NEGOCIAÇÃO

Carteiros em greve protestam no Centro de Campinas

Passeata com 150 pessoas marcou terceiro dia da paralisação; movimento vai ter continuidade

Inaê Miranda
20/09/2013 às 20:55.
Atualizado em 25/04/2022 às 03:20
Manifestantes tomam faixa da Avenida Francisco Glicério: Correios fará mutirão para normalizar entregas ( Gustavo Tilio/Especial para a AAN)

Manifestantes tomam faixa da Avenida Francisco Glicério: Correios fará mutirão para normalizar entregas ( Gustavo Tilio/Especial para a AAN)

Uma passeata no Centro de Campinas marcou o terceiro dia da greve dos funcionários dos Correios e Telégrafos na cidade, no início da tarde desta sexta-feira (20). Cerca de 150 pessoas participaram de assembleia em frente à agência da avenida Francisco Glicério e decidiram protestar nas ruas. A via foi ocupada parcialmente às 13h e os manifestantes seguiram para a sede do sindicato pela vias Moraes Salles, Barão de Jaguara, Benjamin Constant, José Paulino e Senador Saraiva, provocando lentidão no trânsito. Os trabalhadores iniciaram o movimento grevista na quarta-feira, por melhores salários e condições de trabalho.O diretor do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Similares, Roberto Cláudio Barbosa, afirma que a adesão ao movimento na região de Campinas é de 70% no setor operacional, o que inclui carteiros, atendentes e operadores de triagem. Uma agência, em Sumaré, está fechada e outras nove na região funcionam parcialmente.Uma das queixas dos funcionários é a mudança no plano de saúde da categoria. “A empresa quer implantar um plano terceirizado sem consultar os trabalhadores. Hoje, o funcionário paga 10% do que utilizar e se não usar não paga nada. Eles querem impor um plano com pagamento mensal e mais uma porcentagem do que for utilizado”, reclamou.Além da manutenção do plano de saúde, os funcionários dos Correios reivindicam um aumento real de 15%, reposição da inflação do período de 1 de agosto de 2012 a 31 de julho de 2013 de 7,13% e aumento linear de R$ 200,00, mais o pagamento das perdas salariais — no período de 1994 a 2002 — no valor de 20% em dezembro. Eles também pedem mais segurança. “Hoje nós enfrentamos números absurdos de assaltos. Em um única unidade na região do Jardim do lago tivemos 80 assaltos só este ano”, afirmou Barbosa.A proposta da Empresa de Correios e Telégrafos é de reajuste de 8% nos salários; de 6,27% nos benefícios; pagamento de vale-extra no valor de R$ 650,65, a ser creditado em dezembro, e Vale-Cultura, dentro das regras de adesão ao programa implementado pelo governo federal. O sindicato informou que a greve continua por tempo indeterminado ou até que haja o julgamento do dissídio, o que ainda não tem prazo.Neste final de semana, os Correios irão realizar mutirões para colocar em dia a entrega de cartas e encomendas à população. Para isso, vão deslocar empregados entre as unidades e realizar horas extras. Segundo balanço da empresa, a adesão à greve não passa de 7%. Entre os empregados da área operacional, a adesão também não passaria de 8%. O número é apurado pelo sistema eletrônico de presença.

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