FEBRE MACULOSA

Castração das capivaras da Lagoa está prevista para agosto

A Secretaria de Serviços Públicos já construiu um espaço na Lagoa do Taquaral para o confinamento dos animais e, em breve, o trabalho será iniciado também no parque ecológico

Bruno Bacchetti
bruno.bacchetti@rac.com.br
10/07/2015 às 19:37.
Atualizado em 23/04/2022 às 08:22

Capivaras próximas a lago no Parque Ecológico: reparos em alambrado dependerão de recursos do Estado ( César Rodrigues/ AAN)

A Prefeitura de Campinas espera começar no mês que vem o estudo para controle populacional das capivaras, com a castração das fêmeas e vasectomização dos machos que habitam a Lagoa do Taquaral e o Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim. A previsão é que as licença do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio) e a aprovação no comitê de ética para o início do estudo sejam emitidas em agosto. A Secretaria de Serviços Públicos já construiu um espaço na Lagoa do Taquaral para o confinamento dos animais e, em breve, o trabalho será iniciado também no parque ecológico. A adaptação das capivaras ao meio urbano traz preocupação. O roedor é um dos principais hospedeiros do carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa. A vizinha Valinhos confirmou nesta semana a segunda morte pela doença. O objetivo do projeto é reduzir a população das capivaras. Os roedores receberão chips e passarão por uma bateria de exames para posteriormente ser iniciado o trabalho de castração e vasectomização, desde que o estudo confirme a viabilidade. Após ser infectada pela bactéria Rickettsia rickettsii (riquétsia), a capivara pode transmiti-la para os carrapatos durante um período de 15 dias. Passado esse período, ela não vai infectar novos carrapatos porque o sistema do roedor já foi imunizado. Por isso, a ideia é manter esses animais castrados e vasectomizados nos parques. Segundo Paulo Anselmo Nunes Felippe, diretor do Departamento de Bem-Estar Animal, se o projeto for bem sucedido, será estendido para outras áreas. "A pesquisa para avaliar a eficiência do projeto está prevista para começar em agosto, quando devem sair as licenças. O estudo vai avaliar a viabilidade da castração e vasectomização, que não dá para precisar quando iniciará. Uma vez dando certo, vamos expandir para outros parques", explicou. Atualmente, essa é a única alternativa em curto e médio prazo para controlar a população de capivaras. De acordo com Felippe, os animais estão se adaptando ao meio urbano e já foram vistos em avenidas movimentadas, como a Orosimbo Maia e a Norte-Sul. Isso acontece por causa do desequilíbrio ambiental e a redução dos predadores das capivaras. "Não tem uma solução imediata para resolver os problemas das capivaras. Todas as vezes que se tentou, elas voltaram. Tem muito desequilíbrio ambiental por causa do crescimento dos centros urbanos, que reduziram os predadores. Não só em Campinas, mas em toda a região Sul e Sudeste", disse. Enquanto aguarda a emissão das licenças para iniciar a pesquisa, o secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, afirmou que a pasta tem feito o controle dos carrapatos e realizado trabalho para manter a vegetação dos parques baixas. "O que temos feito é manter os parques com a roçada baixa, porque o carrapato só coloca ovos onde a vegetação está alta, não faz na grama ou na folha", afirmou. Paulella disse que a Lagoa do Taquaral já está preparada para realizar o confinamento das capivaras e iniciar o estudo para o controle populacional dos animais. O parque ecológico já tem projeto pronto e a construção do recinto deve começar em breve. "Já fizemos o fechamento de um parque na Lagoa de mil metros quadrados, próximo ao orquidário e a área de confinamento já está frchada com alambrado. Está tudo preparado para começar os trabalhos, faltam só as licenças. O Parque Ecológico ainda não, mas o estudo está pronto", informou.

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