Projeto da Prefeitura prevê controle populacional dos roedores hospedeiros do carrapato-estrela
Superpopulação do roedor no Ecológico ( )
A Prefeitura de Campinas — que desde 2013 é responsável pela administração do Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim — executa um projeto que prevê a redução gradativa das capivaras que povoam as margens do lago, próximo à pista de caminhadas. O roedor é hospedeiro do carrapato-estrela, que transmite a bactéria causadora da febre maculosa. Muitos campineiros deixam de se divertir no parque com medo da doença. Para reverter a situação, os técnicos do Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal planejam a vasectomia dos machos. “Sem a reprodução, o número de animais vai diminuir”, define o veterinário Paulo Anselmo Nunes Felipe, diretor do departamento, vinculado à Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. Trata-se de uma alternativa racional para o combate da doença, sem que seja necessário o sacrifício dos roedores. Em 2011, o governo municipal promoveu a matança de 13 capivaras, que estavam confinadas no Lago do Café. A decisão provocou uma avalanche de críticas de grupos ambientalistas. Os resultados efetivos do novo projeto já foram comprovados ao longo dos últimos 11 meses. Na fase de estudos, o departamento obteve autorização para promover a vasectomia dos machos e a laqueadura das fêmeas. Apenas nove animais compunham o grupo analisado. E a população não mudou. Agora, a Prefeitura pretende fazer a vasectomia nos machos não só no Ecológico, mas em todos os parques públicos onde se nota a presença dos roedores. Mas o procedimento não é imediato. O manuseio das capivaras depende de autorização legal. Já existe um convênio mantido com as secretarias de Estado de Meio Ambiente e Saúde para a execução de projetos para o controle populacional dos animais. Mas a permissão para o efetivo manejo ainda depende da publicação dos resultados dos estudos em revista científica. Só então a Prefeitura vai oficializar a proposta ao Estado. Matança jamais O veterinário explica que a medida tomada pelo governo municipal em 2011 — a matança das capivaras do Lago do Café — foi ineficiente. A população de roedores, diz, voltou a crescer: os novos indivíduos chegam pela própria tubulação pluvial. No caso do Ecológico, a situação é especialmente complicada. O roedor é herbívoro, se alimenta do mato. E a imensa área verde do parque — mais de 1,1 milhão de metros quadrados — é um verdadeiro banquete. Ainda sem a autorização legal para o manejo da população de roedores, a Prefeitura limita suas ações a atitudes preventivas, como o corte regular da mata e o uso pontual de carrapaticidas.