SAÚDE

Casos de dengue dobram no Estado e acionam alerta

Em Campinas, as ocorrências passaram de 131 em 2017 para 258 notificações em 2018, porém em 2016 foram 3,5 mil

Agência Anhanguera de Notícias
11/10/2018 às 07:10.
Atualizado em 06/04/2022 às 16:43

O número de casos confirmados de dengue no Estado de São Paulo dobrou em 2018, em comparação com 2017, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado. Entre janeiro e setembro deste ano, pouco mais de 9,3 mil pessoas foram identificadas com o vírus, contra aproximadamente 4,6 mil no mesmo período do ano passado. No caso, houve um aumento de 102%. Campinas acompanha o cenário estadual e também apresenta crescente considerável. Em 2018, a maior cidade da Região Metropolitana de Campinas (RMC) já contabilizou 258 casos, ante 131 somados ao longo dos 12 meses de 2017. Tessa Roesler, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas avalia que o número deve ser comemorado, uma vez que a incidência é irrisória para uma cidade com mais de 1 milhão de habitantes. Se comparado a períodos anteriores, seu argumento é ainda mais válido. Em 2016, por exemplo, o número total de casos ficou em torno de 3,5 mil. Apesar disso, Tessa reforça que a população precisa estar atenta e cooperar para que a situação permaneça controlada. “Estamos entrando no período do ano em que as condições climáticas favorecem o mosquito Aedes aegypti (transmissor das doenças dengue, Zika vírus e Chikungunya)”, comenta. Segundo ela, grande parte dos criadouros são encontrados dentro dos imóveis e, por isso, é necessário que o campineiro faça a sua parte: não gerando focos e recebendo as equipes da vigilância que monitoram a cidade. “Seguimos atuando na conscientização e intensificamos as ações em áreas onde identificamos maiores infestações”, completa. O transmissor coloca seus ovos, preferencialmente, nas paredes com água limpa e parada, bem próximo à superfície da água. Daí a importância de lavar, com escova ou palha de aço, as paredes dos recipientes. Preocupação Marcos Boulos, coordenador de Controle de Doenças da Secretaria de Saúde do Estado, comenta que os números da doença não são altos, se comparados com os da epidemia de 2015 e 2016, mas o que preocupa é a maior dispersão do vírus tipo 2 da dengue no Estado. No ano passado, esse vírus foi detectado em apenas seis municípios, enquanto este ano, já apareceu em 98 cidades, principalmente nas regiões oeste, noroeste e central do Estado. O vírus foi confirmado em pacientes de cidades como Presidente Prudente, Araçatuba, São José do Rio Preto e Piracicaba. A infecção sucessiva por outro tipo de vírus desencadeia sintomas mais graves, explica Boulos. "O paciente que já teve dengue do tipo 1 ou 3, quando pega o tipo 2, corre o risco de ter uma dengue de maior gravidade", esclarece. De acordo com o coordenador, na grande epidemia de 2015, quando houve mais de 678 mil casos e 510 mortes no Estado, prevaleceu o vírus tipo 1. "Quem já teve dengue causada por um tipo de vírus, não registra um novo episódio da doença pelo mesmo vírus. Porém, se pegar outro tipo de vírus, os sintomas se manifestam com mais severidade e pode haver complicações", explicou. Em 2016, o número de casos de dengue no Estado havia caído para 155.792 e as mortes, para 94. Entre o fim de outubro e início de novembro próximo, a Secretaria planeja realizar uma campanha contra o mosquito transmissor da doença, em todos os municípios paulistas, com apoio das prefeituras. “Em razão do clima, com temperaturas mais elevadas e bastante chuva, pode haver maior proliferação do mosquito e devemos antecipar um pouco a campanha deste ano”, encerra Boulos.

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