EM CAMPINAS

Centenas de fiéis participam da caminhada das Sete Igrejas

Logo no raiar da Sexta-Feira da Paixão, uma multidão se aglomerava no ponto de partida para descer a avenida se dirigindo à igreja Nossa Senhora de Lourdes (Guanabara), dando início ao percurso de 12 quilômetros

Sheila Vieira
sheila@rac.com.br
14/04/2017 às 14:21.
Atualizado em 22/04/2022 às 20:55

Mantendo uma tradição iniciada em 1966, mais de 1,5 mil pessoas participaram nesta sexta-feira da 51ª Caminhada das Sete Igrejas, que partiu às 6h da manhã do Balão do Timbó, na Avenida Brasil, rumo aos principais tempos católicos de bairros como Guanabara, Castelo, Vila Nova, Cambuí e Centro. Logo no raiar da Sexta-Feira da Paixão, uma multidão se aglomerava no ponto de partida para descer a avenida se dirigindo à igreja Nossa Senhora de Lourdes (Guanabara), dando início ao percurso de 12 quilômetros com cânticos e paradas para reflexões dentro de cada templo do roteiro. “É diferente de uma procissão porque não ‘puxamos’ o terço”, disse Marcos Miguel Morandi, filho de Aldo Morandi, um dos idealizadores da caminhada. Quando seu pai teve a ideia, na época acontecia à noite e passava por 14 igrejas que representavam a via-sacra enfrentada por Jesus. Conforme aumentava o número de participantes, com pessoas de mais idade e mães com criança no carrinho, os organizadores diminuíram para sete igrejas. “Papai chamou um amigo, Napoleão Feres, para irem à noite até a porta das igrejas, naquela época fechadas nesse horário. Logo a iniciativa ganhou adeptos e hoje uma multidão participa, porém sem perder a simplicidade na proposta. Todos ganham um folheto com os cânticos e roteiro, que são devolvidos no final”, conta Morandi. Do Guanabara os fiéis sobem para a Nossa Senhora do Rosário (Castelo), depois Nossa Senhora das Graças (Vila Nova), Nossa Senhora Auxiliadora (Jardim Nossa Senhora Auxiliadora), Nossa Senhora das Dores (Cambuí), Capela da Casa de Saúde (Nossa Senhora Perpétuo Socorro), terminando na Basílica Nossa Senhora do Carmo. Moradora do Centro, a auxiliar de enfermagem, Maria Teixeira, 50 anos, acordou às 5h para participar pela primeira vez da caminhada. “É uma oportunidade para refletir e pensar na vida e em Deus”, diz. “Achei o percurso muito agradável. Estou acostumada a andar. Passei protetor solar para encarar o sol no caminho após as 10h”, disse. Satisfeita com a experiência, a participante pretende voltar no próximo ano. Senhor Morto À noite, seguindo a programação religiosa do dia, fiéis de Campinas realizaram a Procissão do Senhor Morto, que saiu da Basílica Nossa Senhora do Carmo com destino à Catedral. “A morte de Jesus não é destruição. É o amor que gera vida, como um pai ou uma mãe que se colocam na frente do filho na hora de um acidente para salvá-lo”, afirmou o monsenhor Rafael Capelato, pároco da Catedral e vigário-geral da Arquidiocese de Campinas. A procissão do Senhor Morto é uma tradição de piedade popular herdada da cultura portuguesa. “Quase de um modo teatral, nós revivemos o momento maior da dor, a descida de Jesus da Cruz e o sepultamento. Não é para cultuar a morte, mas para exaltar o ato de amor do Cristo”, acrescentou o padre. O monsenhor lamenta o que considera falta de respeito pelos dias santos e conclama a Igreja a dar “exemplo do Cristo”, referindo-se, por exemplo, ao comércio e as atividades de entretenimento no dia em que Jesus morreu. “O que Ele fez por nós deveria nos fazer dobrar os joelhos e agradecer. Mas, o mundo de hoje está secularizado, colocando Deus de lado e pensando mais naquilo que é imediato.” A comerciante Edneia da Silva Mandetta, de 37 anos, estava na procissão na sexta com o marido, André Mandetta, de 41 anos, e os dois filhos do casal, Ana Luiza, de 7 anos, e João Vitor, de 3. “Vim em forma de agradecimento. É um pouquinho do que a gente pode retribuir por tudo o que Jesus faz para gente.”

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