ÁGUA

Cantareira encerra o mês em baixa

Volume de chuva registrado no sistema foi 77% menor que a média histórica para outubro

Maria Teresa Costa
03/11/2019 às 11:13.
Atualizado em 30/03/2022 às 13:42

O Sistema Cantareira fechou outubro com um volume de chuva 77% menor que a média histórica do mês e a vazão dos rios que formam as represas do sistema está 51% menor que a média, acendendo o sinal de alerta para possibilidade de novo período de escassez. A situação atual, no entanto, não compromete o abastecimento porque o Cantareira vem recebendo ajuda extra da transposição de água da represa Jaguari, na Bacia do Paraíba do Sul, o que não ocorreu na crise hídrica. Com isso, os reservatórios operaram até a última sexta-feira com 41,1% da capacidade de volume útil — há um ano, a reserva estava em 32,1% e na crise hídrica de 2014 e 2015, o volume útil foi todo consumido e o volume morto precisou ser utilizado para manter o abastecimento público. O Conselho Fiscal do Consórcio das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), reunido na última semana, alertou para a necessidade dos municípios das bacias PCJ e da Região Metropolitana de São Paulo seguirem as 22 metas de sustentabilidade hídrica estabelecidas pela entidade, para garantir segurança hídrica das duas regiões. Entre as metas estão a redução das perdas hídricas para patamares abaixo de 20%, a redução do consumo de água para 110 litros diários por habitante, a construção de reservatórios municipais, bacias de retenção em áreas rurais e piscinões ecológicos na área urbana. A grande caixa d’água que abastece as duas regiões está preocupando os técnicos. O coordenador de Projetos do Consórcio PCJ, José Cézar Saad, informou que o Consórcio PCJ está fazendo análise comparativa de chuvas e vazões nos rios das Bacias PCJ entre 2013, ano em que antecedeu a maior estiagem já registrada no Estado de São Paulo, e 2019. A avaliação tem a finalidade de identificar possíveis semelhanças pluviais e, consequentemente, tentar prever como será o período de estiagem do ano que vem, como forma de preparar os municípios para o caso de uma nova escassez. A média de chuva no Cantareira em outubro é de 129,4 milímetros, mas este ano choveu apenas 29,4 milímetros; já a vazão dos rios que formam os reservatórios fechou outubro com 8,53 metros cúbicos por segundo (m3/s), bem abaixo da média registrada desde a construção das represas. "O volume pluviométrico está muito abaixo da média. Além disso, as chuvas ocorrem de forma concentrada impossibilitando que a água infiltre no solo e recarregue o aquífero, responsável por manter a vazão do rio durante o período seco. E nesse momento os rios estão com vazões muito abaixo da média histórica" , comentou Saad. O Rio Atibaia, que abastece 95% de Campinas, registrou na sexta-feira vazão 23% abaixo da média histórica. O volume de 11,1 m3/s que passou no ponto de monitoramento em Valinhos, distante um quilômetro do local onde a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) faz captação, é suficiente para garantir a captação. A Sanasa retira cerca de 4 m3/s do rio para abastecer a cidade.

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