ATENÇÃO REDOBRADA

Casos de dengue superam os de 2017

Em nove meses foram registradas 252 ocorrências, contra 131 notificações em todo o ano passado

Henrique Hein
22/09/2018 às 18:22.
Atualizado em 22/04/2022 às 01:17
Os municípios das regiões Norte e Nordeste foram os afetados pela dengue, zika e chikungunya ( )

Os municípios das regiões Norte e Nordeste foram os afetados pela dengue, zika e chikungunya ( )

O número de casos confirmados de dengue, em Campinas, nos primeiros nove meses de 2018, já superou drasticamente os índices do ano passado inteiro. Ao todo, foram 252 casos da doença, entre 1 de janeiro e 19 de setembro, contra 131 registros computados ao longo dos 12 meses do ano passado, de acordo com dados da Secretária de Saúde. A preocupação agora das autoridades é com o restando do ano, já que a Primavera é um dos períodos de procriação das larvas do mosquito Aedes aegypti (transmissor das doenças dengue, zika vírus e chikungunya). A coordenadora do Programa de Arboviroses da Prefeitura de Campinas, Heloísa Malavasi, explicou que o município vem realizando um trabalho intenso, em conjunto com a população no combate ao mosquito, já que toda semana é realizada uma reunião de um grupo técnico, que confere os dados de todas as cinco regiões de Campinas com o objetivo de tomar ações e medidas de prevenção contra a proliferação das doenças. De acordo com a especialista, a tendência é de que este ano a dengue venha com mais força do que o habitual, pelo fato dela ser uma doença cíclica. “Como nos últimos dois anos os casos de dengue foram mais tranquilos, a expectativa nossa é a de um cenário mais complicado do que em anos anteriores. Por isso, é importante que a população fique atenta para não deixar proliferar o mosquito”, revelou a coordenadora. Malavasi explicou ainda que durante a semana, o grupo de trabalho da Prefeitura realizou serviços de combate a proliferação dos mosquitos nos bairros de Barão Geraldo (Cidade Universidade) e Jardins Itatinga e São José. Segundo ela, em Barão Geraldo, houve casos recentes de dengue, enquanto nas outras duas regiões, os registros identificados foram todos de chikungunya. “Estamos fazendo um controle de criadouro por meio de visitas de casa em casa com o intuito de orientar a população e promover a remoção efetiva dos criadouros do mosquito. Caso seja detectado criadouros que não podem ser removidos ou retirados do local, aplicaremos produtos para impedir que a larva do mosquito venha a crescer”, ressaltou. Brasil Na última quarta-feira, a pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) 2017, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que 34,7% dos 5.570 municípios brasileiros registraram casos de epidemias ou endemias de doenças relacionadas a condições deficientes de saneamento básico. Entre elas, a dengue foi a mais comum, com registro em 26,9% (1.501 cidades). A lista de males é completada por ocorrências de diarreia (23,1%), verminoses e Chikungunya (17,2%) e o Zika (14,6%). De acordo com o levantamento, os municípios das regiões Norte e Nordeste foram os afetados pela dengue, zika e chikungunya. No Norte, 38,9% das cidades tiveram casos de dengue, ante 19,8% de zika e 20,2% de chikungunya. Já no Nordeste, os índices computados apontaram que 43,2% dos municípios passaram por alguém período de epidemia ou endemia de dengue, contra 29,6% de zika e 37,3% de chikungunya. O Sul do País registrou os menores índices. Na região, apenas 6% das cidades computaram algum caso de dengue, contra 1,7% do zika e 1,8% do chikungunya. Já a febre amarela foi mais intensa no Sudeste – 5,1% dos municípios da região apresentaram casos da enfermidade. Em âmbito nacional, a doença atingiu quase metade desta porcentagem, com 2,9% dos municípios ao longo do ano passado.

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