TRANSPORTE

Carona é gentileza - e bom negócio para caronistas e motoristas

Sites e aplicativos que permitem que donos de carros e caronistas se encontrem ganham espaço

Adriana Leite
22/06/2015 às 07:00.
Atualizado em 28/04/2022 às 15:32
Rodrigues, que há três anos decidiu oferecer carona para quem vai de Campinas para São Paulo ou vem de lá para cá: sem registro de problemas ( Dominique Torquato/ AAN)

Rodrigues, que há três anos decidiu oferecer carona para quem vai de Campinas para São Paulo ou vem de lá para cá: sem registro de problemas ( Dominique Torquato/ AAN)

O analista de sistemas Rodrigo Rodrigues passa de dois a três finais de semana por mês em São Paulo. A viagem até a Capital custa pelo menos R$ 80,00, entre combustível e pedágios.Há três anos, ele decidiu dar carona para outras pessoas interessadas em fazer o mesmo percurso. Resultado: cada caronista paga R$ 17,00 o trecho e viaja confortavelmente no automóvel. Se fossem de ônibus, teriam que desembolsar R$ 27,00 por trecho.Rodrigues não é um caso isolado.  O sistema de caronas cresce em Campinas e região, alavancado por sites e aplicativos que fazem a ponte entre quem não tem carro e deseja viajar e o motorista que tem vagas disponíves no seu automóvel. As caronas são comuns dentro das universidades como a Unicamp e a PUC-Campinas. O sistema, que sempre foi informal, acabou ganhando um caráter empresarial quando empreendedores aproveitaram modelos de carona existentes em outros países e passaram a reproduzi-los aqui, oferecendo serviços que colocam em contato motoristas e passageiros.Em todo o mundo, existe uma tendência de reduzir a quantidade de veículos em circulação, tanto por questões de mobilidade quanto de  meio ambiente.  As empresas responsáveis por intermediar as caronas garantem que o sistema é seguro e que existem mecanismos para que os usuários obtenham informações precisas sobre motoristas e passageiros. O sistema permite colocar preferências e dar notas tanto para os motoristas quanto para quem utilizou a carona.Assim, quando surge um novo pedido ou oferta de viagem, o interessado pode consultar os dados dos motoristas ou dos passageiros - uma boa maneira, dizem os gestores dos sites e aplicativos voltados para o serviço, de dar mais segurança para os usuários. O presidente de operações Brasil de um desses sites, o Tripda, Daniel Bedoya, afirma que as caronas são muito comuns dentro das faculdades.“Os estudantes já estão acostumados a se locomover por meio de caronas. Mas o fato é que no mundo todo há hoje uma tendência de buscar alternativas de transporte, e a carona já se firmou como uma solução em vários países. Ao criar o Tripda, nós consolidamos uma ideia global”, diz. Ele comenta que o site registra um crescimento de 20% a 30% ao mês na quantidade de usuários e de viagens oferecidas. “O perfil do público é mais jovem, mas em Campinas, verificamos que os usuários são mais heterogêneos - há pessoas mais velhas e muitos usuários que utilizam a carona apenas para ir ao trabalho” , aponta.O empreendedor salienta que o serviço conecta pessoas que não se conhecem - e que acabam se ajudando. “O valor médio de uma carona entre Campinas e São Paulo varia de R$ 15,00 a R$ 20,00 por trecho (ida ou volta)”, aponta. Bedoya diz que o site atende usuários em 12 países. “Além da divisão dos custos da viagem, a carona também acaba criando vínculos de amizade. Em geral, tanto passageiros quanto motoristas acabam gastando um quarto do que pagariam se viajassem sozinhos de carro ou de ônibus”, comenta.Ele explica que uma das vantagens do site é permitir  que motoristas e passageiros combinem o local de partida e de chegada. “Se a pessoa fosse de ônibus, seria obrigado a ir até a rodoviária. Outra vantagem é a flexibilidade de horário".

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