NOTA BAIXA

Carro é principal meio de acesso a aeroporto

Pesquisa aponta a falta de transporte público como motivo

Luciana Félix
28/05/2013 às 08:08.
Atualizado em 25/04/2022 às 14:24
A estudante Karen Sobrinho, que não confia no transporte público (Elcio Alves/AAN)

A estudante Karen Sobrinho, que não confia no transporte público (Elcio Alves/AAN)

Uma pesquisa inédita feita pela Secretaria de Aviação Civil (SAC) aponta que a maioria das pessoas que viajam de avião utiliza carro particular para chegar ao aeroporto. O principal motivo seria a falta de uma estrutura de transporte público confortável, regular, barata e confiável nesses terminais. A pesquisa foi realizada nos 15 principais aeroportos do País, incluindo o de Viracopos, que na avaliação da secretaria recebeu uma das piores notas em acessibilidade por meio de “Transporte Público”. O terminal recebeu a nota 2,9 enquanto que a melhor avaliação recebeu 4,4 — terminais Afonso Pena, em Curitiba, e Augusto Severo, de Natal. A avaliação feita pela SAC atribuiu notas de 0 a 5.

A pesquisa foi feita no primeiro trimestre deste ano e consultou 21,2 mil passageiros. Do total, 52% disseram que utilizaram o transporte privado para a locomoção. Dos 38% que afirmaram ter utilizado transporte coletivo para ir ao terminal, 66,8% revelaram ter ido de táxi e apenas 25,35% de ônibus. O restante usou carro alugado e uma minoria foi de metrô.

Na avaliação do órgão federal, o terminal de Campinas recebeu a mesma avaliação dos aeroportos Eduardo Gomes, em Manaus, e do Juscelino Kubitschek, em Brasília (2,9). As linhas de ônibus coletivo com destino ao terminal de Campinas partem do Terminal Rodoviário, na área central da cidade, e outra que sai do Terminal Ouro Verde (198). Todas ao custo de R$ 3,00 e com tempo de percurso estimado entre 25 e 70 minutos. Há também a linha executiva, que sai do Terminal Rodoviário e tem parada no Largo do Pará, também no Centro, ao custo de R$ 9,00 e o percurso dura cerca de 40 minutos.

No período da manhã e no final da tarde o número de ônibus aumenta. Durante o dia, os ônibus circulam de hora em hora. Há linhas também que partem de Indaiatuba e Vinhedo.

“O grande problema é o tempo que se leva ao usar o transporte público. Prefiro muito mais vir de carro ou conseguir que alguém me traga do que esperar por um transporte coletivo”, afirmou o fisioterapeuta Paulo Luiz Trevisan, de 22 anos. A estudante Karen Karoline Sobrinho, de 19 anos, disse que falta estrutura na mobilidade. “Acabei de chegar. Se confiasse, pegaria um ônibus para ir para casa, mas prefiro esperar meu pai vir me buscar. O mesmo digo na ida, não dá para confiar nos ônibus. Demoram para passar e dão muita volta”.

No começo do ano a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) ampliou a oferta de viagens ao aeroporto com novos horários nos picos de movimento de segunda a sexta-feira.

O secretário de Transportes e presidente da Emdec, Sérgio Benassi, afirmou que iniciou um estudo sobre a atual situação da demanda de usuários do transporte público que acessam o terminal. “Isso pode significar aumento na atual frota de ônibus que atende o sítio aeroportuário, aumento de linhas para o local, construção de estação de transferência na região do aeroporto, entre outras ações.”

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