PRÓS E CONTRAS

Catracas no Terminal Central de Campinas dividem opiniões de usuários

Alguns consideram o sistema confuso, mas outros dizem se sentir mais seguros

Thiago Rovêdo/ [email protected]
12/10/2022 às 09:48.
Atualizado em 12/10/2022 às 09:48
Várias pessoas que chegaram ao Terminal Central de transporte coletivo ontem foram surpreendidas com o início do funcionamento das catracas, sem saber o que fazer para entrar (Gustavo Tilio)

Várias pessoas que chegaram ao Terminal Central de transporte coletivo ontem foram surpreendidas com o início do funcionamento das catracas, sem saber o que fazer para entrar (Gustavo Tilio)

Os primeiros dias de funcionamento das catracas que limitam o acesso ao Terminal Central, em Campinas, ainda estão sendo marcados pela confusão de os usuários do transporte público não entenderem o novo sistema, mas ao mesmo tempo, por elogios pela segurança maior que o novo esquema proporciona. O fechamento do mais importante terminal de ônibus pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) foi anunciado pelo Correio Popular em maio e entrou em vigor, na prática, no dia 8 de outubro, último sábado.

A dificuldade maior é enfrentada principalmente pelos usuários que não utilizam o terminal com frequência. Nas entradas, era possível ver na terça-feira dezenas de pessoas que tinham a intenção de carregar o Bilhete Único dentro do terminal, mas não conseguiam entrar por falta de crédito. Agentes da Emdec estão, durante esta semana, em todos os acessos, orientando as pessoas sobre o que devem fazer.

"Esta é a primeira vez que venho para o Centro desde que foi instalada a catraca e eu não sabia. Como estou sem crédito, não consegui entrar. Ainda bem que o funcionário estava aqui e me explicou aonde conseguir carregar meu cartão sem precisar andar muito, mas eu acho que muita gente vai passar por esse problema até entrar na rotina", afirmou a dona de casa Adriana Ferrari, de 56 anos.

Nas novas catracas instaladas, é debitado 80% do valor da tarifa no Bilhete Único ou pelo QR Code. Os 20% restantes são debitados quando o passageiro entra pela porta dianteira do ônibus. Com isso, o sistema de integração no transporte público não é prejudicado. 

"Eu acho que ficou mais seguro, mas ainda precisa ser melhor organizado. Por aqui anda muita gente e nem todo mundo vem ao Centro todo dia. Falei com uma pessoa que trabalha aqui e ela me ajudou, mas nem sempre esses funcionários estarão no local. No mais, eu acredito que foi um bom projeto, até porque esse não é o primeiro terminal fechado em Campinas", disse a dona de casa Leonice de Lima Neves. 

Para entrar no Terminal Central, o usuário deve ter créditos válidos no Bilhete Único ou utilizar o QR Code. O valor da tarifa é R$ 5,15 com o uso do Bilhete Único Comum e dá direito à utilização de até três ônibus no período de duas horas. Já o QR Code, em papel ou na tela do smartphone, tem custo de R$ 5,60 e não proporciona a integração.

A recarga do Bilhete Único Comum ou aquisição do QR Code poderá ser feita em um terminal de autoatendimento (ATM) disponibilizado pela Transurc na entrada principal do Terminal Central, com pagamento pelo cartão de crédito ou débito. Também será possível adquirir créditos em dois novos pontos credenciados de recarga no entorno do terminal, próximo à área de comércio informal e da barbearia, ou nos diversos pontos da rede credenciada.

"Acho que ficou muito bom mesmo. Antes, você via de tudo dentro do terminal e não era tão seguro. Hoje, está mais tranquilo e me sinto mais segura lá dentro. Eu uso ônibus todos os dias, então, não tenho problema de ficar sem o vale-transporte antes de passar na catraca. Acho que se isso será facilitado para a população, não teremos mais do que reclamar", disse a técnica de enfermagem Daiane Carolina, de 25 anos. 

Agora, são quatro terminais fechados em Campinas. Nos Terminais Barão Geraldo, Campo Grande e Ouro Verde, os usuários pagam a tarifa na entrada, antes de acessar o espaço. Enquanto isso, nos Terminais Vida Nova, Padre Anchieta, Vila União, Metropolitano e Mercado, a passagem de ônibus continua sendo cobrada diretamente em cada veículo — são os chamados terminais abertos.

Para viabilizar o fluxo de pessoas que utilizam o comércio nos arredores do terminal, a Emdec construiu uma passarela de pedestres, que permite a passagem de pessoas provenientes da Avenida Moraes Sales e Rua Álvares Machado até as proximidades da Estação Cultura, e vice-versa. 

"Eu ainda estou tentando me acostumar, porque antes sempre andava pelo terminal porque moro aqui perto, e agora não posso mais. É um lugar meio estranho, parece que fica afastado de tudo. Não tem outro jeito e vou ter que me acostumar, mas eu preferia o jeito antigo. Acho que para quem usa o ônibus deve estar melhor, porque o terminal realmente parece mais vazio", disse o vendedor Wesley Henrique Deodato, de 30 anos.

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