ABASTECIMENTO

Cantareira está com menos da metade da capacidade

Mesmo com chuvas acima da média nas barragens, sistema está abaixo do esperado para enfrentar época de estiagem

Maria Teresa Costa
02/03/2019 às 09:04.
Atualizado em 04/04/2022 às 22:03

Mesmo com chuvas 16,1% acima da média histórica do mês nas barragens, o Sistema Cantareira fechou fevereiro com 463,27 bilhões de metros cúbicos armazenados, menos da metade da capacidade de operação do volume útil, e em nível pior que há um ano. O sistema encerrou o mês operando com 47,2% da capacidade, ainda dentro do nível de atenção, situação preocupante para a recuperação dos reservatórios para enfrentar o período da estiagem, que começará em abril. Para atravessar a estiagem com mais tranquilidade, o sistema precisará chegar a abril com pelo menos 60% da capacidade. A partir deste mês, o volume de chuvas começa a reduzir. Na região dos reservatórios, a média histórica de 203,4 milímetros de chuva em fevereiro cai para 178,8mm em março. O Cantareira, em função do período de chuvas, vem liberando menor volume de água para a região de Campinas, para poder reter reserva nas barragens. As chuvas nas regiões dos afluentes dos rios Jaguari e Atibaia estão garantindo bom volume de água nesses mananciais, permitindo segurar água no sistema. Desde meados de fevereiro, o Cantareira está liberando 0,50 m3/s no Rio Jaguari e 0,50m3/s no Rio Atibaia. O Rio Atibaia, principal manancial de Campinas, responsável por 95% do abastecimento da cidade, registrou vazão nessa sexta-feira (1º), às 7h, no posto de monitoramento de Valinhos, de 52,94m3/s, bem acima da média histórica do mês que é de 29,94m3/s. O volume garante com tranquilidade o abastecimento da cidade, que utiliza 4m3/s. Se a situação mudar e os reservatórios não chegarem a abril armazenando mais de 60% de sua capacidade, um socorro virá da transposição das águas da represa Jaguari, na Bacia do Paraíba do Sul, para a represa Atibainha, em Nazaré Paulista e que integra o Sistema Cantareira. Os reservatórios do sistema estão operando na faixa 1, que é de atenção, quando armazenam entre 40% e 60% do volume últil. Nessa faixa, para o período de chuvas, a vazão média móvel de sete dias consecutivos tem garantia mínima de 12m3/s no posto de controle Valinhos, no rio Atibaia, e de mínima de 2,5m³/s no posto de controle de Buenópolis, no Rio Jaguari. Se as vazões nos rios baixarem além do mínimo definido, há aumento de liberação pelas barragens do Cantareira. O sistema Cantareira é formado por cinco reservatórios (Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro), que são conectados por túneis subterrâneos e canais e formam o Sistema Equivalente do Cantareira. O Sistema faz a transposição entre duas bacias hidrográficas, importando água da Bacia do Rio Piracicaba para a Bacia do Alto Tietê. Dos 33m³/s de água produzidos, apenas 2m³/s são produzidos na Bacia do Alto Tietê, pelo Rio Juquery. Dos 31m³/s produzidos na Bacia do Piracicaba, 22m³/s vêm dos reservatórios Jaguari-Jacareí, cujas bacias estão inseridas majoritariamente no estado de Minas Gerais. Além deles, as nascentes dos principais tributários do Rio Cachoeira estão localizadas em Minas Gerais, o que faz com que cerca de 45% da área produtora de água para o sistema esteja em território mineiro.  

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