Crianças, adultos e idosos se aventuram na ladeira da Avenida Osvaldo Piva, no Jardim Ipê, que é fechada das 8h ao meio-dia para a aventura: carrinhos podem alcançar até 80km/h
Adrenalina e diversão em Paulínia (Patrícia Domingues/AAN)
Manhã de domingo ensolarada, uma grande ladeira e um carrinho de rolimã. O cenário é perfeito para quem quer se aventurar e voltar à infância. Foi pensando nas brincadeiras de rua que o diretor de esportes e recreação de Paulínia, João Batista Soares, implantou na cidade o “Festival de Carrinho de Rolimã”. O projeto nasceu em janeiro deste ano, mas a primeira edição só aconteceu em março. No domingo (9) ocorreu a 7ª edição. O evento, com inscrição gratuita, ocorre no segundo domingo de cada mês. A ideia de Soares é tirar as crianças do mundo virtual e trazê-las para o mundo real e também reunir a família. Para realizar o evento é fechado um trecho da Avenida Osvaldo Piva, no Jardim Ipê, das 8h ao meio-dia. Neste mês foram pelo menos 450 inscrições. A cada mês, é registrado um aumento nas participações. São crianças, jovens e até idosos. Os mais novos na faixa de 5 anos. O mais velho tem 71 anos, uma verdadeira criança, como disse ele. “Crianças só participam com a autorização dos pais”, avisou Soares. O percurso tem cerca de 500 metros. Os carrinhos pegam velocidade entre 40km/h a 80km/h. Para devolver os participantes ao ponto de largada é fornecido um ônibus e um caminhão para o transporte dos carrinhos. Foto por: Patrícia Domingos/AAN Foto por: Patrícia Domingos/AAN Foto por: Patrícia Domingos/AAN Foto por: Patrícia Domingos/AAN Foto por: Patrícia Domingos/AAN Foto por: Patrícia Domingos/AAN Foto por: Patrícia Domingos/AAN Foto por: Patrícia Domingos/AAN Foto por: Patrícia Domingos/AAN Foto por: Patrícia Domingos/AAN Foto por: Patrícia Domingos/AAN Exibir legenda 1100
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Adrenalina e diversão em Paulínia. Participam do evento todas as modalidades: carrinho de rolimã, longboard, drift trike e até carrinhos de bebê. Na categoria carrinho de rolimã tem de todos os modelos, desde o mais simples ao mais sofisticado. Tudo criação dos participantes. O mais veloz é o longboard, segundo os participantes, que chega a 80km/h ou mais, dependendo da descida. Ele é seguido do drift trike, que atinge 70km/h. Os modelos mais sofisticados custam mais de R$ 300. O economista aposentado Edgard Moro, de 71 anos, de Paulínia, era o mais velho dos participantes. Amante dos rolimãs, Moro abriu uma fabriquinha no fundo do quintal e monta os brinquedos que custam em média entre R$ 130 a R$ 150. Tem os rolimãs, que são barulhentos, e os com rodinha de borracha para não deixar ninguém irritado com a barulheira. “É uma delícia voltar a ser criança. Eu nasci na roça e quando era criança brincava muito nas estradas de terra. Acho que brinquei até uns 12 anos. Depois passei a levar a vida a sério. Fui trabalhar e estudar. Nunca mais andei de carrinho de rolimã. Voltei depois que me aposentei”, disse Moro que desceu pelo menos 10 vezes o percurso junto com a garotada. O técnico em subestação, Ronne Cardoso Macário, de 41 anos, mora em Americana, e não perde um evento sobre carrinhos de rolimã. “Minha filha até tentou me seguir nas brincadeiras, mas ela acha que é muito perigoso”, disse o técnico que aprendeu a brincar com carrinho de rolimã aos 8 anos e não parou mais. “Amo. É maravilhoso. A gente volta a ser criança”, acrescentou o técnico que sempre faz os seus carrinhos. “Eu cuido dos meus brinquedos como se cuida de um bebê”, disse o participante, que afirma não perder nenhum evento relacionado a carrinhos de rolimã. A auxiliar de serviços gerais Elisângela Sanches da Rocha, de 26 anos, foi pela primeira no festival e disse que amou. Elisângela levou as filhas Fernanda, de 8 anos, e Flávia, de 5 anos, além do marido, o lavador de carro Flávio, de 32 anos. A família foi acompanhada de amigos. “Até eu entrei na brincadeira. Mas, por falta de experiência, ralei minha perna”, contou. As inscrições para o festival são feitas no site da Prefeitura ou no local. Quem não tem carrinho, a equipe Tombo, que sempre participa do evento, empresta. O grupo tem um estande no local. Repórter se aventura a descer ladeira Duas mulheres que nunca andaram de carrinho de rolimã. Uma dúvida da repórter enquanto seguia para a pauta: como descrever a sensação de andar em um carrinho de rolimã? Bom eu não vou, tenho medo e também nem dá. Olhei para a Patrícia, nossa repórter-fotográfica, e disse: faço um desafio! Duvido você andar de carrinho de rolimã? Toda aventureira, ela aceitou o desafio. Vai mesmo? Faço questão de registrar. Mas como registrar? Nessa hora a gente consegue parcerias bacanas. Quando chegamos no evento, adrenalina total. Até quem nunca andou de carrinho de rolimã sente vontade de virar criança e andar em um. Primeiro fizemos o nosso trabalho e depois a experiência de Patrícia. Entre uma entrevista e outra, o operador de empilhadeira Erli José, de 52 anos, que estava com dois carrinhos de rolimã de madeira maciça, se ofereceu em ceder um dos seus brinquedos para o desafio da nossa fotógrafa. Oba, conseguimos o carrinho. Ah, mas ela precisa de uma aulinha básica. Erli, todo atencioso deu algumas instruções. Tem algum perigo? Ela nunca andou. Perguntei preocupada. Não, é superfácil, disse Erli. Tá bom. O fotógrafo Claudecir de Souza, que acompanhava o evento, se ofereceu para registrar a aventura de Patrícia. Ela estava na primeira linha de largada. Aparentemente não demonstrava nervosismo. Com ela, vários aventureiros, crianças, jovens e adultos. Foi dada a largada! Patrícia sai numa boa, mas depois de uns 20 metros, aiai.. ela sai do meio do grupo e vai parar na guia. Ai meu Deus, ela vai se machucar, pensei comigo. Mas a desafiadora não desistiu e seguiu. Porém, após alguns metros voltou a parar na guia e sofreu escoriações no pé esquerdo. O jeito foi abandonar a aventura. “É uma adrenalina porque você não tem noção de como vai pegar a velocidade. Qualquer toque que der com o pé no carrinho, parece que ele vai virar”, disse Patrícia. “Além disso, acho que o pessoal experiente intimida, deixa a gente nervosa, mas valeu a experiência. Eu voltaria a me aventurar em um carrinho de rolimã novamente”. Fica aí a experiência e o desafio de duas mulheres cobrindo brincadeira de criança.