TERMINAL

Carta dispensa reunião sobre pontos de táxi na rodoviária

Documento contradiz diversos taxistas entrevistados pelo Correio, que disseram que a saída de táxis fica um caos durante os horários de pico, com confusão na fila de carros e passageiros

Cecília Polycarpo
24/06/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 09:46
Segundo os trabalhadores, a Socicam teria proposto cobrar R$ 100 mensais de cada veículo para deslocar um funcionário para organizar a fila ( Janaína Ribeiro/ ANN )

Segundo os trabalhadores, a Socicam teria proposto cobrar R$ 100 mensais de cada veículo para deslocar um funcionário para organizar a fila ( Janaína Ribeiro/ ANN )

Uma carta assinada pelo coordenador do Ponto de Táxi da Rodoviária, José Mendes, dispensa reunião com a Socicam, empresa parte da Concessionária do Terminal Rodoviário de Campinas (CTRC), para resolver a questão de sinalização dos passageiros que esperam pela corrida. Na carta, ele alega que nunca houve problema no ponto. O documento contradiz diversos taxistas entrevistados pelo Correio na terça-feira (23), que disseram que a saída de táxis fica um caos durante os horários de pico, com confusão na fila de carros e passageiros. Os motoristas afirmaram ainda que há outra reivindicação antiga: uma cobertura na rampa de acesso dos carros.No dia 22 de maio, o Correio publicou matéria em que os taxistas reclamavam que estavam impedidos pela Socicam de instalar sinalização na saída do local para organizar a fila de passageiros. Segundo os trabalhadores, a Socicam teria proposto cobrar R$ 100 mensais de cada veículo para deslocar um funcionário para organizar a fila. Como a rodoviária tem 90 táxis cadastrados, o valor total por mês seria de R$ 9 mil. A Socicam nega que tenha pedido qualquer valor aos motoristas.Na carta enviada por José Mendes no dia 8 de junho, ele afirma que "nunca houve problemas entre o ponto de táxi e a administração do terminal rodoviário". A carta diz ainda que os motoristas são sempre "atendidos prontamente" pela administração. O Correio conversou ontem com Mendes, que reafirmou a posição da carta. "Não há confusão de passageiros e carros", falou.A posição, no entanto, é contrária da maioria dos trabalhadores. Todos os motoristas consultados na terça disseram que ocorre confusão em relação a ordem de chegada dos clientes, principalmente nos horários de pico da rodoviária. Eles afirmam que, além da confusão com a fila de passageiros, motoristas não cadastrados entram na área restrita nos momentos de maior movimento.O taxista Nelson Xavier, que trabalha há quatro anos no ponto, disse que os piores dias são na segunda-feira pela manhã e no domingo à noite. "As pessoas descem para pegar o táxi, não respeitam a ordem dos carros. Ficam pedidas porque não há nenhuma indicação". Ainda segundo Xavier, há anos os motoristas pedem uma cobertura onde os carros ficam parados. "A gente fica aqui nesse forno quando está sol. Nenhum passageiro gosta de entrar em um carro quente deste jeito" .Outro trabalhador, que preferiu não se identificar, disse que todas as placas de sinalização colocada no local para organizar a fila, foram retirdadas pela Socicam. "A gente põe, eles tiram. Nunca chamaram a gente para conversar sobre isso". O taxista também disse que a cobertura para a rampa é uma demanda de anos. "É muito ruim torrar no sol dentro do carro" .A assessoria de imprensa da CTRC foi contatada para se posicionar sobre o assunto e informou apenas "que possui contato com os taxistas apenas através do coordenador do ponto".ProblemasDesde setembro do ano passado, o Correio publica matérias relatando os problemas recorrentes na rodoviária. Apenas as escadas rolantes quebraram três vezes neste ano. Em abril, uma deles ficou uma semana sem funcionar. As falhas levaram a Prefeitura a abrir um processo administrativo para penalizar a rodoviária por descaso na administração, no dia 18 de maio. A Socicam entregou a defesa, mas a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), responsável por gerir o contrato de concessão, ainda não analisou o documento. A Emdec dará parecer à Secretaria de Assuntos Jurídicos sobre os argumentos apresentados, antes de a Pasta aplicar ou não a penalidade. O conteúdo da defesa não foi divulgado.

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