ABASTECIMENTO

Cantareira opera com 36% do volume

Apesar da chuva atingir 112% acima da média, sistema ainda trabalha em alerta

Maria Teresa Costa
03/09/2018 às 21:23.
Atualizado em 22/04/2022 às 12:19
Total de 360 bilhões de litros armazenados seria suficiente para demanda (Leandro Ferreira/AAN)

Total de 360 bilhões de litros armazenados seria suficiente para demanda (Leandro Ferreira/AAN)

Com um volume de chuvas 112% acima da média histórica de agosto e um setembro, até segunda-feira, ainda sem chuva, o Sistema Cantareira está operando com 36,6% de sua capacidade de volume útil e ainda trabalha dentro do nível de alerta. Desde o início da estiagem, em 1º de junho, e até ontem, os reservatórios tiveram uma redução de 93,9 bilhões de litros, o que equivale a uma baixa diária no período de quase um bilhão de litros por dia, registrado até segunda-feira. Os reservatórios estavam armazenando, ontem, 359,53 bilhões de litros, que oferecem tranquilidade para passar o período seco, previsto para ir 30 de novembro. Na última semana, a Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) pediu a redução da vazão da Represa Atibaia para o Rio Atibaia de 3 metros cúbicos por segundo (m³/s) para 2,5 m³/s, porque o rio está com volume de água suficiente para atender as necessidades da região. Na outorga do Sistema Cantareira, a Bacia PCJ teve a garantia de vazão mínima de 10m³/s medida no ponto de monitoramento em Valinhos, que fica cerca de um quilômetro do ponto de onde a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) faz a captação para abastecer 95% de Campinas. Ontem, a vazão média do Atibaia naquele ponto ficou em 11,5m³/s. Já o Cantareira, segunda-feira, perdeu mais um pouco de água e operou com 36,6% da capacidade. O sistema está em nível de alerta desde 28 de julho, quando passou a operar com 40% de sua capacidade. Na prática, a determinação do estado de alerta reduz a quantidade de água que a Sabesp pode retirar do manancial de 31 mil litros por segundo para 27 mil litros por segundo. Para o PCJ, muda a vazão que sai dos reservatórios, que passa a ser de até 10 mil litros por segundo, visando segurar água nas represas para garantir abastecimento em um eventual agravamento da estiagem. A diferença desde a nova outorga, é que as Bacias PCJ passaram a ter garantia de uma vazão mínima de 10m³/s no Rio Atibaia, em Valinhos. Sempre que essa vazão cair, há aumento de liberação de água dos reservatórios. O sistema é composto por seis barragens interligadas por um complexo sistema de túneis, canais, além de uma estação de bombeamento de alta tecnologia para ultrapassar a barreira física da Serra da Cantareira. O sistema chama atenção ainda pela distância de sua estrutura em relação ao núcleo urbano ao qual ela serve e também pela extensão da sua área de drenagem, que se estende até o sul do estado de Minas Gerais. As barragens represam os rios Jaguari, Cachoeira e Atibainha, que pertencem as Bacias PCJ, responsáveis pelo abastecimento da região de Campinas.

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