EM CAMPINAS

Casamentos são mais comuns entre jovens de 25 a 34 anos

Pesquisa registrou 21.074 matrimônios entre janeiro de 2021 e abril de 2024

Luis Eduardo de Sousa/luis.reis@rac.com.br
03/07/2024 às 09:53.
Atualizado em 03/07/2024 às 14:14

A operadora de caixa Kendly Naiane Ferreira, de 21 anos, escolhe vestido para o casamento no civil; com cerimônia marcada para 31 de agosto, ela e seu companheiro, de 27 anos, estão juntos desde que tinham 12 e 18 anos, respectivamente (Kamá Ribeiro)

Um levantamento realizado pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) revelou que jovens solteiros de 25 a 34 anos são os que mais se casam em Campinas. A pesquisa, que analisou dados do Registro Civil de São Paulo entre janeiro de 2021 e abril de 2024, registrou 21.074 casamentos na metrópole durante o período.

Segundo o estudo, a faixa etária com menor participação nos casamentos é a de jovens abaixo dos 20 anos. Além disso, a pesquisa indica que as mulheres tendem a se casar mais jovens que os homens. A participação feminina nos registros matrimoniais é maior até os 30 anos, enquanto os homens passam a liderar nas faixas etárias superiores. Embora a maioria dos casamentos ainda seja entre pessoas de sexo biológico oposto, a participação de casamentos homoafetivos tem aumentado. Os dados também mostram que os noivos mais jovens são os que mais investem em celebrações conjugais, enquanto os de idades mais avançadas tendem a gastar menos.

Esse cenário é confirmado por lojistas do setor, cujos estabelecimentos estão concentrados na Rua José Paulino, no Centro de Campinas. A área, conhecida por suas lojas de vestimentas e decoração nupcial, é bastante frequentada por jovens, que movimentam o setor.

A operadora de caixa Kendly Naiane Ferreira, de 21 anos, exemplifica esse perfil. Com casamento marcado para 31 de agosto, ela e seu companheiro, de 27 anos, estão juntos desde que tinham 12 e 18 anos, respectivamente. "Nós já estamos juntos há muito tempo, vivemos uma relação de muito amor e ambos temos certeza de que encontramos a pessoa certa. Penso que não tem idade correta e nem motivação predominante. O casamento acaba por ser melhor até mesmo para organizar a vida ao lado da pessoa", conta Kendly.

A mãe de Kendly, Gisele Santos, de 40 anos, que acompanhava a filha durante a prova do vestido de noiva, tem outras quatro filhas, todas casadas na mesma faixa etária. "Eu acho um alívio", disse entre risos. "Não vejo nenhum fator contrário. Acho que se a escolha delas as faz felizes, isso é o que importa. Além do mais, é uma sensação maravilhosa casar uma filha, entrar com elas na igreja, celebrar, enfim, é muito emocionante." 

Carolayne Marim, de 24 anos, dona da loja onde mãe e filha provavam o vestido, explicou que a maior parte do faturamento vem do público feminino e jovem, nas quatro unidades que gerencia. "A maior parte dos atendimentos é composta por mulheres com idades entre 23 e 30 anos. Elas são mais interessadas nos detalhes, na escolha do vestido, no cuidado com as pequenas coisas, enfim, com a celebração como um todo. Os noivos, geralmente, são mais velhos, com idades entre 25 e 35 anos", relatou Carolayne.

Larissa Figueiredo, de 23 anos, também dona de uma loja de vestuário, se casou aos 17 anos. Ela acredita que os jovens são mais apaixonados e têm mais energia para se dedicar ao processo do casamento, o que aumenta a participação das faixas etárias mais baixas no mercado matrimonial. "Recebemos muitas noivas jovens, abaixo dos 30 anos, e elas são apaixonadas pelos vestidos. Às vezes é o primeiro amor delas e envolve todo o sonho de se casar", disse Larissa, que administra o negócio com a mãe. Ela ressaltou que se casou cedo inspirada pelo casamento dos pais, marcado por muita cumplicidade desde que era criança.

Em média, segundo Larissa, 100 vestidos são locados por mês para o público nessa faixa etária, com valores que variam de R$ 600 a R$ 6 mil. Os comerciantes locais indicam que a maioria dos casamentos ocorre nos meses de julho e dezembro.

O estudo da Seade revela ainda que os homens tendem a se casar mais tarde do que as mulheres. Em 2021, por exemplo, foram registrados 6.124 casamentos em Campinas. Na faixa etária abaixo dos 20 anos, apenas 60 homens se casaram, em comparação com 220 mulheres. Entre 20 e 24 anos, os números aumentam para 824 homens e 1.170 mulheres. A diferença começa a diminuir conforme a idade avança. Na faixa etária de 25 a 29 anos, houve um equilíbrio maior, com 1.471 homens e 1.492 mulheres se casando. A partir dos 30 anos, os números se invertem, com 1.307 homens e 1.206 mulheres registrando casamentos.

O estudo aponta que essa tendência é consistente em todo o estado de São Paulo, onde é comum que mulheres mais jovens escolham companheiros mais velhos.

PANORAMA ESTADUAL

Campinas é a terceira cidade com maior número de casamentos no estado, ficando atrás apenas da capital e de Guarulhos. Segundo a Seade, houve um aumento no número de pessoas divorciadas que se casam novamente com registro civil. A partir dos 45 anos, homens divorciados se casam mais do que homens solteiros da mesma faixa etária. Entre as mulheres, esse fenômeno ocorre a partir dos 50 anos. Em 2020, 8,3% dos homens divorciados se casaram novamente, enquanto entre as mulheres esse número era de 6%. Em 2023, esses números aumentaram para 23% entre os homens e 21% entre as mulheres.

Em relação aos casamentos entre solteiros, as uniões têm ocorrido mais tardiamente. A idade média para homens é de 32 anos, enquanto para mulheres é de 30,4 anos, com uma diferença média de 1,6 anos entre os sexos. Embora o casamento de homens mais velhos com mulheres mais jovens ainda prevaleça no estado de São Paulo, o estudo destaca que 27% dos casamentos em 2023 envolveram mulheres mais velhas que seus maridos, com uma idade média de 37,8 anos para elas e 33,3 anos para eles, resultando em uma diferença média de 4,5 anos.

Entre casais do mesmo sexo, a idade média dos homens que se casam com homens é de 37,2 anos, enquanto a idade média das mulheres que se casam com mulheres é de 34,2 anos. O número de registros desses casamentos tem aumentado no estado, tendência também observada em Campinas. Em 2023, 163 dos 6,2 mil casamentos registrados eram homoafetivos. Já em 2024, até abril, foram registrados 1,8 mil casamentos, dos quais 57 eram entre pessoas do mesmo sexo, representando cerca de 35% do total de registros do ano anterior.

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