saúde

Casos de sífilis caem em Campinas

Redução foi 32,7% no total de ocorrências em 2018 em relação a 2017, segundo dados da Devisa

Henrique Hein
10/02/2019 às 10:24.
Atualizado em 05/04/2022 às 08:02

Uma pessoa contrai sífilis adquirida a cada seis horas em Campinas. É o que mostra um levantamento feito pelo Correio Popular, considerando os dados oficiais do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), relativos aos últimos três anos. No entanto, Campinas segue no sentido oposto do crescimento verificado nos números nacionais, e conseguiu reduzir em 32,7% o número de casos em 2018 na comparação com 2017. Essa foi a primeira queda dos números nos últimos sete anos. O município vinha acumulando altas consecutivas da doença desde 2011. “Campinas vem investindo pesado na capacitação de profissionais, na atualização dos protocolos de tratamento e em garantias de tratamento em todas as unidades básicas de saúde para evitar o máximo de casos da doença” , explica a médica infectologista do Devisa, Valéria Correia de Almeida. De acordo com o levantamento da Devisa, 4.427 pessoas pegaram a doença entre os meses de janeiro de 2016 e 2019 na cidade. Somente no ano passado, pouco mais de 1,1 mil pessoas foram diagnosticadas com a enfermidade na cidade - uma média de um caso computado a cada sete horas. A sífilis adquirida é uma doença infecciosa transmitida exclusivamente pelo sexo sem proteção e pode causar demência, cegueira e morte. No Brasil, a população mais jovem, que muitas vezes desconhece ou subestima a possibilidade de contrair a doença, são os mais afetados. Com a proximidade do Carnaval, as campanhas de prevenção se intensificam e o esforço para elevar o tom de alarme contra a sífilis e as demais DSTs também. Prevenção Apesar das políticas de prevenção - que incluem a distribuição gratuita de preservativos, testes rápidos de detecção de infecções sexualmente transmissíveis e programas de conscientização - o País registrou aumento na taxa de pessoas contaminadas pelas DSTs nos últimos anos. A notificação dos casos de sífilis, por exemplo, dispararam em menos de uma década, tanto na modalidade adquirida (contraída sexualmente por homens e mulheres), como na congênita (transmitida ao feto via placentária) e gestacional. De acordo com dados do último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, a sífilis adquirida de notificação compulsória teve a taxa de detecção aumentada em quase 30 vezes nos últimos sete anos - saltando de dois casos para cada 100 mil habitantes para 58,1 casos, entre os anos de 2010 e 2017. Entre as gestantes, o índice subiu de 3,5 ocorrências para 17,2 no mesmo período. Em comparação ao ano de 2016, houve aumento de 28,5% na taxa de detecção em gestantes, 16,4% na incidência de sífilis congênita e 31,8% na incidência de sífilis adquirida.    Dados nacionais O levantamento nacional mostra ainda que a população mais afetada pela sífilis são as mulheres, principalmente as negras e jovens, na faixa etária de 20 a 29 anos. Somente esse grupo representa 14,4% de todos os casos de sífilis adquirida e em gestantes notificados. Na comparação por sexo, as mulheres de 20 a 29 anos alcançam 26,2% do total de casos registrados, enquanto os homens, nessa mesma faixa etária, representam apenas 13,6%.

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