato estrela na Fazenda, também conhecido por carrapato do cavalo, mucuim e outros.

Apesar dos cuidados tomados para evitar o tráfego de animais, é frequente a invasão de animais hospedeiros do carrapato, principalmente de animais silvestres.

O trânsito de capivaras vindo de áreas adjacentes e que transitam por toda nossa área de várzea composta por represas, córregos e charcos invadem nossas áreas cultivadas, bosques e gramados durante o período noturno disseminando o parasita", diz nota enviada ao Correio.

Ainda segundo a nota oficial, nesta época é quando se encontram as maiores populações. "A administração Fazenda Santa Elisa do IAC procura fazer um manejo das áreas que podem ser infestadas, dando uma especial atenção aos locais de maior trânsito de pessoal, procurando manter os gramados e capins à beira de estradas bem aparados para possibilitar maior insolação e, consequentemente, a morte dos parasitas. Quando necessário, outras medidas de controle são aplicadas, de acordo com cada caso específico".

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