CORRUPÇÃO NA PREFEITURA

Casa de secretário de Sumaré é alvo de operação do Gaeco

Mais conhecido como “Wellington da Farmácia”, ele é suspeito de “cobrar” por liberação de alvará

Alenita Ramirez / alenita.ramirez@rac.com.br
10/06/2022 às 19:34.
Atualizado em 10/06/2022 às 19:34

Wellington Domingos Pereira é secretário de Governo e Participação ao Cidadão de Sumaré (Divulgação)

O secretário de Governo e Participação ao Cidadão de Sumaré, Wellington Domingos Pereira, o “Wellington da Farmácia”, foi alvo de uma operação deflagrada nesta sexta-feira (10) pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MP). A ação cumpriu quatro mandados de busca e apreensão e contou com o apoio do 1º Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar (Baep), de Campinas. Foram recolhidos computadores, pendrives, documentos e R$ 157 mil em dinheiro. Não houve prisões.

As buscas foram efetuadas em endereços distintos, como no gabinete do secretário, localizado no Paço Municipal, na Secretaria de Obras, na farmácia do secretário, que fica no Jardim Maria Antônia, região de Nova Veneza, e na casa dele – o endereço não foi informado.

A maior parte do dinheiro, R$ 95 mil, foi encontrada na casa de Wellington da Farmácia. De acordo com o promotor público do Gaeco, Rodrigo Lopes, durante as buscas foi achado um pacote de dinheiro sobre o sofá e o restante dentro da mochila dos filhos do secretário. Outros R$ 62 mil estavam na farmácia. Todo o material foi apreendido e levado para análise no MP. 

A operação foi denominada “Tributo Oculto” e visa a apurar a liberação de alvará e empreendimentos na cidade mediante o pagamento de propina. Segundo o promotor, as investigações começaram em 2019, mediante denúncias anônimas de dois empresários que alegaram ter sido chantageados a fazer pagamentos. “O material apreendido será analisado e vamos apurar se houve também lavagem de dinheiro e evasão de dívidas”, comentou Lopes.

De acordo com o promotor público, na ação realizada na residência do secretário de Governo, os policiais tiveram que aguardar, porque Wellington da Farmácia demorou a abrir a porta. "Com a chegada da polícia (na casa), ele somente abriu a porta quando as equipes conseguiram avisar sobre o mandado de busca. Na sequência foram realizadas as buscas. Um pacote de dinheiro estava sobre o sofá e os demais enfiados nas mochilas das crianças que iriam para a escola", explicou Lopes.

Antes de assumir a secretaria, Pereira foi eleito vereador por duas vezes, atuando nos períodos de 2009 a 2012 e 2013 a 2016. Entre 2015 e 2016, foi também presidente da Câmara de Sumaré. Em nota, a Prefeitura da cidade afirmou que foram feitas diligências do Ministério Público "na secretaria de atuação de servidor investigado".

O advogado do Wellington, Ralph Tórtima Stettinger Filho, afirmou que solicitou acesso aos autos e ainda não tomou conhecimento sobre as justificativas para os mandados de busca.

Sobre o dinheiro apreendido, Tórtima Filho esclareceu que as quantias são "passíveis de justificação e fruto de renda de locação e também do comércio que ele possui". 

Especificamente sobre o local onde os pacotes estavam, o advogado alegou desconhecer, mas aventou uma possibilidade. “Acredito que quando ele viu a movimentação do lado de fora da casa, como não sabia o que estava acontecendo, tomou essa atitude”, comentou. Tórtima Filho garantiu que vai colaborar com as investigações. “Estou aguardando o acesso aos autos para me inteirar desta ação”, frisou.

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