Professora Joselene Casarini Nunes aproveita a folga para abastecer a geladeira com alimentos frescos e mais saudáveis: "Eles nem sempre são os mais bonitos. mas têm muita qualidade. Ainda são mais caros", afirmou (Thomaz Marostegan)
A Ceasa de Campinas realizou sábado a primeira edição do Ceasa Orgânico, uma feira de produtos sem agrotóxicos com dez produtores das cidades da região. O evento que acontecerá todos os sábados, das 8h às 13h no pier do Mercado de Flores, próximo ao Varejão, recebeu dezenas de pessoas. A iniciativa é uma parceria inédita entre a central de abastecimento e a Associação de Agricultura Natural de Campinas e Região (ANC) e atende a uma demanda cada vez maior da população por produtos orgânicos, preenchendo uma lacuna na variedade de ofertas do entreposto. “Com a busca por uma alimentação saudável, decidimos que era hora de expandir a venda de produtos orgânicos. Temos cerca de 100 produtores que estão representados aqui. São pequenos produtores, muitos deles famílias da região”, explicou a secretária executiva da associação Maria Elisa Von Zuben Tassi. “A atual discussão sobre a Lei dos Agrotóxicos que tramita na Câmara dos Deputados com certeza vai aumentar a busca por esse tipo de produto”, disse. Segundo ela, o papel da ANC é ajudar os produtores e fiscalizar os processos de produção para garantir o produto final de qualidade ao consumidor. “Temos um procedimento muito rígido, portanto, garantimos os produtos com o selo ANC”, completou. A professora Joselene de Araújo Casarini Nunes e o marido, o jornalista Cauê Nunes, aproveitaram o sábado ensolarado para ir às compras com os dois filhos. Preocupados, eles tentam mudar os hábitos alimentares. “Estamos em busca de produtos mais saudáveis. Eles nem sempre são mais bonitos, mas têm muita qualidade. Ainda são mais caros no mercado tradicional, mas acreditamos que esse quadro pode mudar”, ponderou a educadora. “Enquanto o mundo inteiro luta contra agrotóxicos, nossos políticos tentam aprovar uma lei que aumenta ainda mais o seu uso. Com um País na contramão, decidimos que era hora de fazer diferente. Pretendemos cada vez mais consumir os orgânicos”, afirmou Nunes. O preço mais caro nos mercados, segundo um dos produtores da feira, se justifica pela logística que envolve as frutas, verduras e hortaliças. “Hoje o meu limão Taiti está sendo vendido a R$6,00 o quilo aqui na feira. Mas eu sou um dos fornecedores de uma rede de supermercados famosa e que revende a R$18 o quilo. Portanto, vale a pena visitar uma feira como essa”, garantiu Ramon Nantes Donatti. Além disso, segundo ele, em espaços como o Ceasa, os consumidores podem tirar as suas dúvidas sobre o plantio e comercialização de orgânicos. “Hoje vendemos as cenouras e beterrabas a R$5 o maço, com as folhas. Elas não são vendidas nos locais tradicionais, mas tem muita utilidade na alimentação”, disse. A compra de produtos diretamente do fornecedor, ainda segundo ele, pode garantir ainda mais qualidade.