Professora foi a primeira mulher a trabalhar na imprensa de Campinas e começou a escrever para o Correio Popular em 1942
Dona Célia na Redação do Correio Popular: exemplo de luta em tempos difíceis para as mulheres ( Cedoc/ RAC)
O presidente da Câmara de Campinas, Rafa Zimbaldi (PP), protocolou um requerimento para que seja denominado “Célia Siqueira Farjallat” um logradouro público da cidade, como forma de prestar uma homenagem à professora e jornalista. O pepista fez o pedido ao prefeito Jonas Donizette (PSB) e a ideia é que o nome dela seja dado a uma escola. Cabe ao Executivo agora definir o local. Célia morreu no último sábado, aos 97 anos. Ela estava internada depois de se submeter a uma cirurgia renal para a desobstrução do intestino, mas não resistiu ao pós-operatório. A professora foi a primeira mulher a trabalhar na imprensa de Campinas e começou a escrever para o Correio Popular em 1942. Célia teve cinco filhos, 15 netos e 12 bisnetos. “Ela foi uma mulher notável e merece ser lembrada sempre. Seria maravilhoso batizar uma escola com o nome de dona Célia, que também era professora”, diz o presidente da Câmara. Os parlamentares também fizeram um minuto de silêncio em homenagem à jornalista na sessão da última segunda-feira. O requerimento apresentado pelo presidente da Casa agora será avaliado pelo governo, que decidirá qual espaço público levará o nome da professora e jornalista. Depois de definido o local, o Executivo comunica o parlamentar, que apresenta um projeto de lei e coloca para a votação em plenário da Câmara. No início da carreira, Célia não assinava as colunas que escrevia para o jornal. Ela também atuava como professora e o jornalismo ainda era uma carreira masculina, por isso se mantinha anônima. Os textos de Célia falavam sobre educação e valores familiares. Algum tempo depois, as publicações passaram a abordar as memórias de personagens da cidade.