Governo começará com levantamento das finanças da cidade
Du Cazellatto (PSDB), eleito prefeito de Paulínia no último domingo para um mandato tampão até as eleições de 2020, disse que os eleitores escolheram entre continuar sob a tutela do ex-prefeito Edson Moura (MDB) — uma de suas adversárias foi Nani Moura, mulher de Edson Moura — ou reescrever a história com transparência e dignidade. Ele, que é vereador no segundo mandato, se tornou prefeito interino em 7 de novembro de 2018, quando o prefeito Dixon Carvalho (PP) e o vice, Sandro Caprino (PRB), foram cassados por abuso de poder econômico na eleição de 2016. Cazellato teve que enfrentar o Diretório Estadual do partido, que tentou intervir no Diretório Municipal, para conseguir concorrer nessa eleição suplementar. Saiu vitorioso tanto na disputa interna quanto no pleito, mas garante que esse assunto já ficou para trás e o foco é o trabalho. Ele espera que não haja perseguição de grupos políticos contrários a ele e disse que está disposto a dialogar com quem quiser contribuir para melhorar a cidade. A primeira medida a ser adotada é uma espécie de auditoria nas contas públicas. Confira abaixo a entrevista exclusiva concedida ao Correio Popular. Correio: Um dia antes do pleito, em sua rede social, o senhor afirmou que Paulínia iria decidir se queria ficar nas mãos de Edson Moura (MDB), em alusão à candidatura de Nani, esposa dele, ou se reescreveria sua história. Qual seu sentimento e o que representa ter vencido uma candidata indicada pelo ex-prefeito? Du Cazellatto: Era isso mesmo que estava colocado nesse pleito. O ex-prefeito tem tido influência nas eleições há muito tempo. Ele esteve sempre orbitando na prefeitura, ora com um, ora com outro que sentava naquela cadeira. Então a cidade tinha de decidir se queria ficar sob a tutela do ex-prefeito ou se preferia reescrever a sua história. E tenho plenas convicções de que Paulínia entrará numa nova era. Uma época de seriedade, eficiência, transparência e de atitude. Mas, quero dizer também que a eleição acabou e vou governar para todos. Vou trabalhar dia e noite para colocar Paulínia em ordem. O senhor acredita que a sua eleição, mesmo para um mandato tampão, será o suficiente para arrefecer as disputas que sempre aconteceram nos bastidores políticos da cidade? Eu espero sinceramente que sim. A eleição acabou. Agora é hora de trabalhar por Paulínia. Com meu grupo político vamos dialogar com quem quiser contribuir para uma cidade melhor. Não vou tolerar perseguições. Quero e espero que todos possam pensar nas pessoas e num futuro melhor para Paulínia. Na sua visão, quais são as urgências da cidade? O que vai merecer a sua atenção imediata na Administração? A saúde terá uma atenção especial, assim como educação e segurança. Também vamos atuar pela mobilidade urbana priorizando o início das obras da nova ponte que vai ligar o Centro à região do João Aranha. Quais serão as primeiras medidas a serem tomadas? A primeira medida é saber exatamente como estão as finanças. Lembro-me de que quando assumi como prefeito o caixa da prefeitura estava com R$ 27 milhões e, ao sair, depois de 76 dias, deixei o caixa com R$ 127 milhões. Então, vamos analisar todos os documentos que forem possíveis, mas sem prejudicar o andamento da máquina pública. Em paralelo a isso, vamos focar nas áreas de saúde, educação e segurança para começar a colocar a casa em ordem. Temos problemas prioritários que precisam ser resolvidos como as obras da nova ponte, a finalização da ponte da Estrada da Rhodia e outros que aguardam há anos por solução. O senhor já tem a decisão de quem vai compor o governo? Pessoas que são da cidade e servidores públicos. Assim como foi enquanto estive como interino, será agora também. Quais partidos terão participação no governo? Vamos montar a nossa equipe não nos balizando em partidos, mas no melhor para a cidade, principalmente na capacidade de cada pessoa para ocupar uma pasta. Até porque tenho uma boa relação com a câmara e espero que continue. O diretório estadual do partido tentou intervir no diretório municipal antes das eleições e, com isso, sua candidatura ficou ameaçada. A vitória tem um gosto especial agora? Evidente que numa eleição curta como foi essa qualquer coisa pode prejudicar, mas soubemos superar essas dificuldades e não há espaço para revanchismo. Vamos trabalhar junto com o Governador João Doria (PSDB) e com quem mais quiser contribuir com Paulínia. O senhor já vai começar a pensar nas eleições de 2020? De maneira alguma. As eleições de 2020 têm de ser uma consequência do meu trabalho na prefeitura e não um objetivo em si. Tenho que trabalhar dia e noite para fazer jus ao voto de confiança que recebi agora. 2020 é outra história. SAIBA MAIS Du Cazellato nasceu em Paulínia, filho de comerciantes, tem 48 anos e é empresário. É casado e tem dois filhos. Ele se define como uma pessoa religiosa. Du está em seu segundo mandato como vereador. Foi presidente da Câmara entre janeiro de 2017 e novembro de 2018, quando assumiu a prefeitura interinamente. Ficou na função por cerca de 70 dias, no período, passou a Administração do Instituto de Previdência dos Funcionários Públicos do Município de Paulínia (Pauliprev) para os servidores. Antes, os presidentes eram nomeados pelos prefeitos. Além disso, demitiu 300 comissionados no período.